Steve Daily sobre Ellen G. White

Por Alberto R. Timm

 

Steven Gerald Daily, mais conhecido como Steven Daily ou Steve Daily, nasceu em Santa Rosa, Califórnia. Ele cresceu em um lar adventista e estudou em instituições adventistas, tais como a Rio Lindo Adventist Academy, Pacific Union College, Loma Linda University e Andrews University.1 Em 1985, obteve o doutorado em Ministério pela Claremont School of Theology2 e, em 1991, o doutorado em Psicologia pela United States International University, campus San Diego (atual Alliant International University).3 Daily trabalhou por trinta e cinco anos no ministério adventista, grande parte como capelão universitário e pastor do campus da Loma Linda University e da La Sierra University (1980–2000). Por cinco anos, foi pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Celebração, em Redlands, Califórnia. Em 2010, foi demitido da obra adventista. Atualmente, é o pastor sênior da Graceway Community Church em Riverside, Califórnia, e se tornou um dos críticos mais abertos contra Ellen White e os adventistas.

Em 1985, enquanto ainda trabalhava na La Sierra University, Daily começou a frequentar a John Wimber’s Vineyard Church,4 uma congregação carismática não adventista. Ele a considerava “uma expressão muito mais saudável do cristianismo” do que o adventismo, e passou a estudar a “experiência religiosa carismática” (12, 193).5 Em sua perspectiva, ele poderia ter deixado a Igreja Adventista do Sétimo Dia naquela época, mas, em seus próprios termos: “o Senhor me convenceu a permanecer no adventismo até que este me rejeitasse” (12). Daily diz que “se sente muito aliviado e feliz desde que deixou a ­subcultura adventista”, na qual Ellen White supostamente teria “aprendido, ao longo da vida, como manipular, controlar e abusar das pessoas em nome de Deus” (12–13). Essa afirmação sugere que o autor acredita que abandonar o adventismo é a melhor maneira de se livrar de tais influências imorais.

Ao longo dos anos, Daily abordou Ellen White em vários de seus estudos. Por exemplo, em sua tese de mestrado em História, intitulada How Readest Thou (1982), ele declarou: “Ao falar sobre seus escritos, Ellen White nunca alegou infalibilidade [,] muito menos ser uma intérprete infalível das Escrituras. Ela deixou claro que estes deveriam estar sujeitos à Bíblia.”6 No livro The Essence of Adventism (1985), Daily explicou em termos muito positivos que grande parte do ministério de Ellen White foi dedicado a “humildemente repreender o pecado e chamar ao arrependimento”, e que ela “muitas vezes sofria e chorava por causa dessa responsabilidade”. E mais,

Como todos os verdadeiros profetas, Ellen White foi a primeira a admitir que era uma humilde pecadora, que cometeu vários erros e ficou muito aquém do ideal de Deus em Cristo. Ela confessou: “Não reivindico infalibilidade ou perfeição de caráter. Não estou livre de falhas e erros em minha vida. Se tivesse seguido meu [S]alvador mais de perto, não teria que lamentar tanto minha dessemelhança com Sua querida imagem [”] (Carta 27, 1876) […] Embora ela tivesse todas as oportunidades de obter grande ganho pessoal por sua posição de destaque, às custas da Igreja Adventista, isso nunca foi uma tentação para Ellen White. Ela não acumulou ­riqueza pessoal significativa, mas investiu o dinheiro que ganhou com direitos autorais de volta no movimento. Ela dedicou sua vida à edificação da igreja de todas as maneiras possíveis […] Milhares aceitaram a Cristo como resultado de seus esforços […] Na opinião de quem vos escreve, ela deveria ser incluída entre os fiéis de Hebreus 11, dos quais o mundo não era digno […] Cristo foi constantemente exaltado nas ações e escritos de Ellen White. Dois de seus livros mais vendidos, Caminho a Cristo e O Desejado de Todas as Nações concentram-se ­totalmente em Jesus. Ela proclamou que Cristo era o centro das Escrituras, da doutrina, fé, esperança, bondade, da mensagem adventista e a base de toda religião verdadeira. Aqueles que desejavam usar seus escritos como um complemento autoritativo à palavra de Deus, em Cristo, foram severamente repreendidos por Ellen White em um discurso proferido na Assembleia Geral de 1901.7

Essas declarações apreciativas também apareceram no livro mais conhecido de Daily, Adventism for a New Generation (1993).8

Enquanto isso, Daily começou a defender mais enfaticamente a justiça social e a igualdade sexual quanto à ordenação de mulheres. No projeto da sua tese doutoral em ministério, The Irony of Adventism (1985), ele expressou sua frustração de que, mesmo depois da Convenção de Seneca Falls sobre os direitos das mulheres em 1848,9 os adventistas do sétimo dia continuaram se opondo a esses direitos pela “irônica exaltação de uma única mulher [Ellen White] e, ao mesmo tempo, a subordinação das mulheres em geral.”10 Ele acreditava que:

As passagens paulinas, tradicionalmente usadas para promover a subordinação das esposas e mulheres, eram geralmente apoiadas ou deixadas sem contestação nos escritos de Ellen White. Ela não apenas concordou fortemente ­a declaração de Paulo de que o marido estava acima da esposa, mas condenou qualquer ação por parte das mulheres que diminuísse a “posição digna” do marido.11

 Mesmo assim, Daily ainda reconhecia que Ellen White “recebia visões e possuía o dom profético”.12 A postura crítica de Steve Daily em relação a Ellen White tornou-se mais evidente em sua obra espiralada The Profetic Rift (2007 e 2009), com dois volumes.13 De acordo com Wayne A. Grudem,14 Daily argumentou em favor de “uma enorme diferença­” entre os profetas do Antigo Testamento, que repreendiam negativamente reis e sumos sacerdotes, e os do Novo Testamento, que edificavam, exortavam, encorajavam e confortavam positivamente o povo de Deus. Para ele, “ao confundir esses papéis, o adventismo impôs a Ellen White um papel do Antigo Testamento, que era inapropriado para ela e para o corpo como um todo, e ela, por sua vez, impôs esse papel a si mesma”.15 Ao longo desses dois volumes, Daily alinhou-se com os principais críticos de Ellen White, mas permaneceu estranhamente silencioso sobre D. M. Canright. Daily declarou sobre si mesmo: “Como alguém que foi atacado tanto pela direita quanto pela esquerda no adventismo, quero defender minha posição em favor do pluralismo”.16 Mas que tipo de “pluralismo” ele realmente estava defendendo? Seus escritos posteriores confirmam que foi, entre outras coisas, um “pluralismo” que implicou na inclusão dos críticos mais “confiáveis” de Ellen White e a exclusão de seus apologistas “tendenciosos”.

É possível imaginar que The Profetic Rift já fosse o ponto alto das críticas de Daily contra White. Mas no livro Ellen G. White: A Psychobiography­, Daily deixa de lado tanto a confiabilidade de um historiador quanto a postura ética de um psicólogo para se tornar um crítico absoluto de Ellen White, já há tanto tempo falecida. Lendo ­esse livro, a suposição mais natural seria que ele tenha sido fruto de “mágoa ou amargura contra a Igreja Adventista”, embora o autor o negue enfaticamente (12). No entanto, tal negação se torna duvidosa ao se considerar o forte espírito anti-Ellen-White e anti-adventismo que permeia todo o livro. É digno de nota que o autor ainda tenta, sutilmente, transferir para Deus sua própria responsabilidade pela publicação ­do livro. Ele diz: “Orei para que, se minha tentativa de psicobiografia proposta neste livro resultar em maior mal do que bem, Deus não permita que seja concluída ou publicada” (13). Assim, o leitor é induzido a acreditar que, como Deus não impediu sua publicação, na verdade Ele a aprovou.

Conforme geralmente é o padrão, autores confiáveis apresentam primeiro as evidências a favor ou contra uma determinada questão e, em seguida, suas conclusões com base nessas evidências. Mas Daily inverte esse padrão e já conclui na introdução ­que “a matriarca do adventismo” era culpada de “promover uma mentira e uma fraude” (10), que “sua vida continha padrões de fraude e engano premeditados”, bem como “padrões de narcisismo e sociopatia de alto funcionamento” e que ela “pode ter sido uma das vigaristas mais bem-sucedidas da história” (11).17 Não se trata de meras hipóteses a serem comprovadas ou suposições a serem levadas em consideração durante a leitura do livro. São, de fato, juízos de valor — matizados de inúmeros rótulos e acusações — que dão o tom de toda a discussão que se segue, na qual o autor tenta corroborar suas conclusões já bem definidas e predeterminadas.

O conteúdo principal do livro é dividido em quatorze capítulos, cada um com acusações a Ellen White sob diferentes perspectivas. Devido ao limite de espaço deste resumo, apenas alguns deles serão mencionados. O capítulo 1 afirma, por exemplo, que a “prevaricação” era a norma de sua vida (23). No capítulo 2, a irmã gêmea de White, Elizabeth, é referida como uma pessoa equilibrada, enquanto Ellen é retratada como alguém que “ultrapassaria até mesmo os fariseus”, cega para sua própria “ambição, controle, desonestidade e necessidade de status, sob o disfarce de estar fazendo a vontade de Deus” (33). O capítulo 3 afirma que Ellen White “realmente se beneficiou do ferimento com a rocha vivenciado na infância” para receber atenção social, emocional e a simpatia das pessoas (38-39), e que “muitas das visões de Ellen, se não todas, foram convenientemente inventadas” (40). No capítulo 4, ela é diagnosticada como tendo sofrido de “dissonância cognitiva e síndrome do crente verdadeiro” (51), por “mentir deliberadamente” ou pelo menos ser “psicologicamente delirante” (57) e por ser “a fonte primária da patologia entre os primeiros adventistas sabatistas” (60). No capítulo 5, ela é rotulada como uma hipócrita que lidou com seus próprios medos ao construir “uma série de outros que eram controlados pelo medo” (74). No capítulo 6, toda a sua vida é considerada como “um enorme dilema” (84), sempre apelando “para ‘visões’ ou a orientação divina a fim de colocar os detratores ou inimigos no devido lugar” (87). No capítulo 7, ela é descrita como tendo mudado “da carismania para a carisfobia” (91) e tendo “abraçado a heresia do perfeccionismo e projetado suas condenações em Deus” (99). No capítulo 8, ela é diagnosticada como tendo sofrido de “delírios grandiosos” e tendo se vestido de “uma falsa humildade, projetada para encobrir um padrão constante de desonestidade, fraude, delírio de Deus e plágio ‘santo’” (114-115). No capítulo 9, ela é qualificada como uma pessoa fraudulenta que desenvolveu “um plano premeditado que trama, engana, manipula, defrauda e deturpa grosseiramente Deus para os outros, a fim de obter influência financeira e política” (122) e como “uma das vigaristas mais bem-sucedidas que já lideraram um movimento” (135). O capítulo 10 a retrata como uma esquizofrênica profética extremamente ciumenta (141, 145–146), cuja “esquizofrenia religiosa destruiu muitas pessoas ao longo dos anos” (144). O capítulo 11 fala dela como “uma valentona religiosa, que causaria medo naqueles que a ameaçassem ou a questionassem, por meio de seu trunfo profético” (156–157), e de ser “uma vidente da vida pessoal e das falhas dos outros” (173). No capítulo 12, ela é qualificada como “a mais bem-sucedida plagiadora e vigarista de todos os tempos” (188) e “uma loba política em pele de cordeiro” (215). O capítulo 13 a retrata como uma pessoa arrogante com um “eu matriarcal” que “saiu de seu caminho para tentar se apresentar ­como a humilde serva e instrumento de Deus” (250–251). Finalmente, no capítulo 14, ela é rotulada como “uma viajante do mundo que não apenas viajou para a Europa e Austrália, mas também por todos os Estados Unidos” (282). Mas isso não é tudo, pois a autora ainda afirma que existem “cinquenta tons de patologia que são fascinantes de explorar à luz de sua doença criativa” (46).

Em minha leitura (salvo engano), lembro-me de ter visto apenas uma declaração positiva sobre Ellen White, onde Daily nega qualquer sugestão de sua parte de que os três cofundadores do adventismo (incluindo Ellen) eram “fundamentalmente gananciosos ou egoístas em sua liderança” (82). Mas apenas três parágrafos depois, ele os acusa de exercerem uma liderança de “natureza egoísta” (83). Quando você começa a ler qualquer uma de suas muitas histórias sobre Ellen White, o resultado é previsível: ela sempre esteve do lado errado das questões envolvidas e, sempre que esteve do lado certo, foi apenas por razões políticas e vantagens financeiras. No entanto, quando li sua versão sobre a história de Margaret W. Rowen, que afirmava ser a sucessora profética de Ellen White, não fazia ideia de como terminaria. Mas, seguindo o padrão negativo, ele sugere que White nunca nomeou ou apoiou nenhum sucessor, pois ela “sabia no fundo que seu dom não era um dom legítimo de Deus, como afirmava” e porque ela queria que os enormes lucros de seus livros “continuassem chegando à sua família” (278). Ao se levar a sério as intermináveis acusações de Daily contra White, pode-se imaginar que ela talvez tenha sido a pior pessoa e a mais hipócrita que já existiu.

Mas o que levou Daily a mudar suas antigas declarações positivas sobre Ellen White e escrever essa psicobiografia que se tornou tão crítica e negativa? Daily explica que, em 1984, ele se deparou com o livro Creative Malady (1974),18 de George Pickering, e lamentou profundamente que o autor não tivesse incluído uma psicobiografia ­de Ellen White (37-38). Portanto, pode-se facilmente supor que Daily apenas está fazendo agora o que Pickering poderia ter feito naquela época. No entanto, na introdução, Daily explica que o livro não é apenas “uma psicobiografia clássica” que combina história e psicologia.19 Em suas próprias palavras, “também espalhei um pouco de teologia e reflexão pessoal no decorrer do livro para torná-lo minha própria mistura incomum” (9–10). Essa “mistura incomum” acaba não sendo uma análise crítica objetiva de Ellen White, mas sim uma nova forma de justificar as críticas levantadas contra ela e, ao mesmo tempo, desconsiderar todas as respostas a essas críticas.

Mesmo assim, o autor nega qualquer ressentimento contra Ellen White. Ele diz: “Novamente, não é meu propósito tentar rotular Ellen White através de um diagnóstico pós-morte” (113), e “Aqui, novamente, não é minha intenção diagnosticar a profetisa” (258). Ele até afirma: “Não procuro me colocar como um juiz sobre a profetisa” (297). Mas alguém pode se perguntar: por que Daily nega exatamente o que está fazendo tão enfaticamente ao longo do livro? Por mais incongruente que possa parecer, ele até conclui toda a sua exposição dizendo: “Ao encerrar este livro, espero e oro para que tenha sido interessante, informativo e útil em termos de fornecer insights sobre como podemos melhor tratar uns aos outros como seres humanos” (301). Independentemente ­de suas boas intenções, é difícil ver como rotular, acusar e julgar os motivos de outros (como tem feito extensivamente) pode nos ajudar a “tratar melhor uns aos outros”.

No entanto, como podemos explicar o contraste entre a sua posição anterior, em favor de Ellen White, e sua atual posição, contrária a ela? Daily aponta para a publicação na internet de “novo material que encontrei” “de áreas suprimidas do cofre [White Estate] (que eu nem sequer tinha permissão para ver como historiador)” (11). Ele até sugere: “A evidência usada para apoiar a validade dessas críticas era muito convincente na época [quando Ellen White ainda estava viva] e é ainda mais esmagadora hoje, dadas as novas pesquisas que vieram à tona” (247). Mas essa questão requer uma resposta mais convincente do que apenas o acesso a novas informações históricas (105, 294). Os escritos não publicados de Ellen White aos quais ele se refere já estavam disponíveis para estudo por historiadores e pesquisadores nos Centros de Pesquisa E. G. White (inclusive o escritório filial do White Estate na Loma Linda University) muito antes de serem disponibilizados publicamente na internet. Além disso, as principais críticas contra White — de D. M. Canright (1889, 1919), 20 R. L. Numbers (1976, 1992), 21 W. T. Rea (1982)22 e algumas outras — já estavam disponíveis quando Daily publicou o livro Adventism for a New Generation (1993), vários dos quais ele citou em sua dissertação de mestrado How Readest Thou. Será que o que realmente aconteceu ­foi uma mudança radical de perspectiva, na qual todos os críticos de Ellen White se tornaram fontes confiáveis de informação (105) e todas as respostas adventistas a esses críticos foram descartadas como desculpas não confiáveis?

O autor afirma ter usado “325 referências” ao longo do livro (301). Um número tão prolífico pode ser um ponto forte se as pressuposições estiverem bem estabelecidas e as fontes refletirem de forma justa os dados disponíveis; caso contrário, torna-se apenas mais uma maneira de impressionar o leitor não tão bem-informado. Infelizmente, o Daily é muito seletivo no uso de fontes, colocando bastante ênfase nas que confirmam seus pontos de vista e simplesmente ignorando as que discordam dele. Por exemplo, o clássico de Francis D. Nichol, Ellen G. White e Seus Críticos (1951, edição original),23 é mencionado apenas uma vez, mas como uma “famosa obra de apologista”, com informações tendenciosas (265, 357 [n. 295]). Diversos livros mais recentes, que respondem às mesmas questões levantadas por Daily, não são mencionados nem mesmo de forma crítica.24 A série Ellen G. White Issues Symposium, muito esclarecedora, publicada anualmente desde 2005 pelo Centro de Pesquisas Adventistas da Andrews University, é completamente ignorada.25 Mais surpreendente é o fato de que a Ellen G. White Encyclopedia (2013),26 considerada “a obra de referência mais importante produzida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia nos últimos cinquenta anos”,27 é mencionada apenas uma vez, entre outras fontes, em uma nota de fim (340 [n. 39]). Ninguém esperaria que Daily citasse todas essas fontes ou necessariamente concordasse com suas perspectivas; mas simplesmente ignorá-las ao longo do livro sugere um viés, especialmente de alguém que se considera um especialista em Ellen White (172).

Omissões semelhantes, com imprecisões, podem ser detectadas na maneira como Steve Daily lida com as fontes primárias. Por exemplo, depois de sugerir que Ellen White fugiu para a Austrália em grande parte devido aos problemas com plágio, ele afirma que “em 20 de março de 1889, a primeira denúncia pública ou acusação de plágio contra Ellen White a aparecer na imprensa foi publicada no Healdsburg Enterprise” e que era um “artigo de cinco páginas” (186–187).28 Daily refere-se a ela como “a primeira denúncia pública”, sem mencionar ­que foi D. M. Canright o mentor de todas essas acusações, as quais ele já havia levantado em suas palestras no Truitt’s Theatre, Healdsburg, Califórnia (9-17 de fevereiro de 1889) e que já vinham sendo defendidas por ele e pela União de Pastores de Healdsburg naquele jornal.29 O artigo de 20 de março foi apenas mais um artigo curto assinado pela “União dos Pastores”.30 E mais, como aquele artigo de duas colunas poderia virar um “artigo de cinco páginas” se o jornal tinha apenas quatro páginas? Também não devemos ignorar o fato de que quase dois anos antes, em 1887, Canright já havia levantado acusações públicas semelhantes no Michigan Christian Advocate.31 Essa falta de precisão e confiabilidade histórica obscurece grande parte da pesquisa de Daily.

Infelizmente, essa imprecisão histórica não é uma exceção. Em outro local, Daily afirma: “Não é de se admirar que os adventistas não publiquem ou façam referência ao testamento de Ellen em sua literatura, pois é apenas mais uma situação embaraçosa” (285). Essa falsa declaração pode ser refutada facilmente pelos fatos. O “Último Testamento da Sra. Ellen G. White” foi publicado por completo nos livros Ellen G. White e Seus Críticos,32 de F. D. Nichol, e Mensageira do Senhor,33 de H. E. Douglass, e parcialmente em Ellen G. White: mulher de visão, de A. L. White.34 Daily não pode alegar ignorância sobre o assunto, uma vez que lista essas três fontes em sua bibliografia (312, 316, 320). Além disso, o testamento completo está disponível no site do White Estate, bem como na Digital Adventist Library.35 Descuido semelhante é revelado quando Daily erroneamente torna Ellen White a autora de um livro editado por Tiago White e sugere que ela pegou emprestado (e até “atribuiu a Deus”) o que Tiago White simplesmente reimprimiu de outro autor devidamente identificado (94, 342). nº [62]).36

Por incrível que pareça, Daily não tem dificuldade em fazer Ellen White defender exatamente o que ela estava condenando. Em 1850, José Bates publicou um panfleto de dezesseis páginas intitulado An Explanation of the Typical and Anti-Typical Sanctuary, by the Scriptures, sugerindo que Cristo retornaria “sete anos” depois de 1844 — isto é, em outubro de 1851.37 Em novembro de 1850, Ellen White advertiu: “O Senhor me mostrou que o tempo nunca tinha sido uma prova até 1844, e que o tempo nunca mais seria uma prova.”38 Em julho de 1851, ela declarou no mesmo tom: “O Senhor me tem mostrado que a mensagem do terceiro anjo deve ir, […] mas não deve estar na dependência do tempo; pois o tempo nunca mais será uma prova. […] Eu vi que alguns estavam fazendo tudo para inclinar-se para o tempo dessa próxima queda – isto é, fazendo seus cálculos com referência a esse tempo.”39 No entanto, Daily repetidamente fala de Ellen White como a grande promotora dessa teoria e até mesmo como tendo vergonhosamente se decepcionado com ela (51-53, 58, 64, 66, 69, 80, 82, 85, 86, 91, 101, 105, 119, 128–129, 142).

Um dos temas mais recorrentes do livro é Ellen White como plagiadora. Depois de qualificá-la como “a mais bem-sucedida plagiadora e vigarista de todos os tempos” (188), ele afirma: “A realidade é que, se ela tivesse referenciado de forma adequada, não haveria contribuição significativa alguma da autora. Ellen estava pegando praticamente toda a sua história, teologia, pensamentos e conteúdo de outros autores sem referenciá-los” (189). Para que fique registrado, em 1986 o White Estate ­produziu um importante documento intitulado Ellen White’s Literary Sources: How Much Borrowing Is There? Esse documento foi atualizado ao longo dos anos para fazer uma reflexão sobre os empréstimos literários conhecidos de Ellen White, identificados tanto por apoiadores quanto por críticos.40 Esse documento demonstra uma porcentagem muito menor de empréstimos do que Steve Daily afirma. Suas conclusões não refletem as últimas pesquisas disponíveis sobre o tema.

Steve Daily não apenas rotula Ellen White e seu marido, mas também aqueles que não veem as coisas da sua perspectiva ­e que discordam de suas conclusões. Ele declara em termos inequívocos: “Qualquer pessoa imparcial que seja exposta às evidências é obrigada a concluir que Ellen White é culpada de atos ilegais, atos imorais, mentira, engano e fraude, juntamente com alguma patologia psicológica grave” (112). Em outras palavras, se você não concorda com essa avaliação, provavelmente não é uma “pessoa imparcial”. Aqueles que aceitam seu dom profético são rotulados como “discípulos que a seguem cegamente” (113), e aqueles que tentam justificar suas declarações são considerados como pessoas que tentam “colocar vendas quando algo diz respeito ao seu ícone religioso” (125). Para ele, não parece ser um problema ético insinuar que as pessoas que aceitam o dom profético de Ellen White são vigaristas de classe baixa, seguindo “a vigarista mais bem-sucedida da história” (261). Aqueles que tentam defender Ellen White de suas críticas já estão rotulados por ele como “apologistas radicais (contorcionistas)” (262).

Se os argumentos de Daily forem tão convincentes e conclusivos ­quanto ele propõe, devem refletir de forma justa as evidências disponíveis. Mas, como foi mostrado, isso infelizmente nem sempre é o caso. Será que é por isso que ele precisa usar tantos rótulos em seus argumentos? Por que simplesmente não apresenta sua opinião e então permite que os leitores avaliem a validade? Suas técnicas retóricas parecem ser manipuladoras e injustas. Esse mesmo estilo não foi usado (pelo menos até este ponto) nos livros anteriores de Daily. Outros podem até se perguntar se essa é a linguagem típica da psicobiografia. Não necessariamente. William Strunk Jr. e E. B. White apontam: “Quando você exagera, os leitores ficam instantaneamente em guarda, e tudo o que precedeu seu exagero, bem como tudo o que se segue, se torna suspeito porque eles perderam a confiança no julgamento ou equilíbrio do autor.”41

Daily deseja que “o leitor tire suas próprias conclusões” (258), e ainda acrescenta: “Incentivo fortemente o leitor a avaliar cuidadosamente este material e fazer sua própria avaliação. […] Minha oração é que vocês pesem as evidências por si mesmos e tirem suas próprias conclusões­” (301). Mas essas concessões finais são precedidas por tentativas contínuas de persuadir os leitores a ver as coisas da perspectiva dele. Isso fica evidente nos pequenos quizzes (perguntas) ao final de cada capítulo, nos quais a resposta já é sugerida com base nas suas próprias conclusões. Por exemplo, no final da introdução ­ele pergunta: “Depois de ler este livro, onde você colocaria Ellen White em uma escala de 1 a 10, sendo 10 uma religião saudável?” (14). No final do capítulo 14, ele pergunta: “O que é mais perturbador, a fraude e o plágio de Ellen White ou o contínuo encobrimento dessa fraude e plágio pelos líderes adventistas que orquestraram a morte da profecia?” (296).

O livro de Daily não é apenas uma mera tentativa de desacreditar o caráter e o ministério profético de Ellen White. É de fato um apelo para que os adventistas rejeitem todas as suas doutrinas “cúlticas” (incluindo o santuário, o juízo investigativo, a lei e o sábado, o sono dos mortos etc.) e experimentem o “alívio e a alegria” sentidas por Daily após “deixar a subcultura adventista” (12, 193). Semelhantemente, também sentido por Herbert Armstrong e a Igreja Mundial de Deus, após decidir em 1997 “abandonar sua Antiga Aliança e ensinamentos cúlticos e abraçar o cristianismo ortodoxo tradicional” (294–295).42

Ao exagerar e distorcer continuamente os ­fatos históricos, alguém se pergunta se o livro talvez revele mais sobre Daily do que sobre Ellen White. Muitas vezes “a nossa filosofia torna-se a história do nosso coração e da nossa própria vida; e de acordo com o que nós mesmos somos, concebemos o homem e sua vocação”.43  Após a leitura desse livro, surge a pergunta inevitável: até que ponto a psicobiografia de Daily foi condicionada por suas próprias frustrações pessoais com Ellen White e a Igreja Adventista do Sétimo Dia? Um retrato tão negativo de Ellen White como o feito por ele é contraditado pelos resultados de Roger L. Dudley e Des Cummings Jr., juntamente com mais de 8.200 adventistas do sétimo dia.44 Esse estudo empírico revelou que as pessoas que leem Ellen White têm um relacionamento muito mais forte com Jesus, segurança de salvação, estudo pessoal da Bíblia, adoração em família etc. Assim, conforme bem expresso nas palavras irônicas de Francis D. Nichol,

se a doença mental da qual a Sra­. White supostamente sofria é capaz de produzir uma vida de serviço, sacrifício e fervor, planos missionários de longo alcance, conselhos para uma vida santificada e altos padrões, uma vida de amor abnegado pelos necessitados e outras graças cristãs que irradiavam de sua vida, então diríamos solenemente, Deus nos dê mais pessoas mentalmente desajustadas.45

As questões levantadas por Daily em seu livro não são novas e já foram abordadas em publicações anteriores.46 Mesmo assim, pode ser interessante comparar mais de perto as jornadas espirituais, fora do adventismo, de Canright ­e Daily, fazendo um paralelo entre os livros de Canright, The Life of Ellen G. White (1919), e Daily, Ellen White: A Psychobiography, explorando seus níveis de confiabilidade histórica47 e técnicas retóricas.48 Mas tais avaliações devem sempre ser ética e legalmente responsáveis,49 levando em consideração a advertência de Cristo contra julgar os motivos dos outros (Mt 7:1).

Primeiro, deve-se ler e aplicar os escritos de Ellen White a si mesmo antes de aplicá-los a outros. Ela declara,

Não vos ponhais como norma. Não façais de vossas opiniões, vossos pontos de vista quanto ao dever, vossas interpretações da Escritura, um critério para outros, condenando-os em vosso coração se não atingem vosso ideal. Não critiqueis a outros, conjeturando os seus motivos, e formando juízos. […] Não nos é possível ler o coração. Faltosos nós mesmos, não nos achamos capacitados para assentar-nos como juízes dos outros. Os homens finitos não podem julgar senão pelas aparências. Unicamente Àquele que conhece as ocultas fontes da ação, e que trata terna e compassivamente, pertence decidir o caso de cada alma.50

Podeis ser leais ao princípio, podeis ser justos, honestos e religiosos; mas com tudo isto deveis cultivar a verdadeira ternura de coração, a bondade e a afabilidade. Se uma pessoa está em erro, sede mais bondosos para com ela; se não fordes afáveis, podereis afugentá-la de Cristo. Cada palavra que falais, mesmo o tom de vossa voz, exprimam vosso interesse e simpatia pelas almas que estão em perigo. Se fordes ásperos, denunciadores, e impacientes para com elas, estareis fazendo a obra do inimigo.51

Uma vez que não podemos ler o coração de outra pessoa, tenhamos cuidado de atribuir motivos errados a qualquer homem, para que não sejamos achados em falta semelhante à de Miriã – condenando aqueles a quem o Senhor está ensinando e guiando – e, assim, trazendo sobre nós a repreensão de Deus.52

Ao longo do livro, há um espírito negativo generalizado e até destrutivo em relação a Ellen White, expresso de maneira bastante tendenciosa e enviesada. Mesmo ideias e conceitos conflitantes devem ser discutidos sem julgamentos. Infelizmente, este não é o caso nesse livro. Além disso, é possível discernir um padrão, pelo qual a evidência histórica não é tratada com precisão, e opiniões opostas e interpretações alternativas ­não são apresentadas de forma justa ou nem mesmo listadas. Isso não é característica de um trabalho de qualidade e coloca uma sombra sobre a credibilidade de todo o livro. Nesse sentido, o livro de Steve Daily não reflete a verdade sobre Ellen White, mas sim a veracidade53 de suas próprias opiniões.

 

Alberto R. Timm, Ph.D.

Diretor Associado

Ellen G. White Estate, Inc.

 

1 Ver “Steve Daily,” Facebook, https://www.facebook.com/stevengdai­lyphd (acesso em 25 de abril, 2021).

2 Steven Daily, “The Irony of Adventism: The Role of Ellen White and Other Adventist Women in Nineteenth Century America” (projeto de doutorado em ministério, Claremont School of Theology, 1985).

3 Steven Gerald Daily, “Adventist Adolescents and Addiction: Substance Use/Abuse in an Adventist Population and Its Relationship to Religion, Family, Self-Perception, and Deviant Behavior” (tese doutoral, United States International University, Campus San Diego, 1991).

4Sobre John Wimber e a Igreja Vineyard, ver “John Wimber,” Vineyard USA, https://vineyardusa.org/about/john-wimber/ (acesso em 25 de abril, 2021).

5 Todos os números com um, dois ou três dígitos entre parênteses referem-se a páginas específicas do livro Ellen G. White: A Psychobiography, e todos os números de quatro dígitos indicam anos.

6 Steven G. Daily, “How Readest Thou: The Higher Criticism Debate in Protestant America and Its Relationship to Seventh-day Adventism and the Writings of Ellen White, 1885–1925” (dissertação de mestrado, Loma Linda University, 1982), 124.

7 Steve Daily, The Essence of Adventism: An Introduction to Seventh-day Adventism (Riverside, CA: Chaplain’s Office, Loma Linda University, 1985), 199–202.

8 Steve Daily, Adventism for a New Generation (Portland, OR: Better Living, 1993), 192–193.

9 Sally G. McMillen, Seneca Falls and the Origins of the Women’s Rights Movement (New York: Oxford University Press, 2008).

10 Daily, “The Irony of Adventism,” viii.

11 Ibid., 219.

12 Ibid., vi.

13 Steve Daily, The Prophetic Rift: How Adventism Has Historically Misunderstood and Misapplied the Prophetic Gift, 1840–1900 (Portland, OR: Better Living, 2007); e idem, The Prophetic Rift II: How Adventism Has Historically Misunderstood and Misapplied the Prophetic Gift, 1900–2000 (Portland, OR: Better Living, 2009).

14 Wayne A. Grudem, The Gift of Prophecy in 1 Corinthians (Eugene, OR: Wipf and Stock, 1999), 43–54; e idem, The Gift of Prophecy in the New Testament and Today, rev. ed. (Wheaton, IL: Crossway Books, 2000), 21–49.

15 Daily, The Prophetic Rift, x–xi.

16 Daily, The Prophetic Rift II, 137.

17 Um “vigarista” é “alguém que engana outras pessoas por fazê-las acreditar em algo mentiroso ou fazendo com que lhes dê dinheiro” (Cambridge Dictionary Online, s.v. “con artist,” https://dictionary.cambridge.org/ us/dictionary/english/con-artist [acesso em 25 de abril, 2021]).

18 George Pickering, Creative Malady: Illness in the Lives and Minds of Charles Darwin, Florence Nightingale, Mary Baker Eddy, Sigmund Freud, Marcel Proust, Elizabeth Barrett Browning (New York: Oxford University Press, 1974).

19 Uma “psicobiografia” clássica é uma biografia escrita a partir de um foco psicodinâmico ou psicoanalítico sobre fatores psicológicos, tais como traumas na infância e motivações inconscientes. Com algumas raízes na antiga hagiografia, esse tipo de avaliação começa com o neurologista austríaco Sigmund Freud (1856–1939) e sua psicanálise da infância de Leonardo da Vinci. Desde a década de 1990, as análises psicobiográficas têm seguido uma abordagem um pouco mais interdisciplinar, integrando as tradições psicoanalíticas e personológicas com uma perspectiva da narrativa. Ver William Todd Schultz, ed., Handbook of Psychobiog­raphy (New York: Oxford University Press, 2005); e Claude-Hélène Mayer and Zoltan Kovary, eds., New Trends in Psychobiography (Cham, Switzerland: Springer, 2019).

20 D. M. Canright, Seventh-day Adventism Renounced After an Experience of Twenty-Eight Years by a Prominent Minister and Writer of that Faith, 2nd ed. (New York and Chicago: Fleming H. Revell, 1889); idem, Life of Mrs. E. G. White, Seventh-day Adventist Prophet: Her False Claims Refuted (Cincinnati, OH: Standard Publishing Co., 1919).

21 Ronald L. Numbers, Prophetess of Health: A Study of Ellen G. White (New York: Harper & Row, 1976); idem, Prophetess of Health: Ellen G. White and the Origins of Seventh-day Adventist Health Reform, edição revisada e expandida (Knoxville, TN: University of Tennessee Press, 1992).

22 Walter T. Rea, The White Lie (Turlock, CA: M & R Publications, 1982).

23 Francis D. Nichol, Ellen G. White and Her Critics (Washington, DC: Review and Herald, 1951).

24 E.g., John J. Robertson, The White Truth (Mountain View, CA: Pacific Press, 1981); Roy E. Graham, Ellen G. White: Co-Founder of the Seventh-day Adventist Church, American University Studies, Series VII – Theology and Religion 12 (New York: Peter Lang, 1985); Jerry A. Moon, W. C. White and Ellen G. White: The Relationship Between the Prophet and Her Son, Andrews University Seminary Doctoral Dissertation Series 19 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1993); Rolando Rizzo, L’eredità di un profeta (Florence: Villa Aurora – Istituto avventista di cultura biblica, 2001); Leonard Brand e Don S. McMahon, The Prophet and Her Critics: A Striking New Analysis Refutes the Charges that Ellen G. White “Borrowed” the Health Message (Nampa, ID: Pacific Press, 2005); E. Marcella Anderson King e Kevin L. Morgan, More Than Works: A Study of Inspiration and Ellen White’s Use of Sources in The Desire of Ages (Millers Creek, NC: Honor Him Publishers, 2009); William Fagal, 101 Questions About Ellen White and Her Writings (Nampa, ID: Pacific Press, 2010); Jud Lake, Ellen White Under Fire (Nampa, ID: Pacific Press, 2010); Kevin L. Morgan, White Lie Soap: For Removal of Lingering Stains on Ellen White’s Integrity as an Inspired Writer (Millers Creek, NC: Honor Him Publishers, 2013); Merlin D. Burt, ed., Understanding Ellen White (Nampa, ID: Pacific Press, 2015); Alberto R. Timm e Dwain N. Esmond, eds., The Gift of Prophecy in Scripture and History (Silver Spring, MD: Review and Herald, 2015); Theodore N. Levterov, Accepting Ellen White: Early Seventh-day Adventists and the Gift of Prophecy Dilemma (Nampa, ID: Pacific Press, 2016); Jean Carlos Zukowski, Adolfo S. Suárez, e Reinaldo W. Siqueira, eds., Ellen G. White: Seu impacto hoje. Artigos teológicos apresentados no XI Simpósio Bíblico-Teológico Sul-Americano (Engenheiro Coelho, Brasil: Unaspress, 2017); Anna Galeniece, ed., The Bible, the Spirit of Prophecy and the Church (Nairobi: Ellen G. White Estate Branch Office, Adventist University of Africa, 2017); Anna M. Galeniece e Super Moesi, eds., The Bible, the Spirit of Prophecy and Contemporary Issues (Pretoria: Ellen G. White Research Centre, 2019); e Denis Kaiser, Trust and Doubt: Perceptions of Divine Inspiration in Seventh-day Adventist History (St. Peter am Hart, Austria: Seminar Schloss Bogenhofen, 2019).

25 Ellen White and Current Issues Symposium (renomeado em 2012 como Ellen White Issues Symposium), vol. 1 (2005); vol. 2 (2006); vol. 3 (2007); vol. 4 (2008); vol. 5 (2009); vol. 6 (2010); vol. 7 (2011); vol. 8 (2012); vol. 9 (2013); vol. 10 (2014); vol. 11 (substituído pelo livro The Gift of Prophecy in Scripture and History [2015], listado no n. 21); vol. 12 (2016); vol. 13 (2017).

26 Denis Fortin e Jerry Moon, eds., The Ellen G. White Encyclopedia, 2nd ed. (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2013).

27 George R. Knight, citado no anúncio da Encyclopedia, Ministry, dezembro de 2013, 2.

28 Cf. Ron Graybill, “D. M. Canright in Healdsburg, 1889: The Genesis of the Plagiarism Charge,” Insight, October 21, 1980, 7–10; Tim Poirier, “Ellen White and Sources: The Plagiarism Debate,” in Understanding Ellen White, ed. Merlin D. Burt (Nampa, ID: Pacific Press, 2015), 145–165; idem, “Ellen White and Sources: The Plagiarism Debate—125 Years Later,” https://whiteestate.org/about/issues/egw-sources/ (acesso em 25 de abril, 2021).

29 Ver, e.g., Committee, “Seventh Day Adventism Renounced,” Healdsburg Enterprise, 9 de janeiro, 1889, 2; E. J. Waggoner, “Eld. D. M. Canright. His Opinion of Mrs. White and the Adventist People,” Healdsburg Enterprise, 23 de janeiro, 1889, 2; Committee, “Rev. D. M. Canright,” Healdsburg Enterprise, 23 de janeiro, 1889, 3; Committee, “Seventh-Day Adventism Renounced,” Healdsburg Enterprise, 30 de janeiro, 1889, 2; Committee, “Seventh Day Adventism Renounced,” Healdsburg Enterprise, 6 de fevereiro, 1889, 2; D. M. Canright, “Reply to Elder Waggoner,” Healdsburg Enterprise, 13 de fevereiro, 1889, 2; “Adventism Renounced by Elder D. M. Canright,” Healdsburg Enterprise, 13 de fevereiro, 1889, 3; J. N. Loughborough, “Ready for a Debate,” Healdsburg Enterprise, 13 de fevereiro, 1889, 3; “Adventism Renounced by Eld. D. M. Canright,” Healdsburg Enterprise, 20 de fevereiro, 1889, 1, 3; “The Minutes,” Healdsburg Enterprise, 20 de fevereiro, 1889, 2; H. B. McBride, et.al., “Lectures on Seventh Day Adventism by Rev. D. M. Canright,” Healdsburg Enterprise, 20 de fevereiro, 1889, 2; “A Partial Review of D. M. Canright’s Discourses on Mistakes of Adventists. By Eld. W. M. Healey at S. D. Adventist Church, Healds­burg, Cal. 18 de fevereiro, 1889,” Healdsburg Enterprise, 27 de fevereiro, 1889, 2; E. J. Waggoner, “Waggoner’s Reply,” Healdsburg Enterprise, 27 de fevereiro, 1889, 3; “Some of Mrs. White’s Revelations,” Healdsburg Enterprise, 6 de março, 1889, 1; W. E. Towson, “An Expression of Esteem,” Healdsburg Enterprise, 6 de março, 1889, 2; “Mrs. White on Herod,” Healdsburg Enterprise, 6 de março, 1889, 2; John N. Bailhache e H. B. McBride, “The Committee Report,” Healdsburg Enterprise, 6 de março, 1889, 2; [336 signatures], “A Testimonial to Eld. Canright,” Healdsburg Enterprise, 6 de março, 1889, 3; Moses, “Chronicles,” Healdsburg Enterprise, 13 de março, 1889, 1; L., “False Charges Refuted,” Healdsburg Enterprise, 13 de março, 1889, 2; e L. N. Nowbridge, “A Testimonial Letter,” Healdsburg Enterprise, 13 de março, 1889, 3. Alguns desses artigos apresentam o nome do autor, outro estão assinados como “Comitê” e outros são anônimos. A ortografia de “Dia”, com inicial maiúscula, aparece nos originais.

30 Pastors’ Union, “Is Mrs. E. G. White a Plagiarist?” Healdsburg Enterprise, 20 de março, 1889, 1.

31 D. M. Canright, “Seventh-Day Adventism Renounced,” séries de treze partes em Michigan Christian Advocate: 16 de julho, 1887, 2; 30 de julho, 1887, 2; 6 de agosto, 1887, 2; 13 de agosto, 1887, 2; 20 de agosto, 1887, 2; 27 de agosto, 1887, 2; 3 de setembro, 1887, 2–3; 10 de setembro, 1887, 2; 17 de setembro, 1887, 2; 24 de setembro, 1887, 2; 1º de outubro, 1887, 2; 8 de outubro, 1887, 2; 15 de outubro, 1887, 2.

32 Nichol, 674–678 (apêndice Q).

33 Herbert E. Douglass, Messenger of the Lord: The Prophetic Ministry of Ellen G. White (Nampa, ID: Pacific Press, 1998), 569–572 (appendix N).

34 Arthur L. White, Ellen G. White, 6 vols. (Washington, DC: Review and Herald, 1981–1986), 6:453–459 (apêndice B).

35 “Last Will and Testament of Mrs. Ellen G. White” (1912), https:// ellenwhite.org/media/document/7574 (acesso em 3 de maio, 2021) e https://adventistdigitallibrary.org/islandora/object/adl%3A22250984 (uploaded em 1º de junho, 2018).

36 James White, ed., A Solemn Appeal Relative to Solitary Vice, and the Abuses and Excesses of the Marriage Relation (Battle Creek, MI: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1870), 200. Na p. 181, Tiago White identifica as páginas 181–272 desse livro como extraídas de “Amativeness”, de O. S. Fowler.

37 Joseph Bates, An Explanation of the Typical and Anti-typical Sanctuary, by the Scriptures (New Bedford, MA: Benjamin Lindsey, 1850), 10–11. Cf. George R. Knight, Joseph Bates: The Real Founder of Seventh-day Adventism (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2004), 156–157.

38 Ellen G. White, “Dear Brethren and Sisters,” Present Truth, novembro de 1850, 87.

39 Ellen G. White, “Dear Brethren,” Second Advent Review, and Sabbath Herald Extra, 21 de julho, 1851, 4.

40 Ellen G. White Estate, “Ellen White’s Literary Sources: How Much Borrowing Is There?” (1986, atualizado em 7 de outubro, 2019), https:// whiteestate.org/legacy/issues-parallel-html/ (acesso em 25 de abril, 2021).

41 William Strunk Jr. e E. B. White, The Elements of Style, 4th ed. (London: Pearson, 2009), 73.

42 Cf. William G. Johnsson, “A Church Self-Destructs,” Adventist Review, 14 de março, 1996, 4; Samuele Bacchiocchi, “Lessons From a Church Meltdown,” Adventist Review, abril de 1996, 25–28; e Kevin Eckstrom, “Worldwide Church of God Changes Name,” Adventist Review, 24 de abril, 2009, https://www.adventistreview.org/archive-2554 (acesso em 25 de abril, 2021).

43 Johann G. Fichte, The Vocation of Man, trad. William Smith (Chicago, IL: Open Court, 1931), 146.

44 Roger L. Dudley e Des Cummings Jr., “Who Reads Ellen White?” Ministry, outubro de 1982, 10–12.

45 Nichol, 50.

46 Ver nn. 23-26, acima.

47 Uma análise crítica sobre o nível de confiabilidade histórica pode ser feita à luz de Historians’ Fallacies: Toward a Logica of Historical Thought (New York: Harper and Row, 1970), de David Hackett Fischer.

48 Para ter acesso a técnicas retóricas do discurso oral ou escrito, será útil a obra clássica de Chaïm Perelman e L. Olbrechts-Tyteca, The New Rhetoric: A Treatise on Argumentation, trad. John Wilkinson e Purcell Weaver (Notre Dame, IL: University of Notre Dame Press, 1969). Ver também Timothy Borchers e Heather Hundley, Rhetorical Theory: An Introduction, 2ª ed. (Long Grove, IL: Waveland, 2018).

49 Joseph G. Ponterrotto e Jason D. Reynolds, “Ethical and Legal Considerations in Psychobiography,” American Psychologist 72, no. 5 (2017): 446–458.

50 Ellen G. White, Thoughts From the Mount of Blessing (Mountain View, CA: Pacific Press, 1955), 124.

51 Ellen G. White, Testimonies to Ministers and Gospel Workers (Mountain View, CA: Pacific Press, 1923), 150.

52 Ellen G. White, “‘Judge Not,’” Signs of the Times, 14 de março, 1892, 294.

53 “Veracidade” (em inglês, “truthiness”) é “a qualidade do que é verdadeiro ou aparentemente verdadeiro, atribuída a algo não necessariamente devido a fatos ou evidências que o sustentam, mas por causa do sentimento ou desejo de que seja verdadeiro” (Merriam-Webster.com Dictionary, s.v. “truthiness,” https://www.mer­riam-webster.com/dictionary/truthiness [acesso em 25 de abril, 2021]).

 

É o perfume de nosso amor aos semelhantes o que revela nosso amor a Deus.”

Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 290