Por Lourenço Gonzalez

O dicionário define o racista:
“Pessoa que tem ou manifesta sentimento de superioridade ou de agressividade de natureza preconceituosa ou discriminatória, em relação a indivíduos de outras raças…”

Há 43 anos conheço os escritos de Ellen White, e posso assegurar: ela nunca foi racista. Ellen Atuou em seu ministério de 1844 a 1915, nos EUA. Escreveu muitos livros, cartas e manuscritos orientados para pessoas individualmente. Um destes, foi o desaconselhamento do matrimônio entre dois americanos: um jovem escuro e uma jovem branca. Disse ela:

“Somos uma irmandade… Devemos tratar as pessoas não brancas com o mesmíssimo respeito com que tratamos as brancas… Mas há uma objeção ao casamento de brancos com negros. Todos devem considerar que não têm o direito de trazer à sua prole aquilo que a coloca em desvantagem; não tem o direito de lhe dar como patrimônio hereditário uma condição que os sujeitaria a uma vida de humilhação. Os filhos desses casamentos mistos têm um sentimento de amargura para com os pais que lhes deram essa herança para toda a vida. Por essa razão, caso não houvesse outras, não deveria haver casamentos entre brancos e negros.” Manuscrito 7, 1896. Grifo meu.

Percebeu sua sinceridade? Ela apenas aconselhou! Como todos os seres humanos são livres e a decisão é pessoal, casaria quem desejasse, certo?
Não duvido que meus amados irmãos – branquinhos ou negrinhos do coração -, entendem este conselho dado numa situação especial dos EUA. Efetivamente, a sinceridade da irmã White amplia-se no Manuscrito 6, 1.891.Escute-a, com carinho:

“Quem que que, da família humana, se entregue a Cristo, quem quer que ouça a verdade e lhe obedeça, torna-se filho da mesma família. Os ignorantes e os sábios, os ricos e os pobres, os gentios e os escravos, brancos e negros Jesus pagou o preço da aquisição de sua alma. Se nele creem, a eles se aplica o sangue purificador. O nome do negro está escrito no livro da vida, junto do nome do branco. Todos são um em Cristo. O nascimento, a posição, nacionalidade ou cor não podem elevar nem degradar os homens…”

Que clareza! Que sinceridade desta irmã tão difamada e condenada por alguns teólogos críticos desinformados! Disse mais ela:
“O Senhor considera com compaixão as criaturas por Ele criadas, não importa a que raça pertençam. Deus ‘de um só fez toda a raça humana para habitar sobre a face da Terra’. … Falando a Seus discípulos disse o Slavador: ‘ vós todos sois irmãos. ‘Deus é nosso Pai comum, e cada um de nós é guarda de seu irmão.” – Review and Herald, 21/1/1896.

A irmã White, nunca foi racista. Lamentavelmente, ela tem se tornado mais do que isto para os inimigos de sua igreja, que contestam veementemente seu dom profético. Que pena!
“Quando a Sra. White não recomenda o casamento entre brancos e negros, não foi por um fator biológico, ou da incompatibilidade genética netre uma raça e outra, pois todas as raças vieram de Deus (Atos 17:26), mas por motivos sociais oriundos de uma sociedade que discriminava fortemente, dolorosamente os negros.

“Se lidas com atenção as declarações sobre o assunto, vão revelar que ela estava mais preocupada com os resultados e consequências sociais e emocionais sobre os filhos de um casamento assim, do que com o casamento entre si. Sua maior preocupação era com as pressões que o casal e os filhos receberiam das pessoas que eles conviviam e eram dada ao racismo.” Pr. Moisés Mattos, Perguntas que eu Faria a EGW, pág.41 – Editora Ados.

A irmã Ellen White, reconhecidamente, viveu numa época super conturbada que levou os EUA à guerra da secessão entre sul e o norte, por causa do racismo.
“Ellen conviveu com este período, quando o preconceito entre brancos e negros foi elevado ao nível máximo. Portanto ela teve que ser muito equilibrada para não perder de vista a missão maior da igreja, que era pregar o evangelho a negros e brancos, ou seja: a todos.” – Ibidem, pág.39.

Os Depositários do Patrimônio Literário White, informam:
“Repetidas declarações de sua pena acerca de relações étnicas indicam claramente que o conselho sobre o casamento interracional não é uma questão de desigualdade, mas essencialmente uma questão de conveniência ou inconveniência provenientes de circunstâncias e condições que podiam resultar em ‘conflito, confusão e amargura’… Ellen G. White reafirmou diversas vezes sua compreensão da igualdade de todas as pessoas e da fraternidade do gênero humano, e sua firme crença nela.” – Meditação Matinal 1968, pág.288.

A Irmã White conhecia de sobejo esta e outras Escrituras: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” – Gálatas 3:28. (Atos 10:34; 17:26; Rom.10:12; Heb. 2:9). Ouça ela confirmando a apóstolo Paulo e a Palavra de Deus:

“A religião da Bíblia não reconhece nenhuma casta ou cor. Ela não faz casa de posição social, riqueza, honra mundana. Deus avalia os homens como homens. Para ele, o caráter decide seu valor. E devemos reconhecer o Espírito Santo em todo aquele em que Ele é revelado.” – Testimonies, vol.9, pág. 223.

“Deus não reconhece distinção alguma de nacionalidade, etnia ou classe social. É o Criados de todo homem. Todos os homens são de uma família pela criação, e todos são um pela redenção. Cristo veio para demolir toda parede de separação e abrir todos os compartimentos do tempo, a fim de que todos possam ter livre acesso a Deus.” – Parábolas de Jesus, pág. 386

“Em nosso culto a Deus não haverá distinção entre ricos e pobres, brancos e negros. Todo preconceito se dissipará. Quando nos aproximamos de Deus, fá-lo-emos como uma só família.” – Meditação Matinal, 1968, pág. 288.

“Os muros do sectarismo, casta e raça desabarão quando o verdadeiro espírito missionário penetrar no coração dos homens. O preconceito é dissipado pelo amor de Deus.” – Review and Herald, 21/1/1986.

“Têm sido erigidos muros de separação entre os brancos e negros. Esse muros de preconceito ruirão por si mesmos, como aconteceu com os muros de Jericó, quando os cristãos obedecerem à Palavra de Deus, a qual recomenda que tenham supremo amor a seu Criados e amor imparcial ao próximo.” – Review and Herald, 17/12/1895.

“Quando for derramado O Espírito Santo, haverá uma vitória da humanidade sobre o preconceito em buscar a salvação da alma de seres humanos. Deus dirigirá a mente das pessoas. Corações humanos amarão como Cristo amou. E a barreira racial será por muitos considerada de modo bem diferente da maneira pela qual é considerada presentemente. Amar como Cristo ama eleva a mente a uma atmosfera pura, celeste, altruísta.” Testimonies, vol.9, pág. 209.

Que clareza! Notável!
Tenho absoluta certeza, que todo leitor, movido por um sincero amor, verá que o conselho de Ellen G. White foi para um momento especial em que vivia seu país. E mais, certamente reconhecerá que ela nunca foi racista. Pelo contrário, sua pena exaltou a unidade racial no amor de Deus em Cristo Jesus. Aleluia!