Roger W, Coon
Secretário associado do Patrimônio
Literário Ellen White , Washington, D.C.

II- A Disposição dos Dízimos e Ofertas

Maneiras apropriadas e impróprias de usar os fundos do Dízimo

Quais são os procedimentos que, “embora bons em si mesmos”, não deveriam ser sustentados pelo dízimo? Conforme Ellen White, eles incluem:

Sobre o lado positivo, Ellen White escreveu: “O dízimo é sagrado, reservado por Deus para Si. É para ser levado à Sua tesouraria, para ser usado no sustento dos obreiros do evangelho em sua obra.”7

Não fica dúvidas  na mente de ninguém quanto ao que ela quis dizer, Ellen White especificou as funções para as quais a mesa administrativa de uma  associação poderia regularmente aplicar os fundos do dízimo. Essas incluem:

Numa época anterior à expansão mundial da Igreja, como hoje está estabelecida, Ellen White também mostrou que, em casos excepcionais de situações de emergências , a Associação poderia usar os fundos do dízimo “ para socorrer os mais humildes lugares de culto”13 . Posteriormente, ela aprovou o uso de alguns fundos do dízimo para auxiliar um iniciativa self-support (de sustento  próprio)que estava sendo implantada pelos Professores Sutherland e Magan em Madison, Tennessee (EUA).14 Essas exceções foram exatamente isto – exceções. Elas não foram a regra. Seu conselho é declarado de forma tão claro que ninguém precisa interpretá-lo  mal: “Grande erro é cometido quando é desviado do objetivo para o qual deveria ser direcionado – o sustento dos ministros.”15

Quem são os ministros? 

Se o dízimo é para ser usado essencialmente para os salários e despesas ministeriais, o que constitui um “ministro”? Um ministério de publicações independente, dentro do território de uma Associação na América do Norte, é conhecido por haver designado seis  dos seus empregados como “ministros”. Nenhum desses “ministros” é reconhecido como tal pela Associação local. Entretanto, todos (três representantes, dois produtores de gravações de fitas cassetes, e uma secretária recepcionista) são pagos com o dízimo que – embora essa organização de publicações não faça campanhas abertas- cordialmente é aceito.

Os empregados desse ministérios de publicaões não criticam igreja. Eles publicam milhões de folhetos e enviam sua  literatura sem despesas extras para países considerados pobres.

São essas três pessoas realmente ministros, qualificados  para serem  pagos com o dinheiro  do dízimo?

No sentido mais amplo, todos os membros da igreja deveriam ser ministros. Ellen White escreveu: “Podeis dizer: ‘Não sou um ministro, e portanto não posso pregar a verdade.’ Não precisais ser ministros no sentido geralmente aceito da palavra; podereis nunca ser chamados a testemunhar detrás do púlpito e, no entanto, ser ministros para Cristo. Se tiverdes os olhos abertos para ver as oportunidades que surgem de falar  uma palavra às almas necessitadas, Deus falará mediante vós e as conduzirá a Cristo.”16

Desse modo todos deveríamos  ser ministros de Deus. No entanto, sugerir que Ellen White aprovaria pagar com o dízimo todos “ministros para Cristo” embora eles não sejam “ministros no sentido geralmente aceito da palavra”, é dar a palavra “ministro” um significado que ela nunca intencionou.

Para Ellen White, os ministros no “sentido geralmente aceito da palavra” foram homens  indicados pela Associação como ministros licenciados ou ordenados. Conforme item mencionado no início deste artigo, ela também inclui mulheres instrutoras bíblicas que serviam sob a tutela da Associação como merecedoras de serem assalariadas com entradas do dízimo.

Os evangelistas da página impressa foram especificamente excluídos por Ellen White da relação das categorias que recebem seu sustento do dízimo. Isso, a despeito de serem efetivos ou de credenciados pela mesa administrativa da Associação, e freqüentemente darem mais estudos bíblicos durante a semana do que  o pastor local. Se os colportores foram incisivamente excluído de receber do dízimo, muito menos autorizado estamos nós para legitimar com o pagamento do dízimo um empreendimento liderado por leigos que nomeiam seus próprios ministros.

Nas casas publicadoras pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, nenhum empregado, , inclusive redatores ordenados ao ministério, é pago dos fundos do dízimo. Não importa se ele é obreiro na fábrica ou mesmo o gerente da editora.

A Casa do Tesouro

Agora, o que dizer da “casa do tesouro”? Malaquias apresenta Deus com instruções para Seu povo trazer todos os dízimos à “casa do tesouro” (Mal.3:10).

Uma leitura correta das declarações de Ellen White nos conduz de forma inquestionável à conclusão de que, em sua mente, a tesouraria da igreja era a casa do tesouro de Malaquias 3. Ela usava as palavras “tesouraria” e “casa do tesouro” como sinônimas quando escreveu : “Se  todos os dízimos fossem trazidos para a casa do tesouro , a tesouraria de Deus não estaria vazia.”17 Com respeito á tesouraria da Igreja, ela declarou: “Muitos presidentes de Associação de Estado não cuidam daquilo que é seu trabalho –ver que os anciãos e diáconos das igrejas nelas realizem seu trabalho, cuidando de que um fiel dízimo seja trazido para o tesouro.”18

Novamente, ela declarou: “Se nossas igrejas estabelecerem seu apoio sobre a palavra do  Senhor e se tornarem fiéis , restituindo seu dízimo para Sua tesouraria, mais obreiros serão encorajados a assumir a obra ministerial.”19

Os adventistas do sétimo dia sustentem, como crença fundamental, que eles são a igreja remanescente referida em Apocalipse 12:17. Eles são a igreja militante, não a igreja triunfante. A igreja militante é composta tanto de trigo como joio, todavia ela é  organização visível que Deus está usando para proclamar a tríplice mensagem angélica até os confins da Terra.

Existe apenas uma “casa do tesouro” e essa deve ser a organização da própria igreja. Isso inclui cada Associação, as Uniões e a Associação Geral. Esses são os três níveis da igreja nos quais as determinadas comissões eleitas estabelecem, adequadamente, em que os dízimo podem ser gastos.

É essencial que todos os alvos das atividades da igreja estejam estritamente relacionados com a nossa missão. A Sra. White declara: “Alguns têm apresentado a idéia de que, ao aproximarmo-nos do fim do tempo, cada filho de Deus agirá independente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há isso de cada qual ser independente. As estrelas do céu estão todas sujeitas a leis, cada uma influenciando a outra para fazer a vontade de Deus, prestando obediência comum à lei  que lhes dirige a ação. E,  para que a obra Do Senhor possa avançar sadia e solidamente, Seu  povo deve unir-se.”20

Não estamos nos movendo juntos quando competimos entre nós pelo dízimo. Tal  prática pode somente levar à fratura de nossa unidade, e finalmente, a uma casa completamente  dividida.

Ofertas

Por sua vez, o que dizer das ofertas? Deus culpou Seu povo do passado de roubá-lo em duas áreas financeiras- “dízimos” e “ofertas” ( Mal.3:8). Expressamente, Ele instrui Seu povo a trazer todos os dízimos à casa do tesouro, mas não necessariamente todas as ofertas. Na administração de nossas ofertas, Deus nos permite determinar a quantidade, o que não é o casa do dízimo. Ele nos deixa decidir o quanto que daremos, e como e onde colocaremos nossas dádivas.

O dízimo é especificado como dez por cento de nossas “entradas” (Lev. 27:32; Deut.14:22), o qual todos somos obrigados pagar. No entanto, no que diz respeito liberais, “cada um oferecerá na proporção em que possa dar” e “segundo a bênção que o Senhor seu Deus lhe houver concedido.” (Deut. 16: 17).

Nossas ofertas podem ser dadas para qualquer uma ou muitas numerosas importantes atividades, tais como as despesas operativas da igreja e escola local, projetos especiais da Associação local, projetos mundiais, nossas várias instituições educacionais, ministério do rádio e TV, e assistência social. Essas ofertas podem ser canalizadas através do tesouro da igreja local, ou dadas diretamente à agência ou atividade escolhida.

Quando Ellen White escreveu a seu filho Edson que “o Senhor não tem especificado qualquer canal através do qual os meios deveriam transpor”, ela estava falando a respeito das ofertas, e não do dízimo, como o parágrafo anterior de sua carta deixa claro: “Existem aqueles que têm meios e darão, alguns pequenas quantias e outros grandes quantias  …diretamente para a parte necessitada da vinha” no Sul dos Estados Unidos.21

Repare novamente o conselho em sua carta à liderança da Associação Geral em 1908, quando a iniciativa Madison ainda estava em seus estágios iniciais : “O Senhor trabalha através de diversas agências. Se existem aqueles que desejam dar um passo para novo campo e assumir novas linhas de trabalho, encorajem-nos a agir assim. … Não se aflijam com receio de que alguns meios irão direto para aqueles que estão tentando fazer a obra missionária de modo tranqüilo e eficaz. Os meios não devem ser manobras apenas por uma atividade ou organização.”22

As restrições colocadas no dízimo não são vistas aqui. As ofertas podem ser dadas diretamente para um projetos missionário escolhido pelo doador, enquanto que os dízimos devem ser devolvidos ao Senhor através da organização da Igreja.

PDF: Conselho e Prática de Ellen G. White – IV


Referências:

1 Manuscript Releases, vol..3, pág. 218; Conselhos sobre Mordomia, pág. 103.

2 Manuscript Releases, vol. 1, págs. 193 e 194.

3 Testimonies, vol.9, págs.  248 a 250.

4 Ibid.

5 Conselhos sobre Mordomia, pág.103; Testimonies , vol. 9, pág. 248; Manuscript Releases, vol. 1, págs.191.

6 Manuscript Releases, vol. 1, págs. 185 e 191.

7 Testimonies, vol. 9, pág. 249.

8 Evangelismo, pág. 492.

9 Testimonies vol. 6, pág. 215.

10 Medicina e Salvação, pág. 245.

11 Manuscript Releases, vol. 1, pág. 189.

12 Ibid., pág. 192.

13 Ibid., pág. 189.

14 Special Testimonies, séries B, nº11, pág. 25.

15 Testimonies, vol. 9, pág.  249.

16 Olhando para o Alto, pág.  241.

17 Pacific Union Record, 10 de outubro de 1901.

18 Testemunhos para Ministros, pág. 305.

19 Testimonies,  vol. 9, pág. 249.

20 Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 406.

21 Ellen White, Carta 136,14 de agosto de 1898.

22 Ellen White, Carta 32,6 de janeiro de 1908.