Por Ellen G. White, Healdsburg, Califórnia, Maio de 1888.
(Introdução de O CONFLITO DOS SÉCULOS pela autora)

Antes que o pecado entrasse no mundo, Adão gozava de plena comunhão com seu Criador. Desde, porém, que o homem se separou de Deus pela transgressão, a raça humana ficou privada desse alto privilégio. Pelo plano da redenção, entretanto, abriu-se um caminho mediante o qual os habitantes da Terra podem ainda ter ligação com o Céu. Deus Se tem comunicado com os homens mediante o Seu Espírito; e luz divina tem sido comunicada ao mundo pelas revelações feitas a seus servos escolhidos. “ Homens santos de Deus falarem inspirados pelo Espírito Santo ”. – II S. Pedro 1:21.

Durante os primeiros vinte e cinco séculos da história humana, não houve revelação escrita. Os que tinham sido ensinados por deus comunicavam seu saber a outros, e esse saber era transmitido de pai para filho, através de gerações sucessivas. A preparação da palavra escrita iniciou-se no tempo de Moisés. Incorporavam-se então revelações inspiradas, em um inspirado volume. Esta obra continuou durante o longo período de dezesseis séculos, desde Moisés, o historiador da criação e da lei, até S. João, que relatou as mas sublimes verdades do evangelho.

Escrita Por Mãos Humanas

A Escritura Sagrada aponta a Deus como seu autor; no entanto, foi escrita por mãos humanas, e no variado estilo de seus diferente livros, apresenta os característicos dos diversos escritores. As verdades reveladas são todas por inspiração de Deus (II Tim. 3:16); acham-se, contudo, expressas em palavras de homens. O Ser infinito, por meio de Seu Santo Espírito, derramou luz no entendimento e coração de seus servos. Deu sonhos e visões, símbolos e figuras; e aqueles a quem a verdade foi assim revelada, concretizaram os pensamentos e linguagem humana.

Os dez mandamentos foram pronunciados pelo próprio Deus, e por Sua própria mão foram escritos. São de redação divina e não humana. Mas a Escritura  Sagrada, com suas divinas verdades, expressa em linguagem de homens, apresenta uma união do divino com o humano. União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e o Filho do homem. Assim, é a verdade com a relação à Escritura, como foi em relação a Cristo, que “ o Verbo se fez carne e habitou entre nós ”. – S. João 1: 14.

 Variações no Estilo e na Ênfase

Escritos em diferentes épocas, por homens que diferiam largamente na posição social e ocupação, e dotes mentais e espirituais, os livros da Bíblia apresentam vasto contraste no estilo, bem como diversidade na natureza dos assuntos explanados. São empregadas diferentes formas de expressão mais incisivamente apresentada por um do que por outro. E como  diversos escritores apresentam um dado assunto sob vários aspectos e relações, pode parecer ao leitor superficial, descuidado e imbuído de preconceitos, haver discrepância ou contradição onde o pesquisador ponderado, reverente, com intuição mais clara, discerne a harmonia que jaz velada.

Sendo apresentada por meio de indivíduos diferentes, a verdade é revelada em seus aspectos vários. Um escritor se impressiona mais fortemente com uma faceta do assunto; apanham os pontos que se harmonizam com sua experiência ou com sua capacidade de percepção e apreciação; outro apreende um aspecto diverso; e cada qual, sob a direção do Espírito Santo, apresenta o que mais vividamente lhe impressiona o espírito, resultando um aspecto diferente da verdade em cada um, mas uma harmonia perfeita no todo. E as verdades assim reveladas unem-se para formar um todo perfeito, adaptado de maneira a satisfazer as necessidades dos homens em todas as circunstâncias e experiências da vida.

Revelação Autorizada e Infalível da Vontade de Deus

Deus foi servido comunicar Sua verdade ao mundo por intermédio de agentes humanos, e Ele próprio, por meio de  Seu Espírito Santo, habilitou e capacitou homens para fazerem esta obra. Guiou a mente dos que falariam ou escreveriam. O tesouro foi confiado a vasos terrenos, sem, contudo, perder coisa alguma de sua origem celestial. O testemunho é transmitido mediante a imperfeita expressão da linguagem humana, sendo, todavia, o testemunho de Deus; e nEle o dócil crente, filho de Deus, contempla a glória de um poder divino, cheio de graça e de verdade.

Em Sua Palavra Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário a salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra-de-toque da experiência religiosa. “ Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda obra ”. – II Tim. 3: 16, 17.

Outras Manifestações Não São Excluídas

Todavia, o fato de que Deus não revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessário a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclamar a mensagem a Seus servos, para iluminar e aplicar os Seus ensinos. E visto que foi o Espírito de Deus quem inspirou a Escritura Sagrada, é impossível que o ensino do Espírito seja contrário ao da Palavra.

O Espírito não foi dado – nem nunca poderia ser – a fim de sobrepor-se à Escritura; pois esta explicitamente declara ser ela a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos. Diz o apóstolo S. João: “ Não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado pelo mundo ”. – I S. João 4: 1. E Isaías declara: “ À Lei e ao Testemunho: Se eles não falarem segundo esta palavra, não haverá manhã para eles ”. – Isa. 8: 20.

Grande vitupério tem sido lançado sobre a obra do Espírito Santo pelos erros das pessoas de certa classe que, pretendendo ser por Ele iluminadas, professam não mais ter necessidade da direção da Palavra de Deus. São governadas por impressões que consideram como a voz de Deus à alma. Mas o espírito que dirige não é o Espírito de Deus. O seguimento destas impressões, com negligência das Escrituras, apenas podem levar à confusão, ao engano e à ruína. Serve simplesmente para favorecer os desígnios do maligno.  Desde que o ministério do Espírito Santo é de vital importância para a Igreja de Cristo, é um dos ardis de Satanás, mediante os erros de extremistas e fanáticos, lançar o desdém à obra do Espírito e fazer com que o povo de Deus negligencie esta fonte de poder que nosso Senhor mesmo proveu.

Em Todo o Período da Dispensação Evangélica

Em harmonia com a Palavra de Deus, deveria Seu Espírito continuar Sua obra durante todo o período da dispensação evangélica. Durante os séculos em que as Escrituras do Velho Testamento bem como as Novo estavam sendo dadas, o Espírito Santo não cessou de comunicar luz à mente individual independentemente das revelações a serem incorporadas no cânon sagrado. A Bíblia mesma relata como mediante o Espírito Santo, os homens receberam advertências, reprovações, conselhos e instruções, em assuntos de nenhum modo relativos à outorga das Escrituras. E faz-se menção de profetas de épocas várias, de cujos discursos nada há registrado. Semelhantemente, após a conclusão do cânon das Escrituras, o Espírito Santo deveria continuar a Sua obra: esclarecer, advertir e confortar os filhos de Deus.

Jesus Cristo prometeu a Seus discípulos: “ Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda verdade; … e vos anunciará o que há de vir ”. – S. João 16: 13. As Escrituras claramente ensinam que estas promessas, longe de se limitarem aos dias apostólicos, se estendem à igreja de Cristo em todos os séculos. O Salvador afirma a seus seguidores: “ Estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos ”. E S. Paulo afirma que os dons e manifestações do Espírito foram postos na igreja para “ o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério,  para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo ”. – Efés. 4: 12, 13.

Pelos crentes de Éfeso o apóstolo orou: “ Para que o Deus de nosso  Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da Sua vocação, … e qual sobre excelente grandeza de seu poder sobre nós os que cremos ”. – Efés. 1: 17-19. O ministério do Espírito divino, iluminando o entendimento e abrindo a mente às profundas coisas da santa Palavra de Deus, foi a benção que S. Paulo assim rogou para Éfeso.

Depois da maravilhosa manifestação do Espírito Santo no dia de Pentecostes, S. Pedro exortou o povo a arrepender-se e a batizar-se em nome de Cristo, para a remissão de seus pecados; e disse ele: “ E recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar ”. – Atos 2: 38, 39.

Na Obra Final do Evangelho

Em imediata relação com as cenas do grande dia de Deus, o Senhor, pelo profeta Joel, prometeu uma manifestação especial de Seu Espírito (Joel 2: 28). Esta profecia recebeu um cumprimento parcial no derramamento do Espírito no dia de Pentecostes; mas atingirá seu pleno cumprimento na manifestação da graça divina que acompanhará a obra final do evangelho.

O grande conflito entre o bem e o mal aumentará em intensidade até mesmo ao final do tempo. Em todas as épocas a ira de Satanás se tem manifestado contra a igreja de Cristo. Deus tem concedido Sua graça s Seu Espírito a Seu povo para fortalecê-lo na resistência ao poder do maligno. Quando os apóstolos de Cristo estavam para levar Seu evangelho ao mundo e registá-lo para todas as épocas futuras, foram especialmente dotados da iluminação do Espírito. Mas, à medida que a igreja se aproxima de seu livramento final, Satanás deverá atingir com maior poder. Ele desce tendo “ grande poder, e sinais e prodígios de mentira ” ( II Tes. 2: 9 ). Durante seis mil anos aquele espírito superior, que já fora o mais elevado dentre os anjos de Deus, tem-se achado inteiramente entregue à obra do engano e ruína. E toda a profundidade da perícia e astúcia satânica, adquirida durante as lutas milenares, toda crueldade desenvolvida, serão trazidas em ação contra o povo de Deus no conflito final. E neste tempo de perigo, os seguidores de Cristo devem levar ao mundo a advertência do segundo advento do Senhor; e deverá preparar-se um povo para estar em pé diante dEle, em Sua vinda, “ imaculados e irrepreensíveis ” ( II Pedro 3: 14 ). Neste tempo, a concessão especial de graça e poder divinos não é menos necessária à igreja do que nos dias apostólicos.

As Cenas do Conflito

Mediante a iluminação do Espírito Santo, as cenas do prolongado conflito entre o bem e o mal foram patenteadas à autora destas páginas. De quando em quando me foi permitido contemplar a operação, nas diversas épocas, do grande conflito entre Cristo, o Príncipe da Vida e Autor de nossa salvação, e Satanás, o príncipe do mal, o autor do pecado, o primeiro transgressor da santa lei de Deus. A inimizade de Satanás para com Cristo manifestou-se contra os Seus seguidores. O mesmo ódio aos princípios da lei de Deus, o mesmo expediente de engano, em virtude do qual se faz o erro parecer verdade, pelo qual a lei divina e substituída pelas leis humanas, e os homens são levados a adorar a criatura em lugar do Criador, podem ser divisados em toda a história do passado. Os esforços de Satanás para representar de maneira falsa o caráter de Deus, par fazer com que os homens acariciem uma concepção errônea do Criador e assim O considerem com temor e ódio em vez do amor; seu empenho para por de parte a lei divina, levando o povo a julgar-se livre de seus requisitos a seus enganos, tem prosseguido com persistência em todos os séculos. Podem ser observados na história dos patriarcas, profetas e apóstolos, mártires e reformadores.

No grande conflito final, como e todas as eras anteriores, Satanás empregará os mesmos expedientes, manifestará o mesmo espírito e trabalhará para o mesmo fim. Aquilo que foi será, com a exceção de que a lua vindoura se assinalará por uma intensidade terrível, tal como o mundo jamais testemunhou. Os enganos de Satanás serão mais sutis, seus assaltos mis decididos. Se possível fora, transviaria os escolhidos. S. João 13:22.

Incumbida de Torná-las Conhecidas a Outros

A medida que o Espírito de Deus me ia revelando à mente as grandes verdades de Sua Palavra e as cenas do passado e futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assim fora revelado – delineando a história do conflito nas eras passadas, e especialmente apresentando-a de tal maneira a lançar luz sobre a luta do futuro, em rápida aproximação. Na prossecução deste propósito, esforcei-me por selecionar e agrupar fatos da história da igreja de tal maneira a esboçar o desdobramento das grandes verdades probantes em diferentes períodos foram dadas ao mundo, as quais excitaram a ira de Satanás e a inimizade de uma igreja que ama o mundo, verdades que têm sido mantidas pelo testemunho dos que “ não amaram suas vidas até a morte ”.

Nestes relatos podemos ver um prefiguração do conflito perante nós. Olhando-os à luz da Palavra de Deus e pela iluminação de Seu Espírito, podemos ver a descoberto os ardis do maligno e os perigos que deverão evitar os que serão achados “ irrepreensíveis ” diante do Senhor, em Sua Vinda.

O Lugar da História na História do Grande Conflito

Os grandes acontecimentos que  assinalaram o progresso da Reforma nas épocas passadas, constituem assuntos da História, bastante conhecidos e universalmente reconhecidas pelo mundo protestante; são fatos que ninguém pode negar. Esta história apresentei-a de maneira breve, de acordo com o escopo deste livro e com a brevidade que necessariamente deveria ser observada, havendo os fatos sido condensados no menor espaço compatível com sua devida compreensão. Nalguns casos em que algum historiador agrupou os fatos de tal modo a proporcionar, em breve, uma visão compreensiva do assunto, eu resumi convenientemente os detalhes, suas palavras foram citadas textualmente; nalguns outros casos, porém, não se nomeou o autor, visto como as transcrições não são feitas com o propósito de citar aquele autor como autoridade, mas porque sua declaração provê uma apresentação do assunto, pronta e positiva. Narrando a experiência e perspectiva dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo, fez-se uso semelhante de suas obras publicadas.

O Alvo de “ O Conflito dos Séculos ”

O alvo de deste livro não consiste tanto em apresentar novas verdades concernentes às lutas dos tempos anteriores, como em aduzir fatos e princípios que tem sua relação com os acontecimentos vindouros. Contudo, encarados como um parte do conflito entre as forças da luz e das trevas, vê-se que todos esses relatos do passado têm nova significação; e por meio deles projeta-se uma luz no futuro, iluminando as sendas daqueles que, semelhantes aos reformadores dos séculos passados, serão chamados, mesmo com perigo de todos os bens terrestres, para testificar “ da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus Cristo ”.

Desdobrar as cenas do grande conflito entre a verdade e o erro; revelar os ardis de Satanás e os meios porque podemos opor eficaz resistência, apresentar uma solução satisfatória do grande problema do mal, derramando luz sobre a origem e a disposição final do pecado, de maneira a manifestar-se plenamente a justiça e a benevolência de Deus em todo o Sue trato com Suas criaturas; e mostrar a natureza santa, imutável de Sua lei – Eis o objetivo deste livro. Que mediante sua influência, almas se possam libertar do poder das trevas, e tornar-se participantes “ da herança dos santos na luz ”, para louvor dAquele que nos amou e Se deu a Si mesmo por nós, é a fervorosa oração da autora.

Mais declarações concernentes à Inspiração

Unidade na Diversidade

Em nossa Bíblia, poderíamos perguntar: Por que necessitavam Mateus, Marcos, Lucas e João nos Evangelhos, porque necessitavam os Atos dos Apóstolos e vários escritores das Epístolas, repisar as mesmas coisas?

O Senhor deu Sua Palavra justamente na maneira em que desejava que ela viesse. Deu-se por meio de diferentes escritores, cada um dois quais tendo sua própria individualidade. Embora tratassem da mesma história, Seus testemunhos são reunidos num livro, e se assemelham a testemunhos numa reunião social. Não apresentam as coisas justamente no mesmo estilo. Cada um deles tem uma experiência própria, e essa diversidade amplia e aprofunda o conhecimento revelado para atender às necessidades de mentes diversas. Os pensamentos expressos não tem uma uniformidade estabelecida, como se fossem lançados num molde de ferro, tronando monótono até ouvi-los. E Em tal uniformidade haveria perda de graça e da beleza distintiva…

O Criador de todas as coisas pode impressionar espíritos diferentes com o mesmo pensamento, porém cada um deles pode exprimi-lo de uma maneira diversa, mas sem contradição. O fato dessa diferença existir, não nos deve deixar perplexos ou confusos. Raras vezes duas pessoas verão e exprimirão a verdade do mesmíssimo modo. Cada uma delas se apega a pontos peculiares que sua constituição e educação a têm habilitado a apreciar. A luz, incidindo sobre diferentes objetos, dá aos mesmos diferentes matizes.

Pela inspiração de Seu Espírito, de Deus a Seus apóstolos verdades que deviam ser expressas segundo o desenvolvimento de sua mente pelo Espírito Santo. Mas a mente não é comprimida, como se fosse forçada para dentro de certo molde – Carta 53, 1900. (Selected Messages, Livro I, pp. 21 e 22)

O Senhor Fala Em Linguagem Imperfeita

O senhor fala aos seres Humanos em linguagem imperfeita, para que os sentidos degenerados, a percepção obscura, terrena, dos seres terrestres possam compreender-lhe as palavras. Assim é demonstrada a deferência de Deus. Ele se encontra com os seres humanos caídos onde eles estão. Perfeita como é em sua simplicidade, a Bíblia não corresponde às grandes ideias de Deus; pois sendo infinitas não podem ser perfeitamente corporizadas em veículos finitos do pensamento. Em vez de as expressões da Bíblia serem exageradas , como muitos supõe, as expressões fortes deixam muito a desejar diante da magnificência do pensamento, embora o escritor escolhesse a linguagem mais expressiva para transmitir as verdades da educação mais elevada. Os seres pecaminosos apenas podem suportar ver uma sombra do esplendor da glória celeste.  –  Carta 121, 1901. ( Selected Messages, Livro I, pág. 22 ).

Perigos de Dissecar Mensagens Inspiradas

Alguns se arvoram em juizes das Escrituras, declarando que esta ou aquela passagem não é inspirada, porque não lhes impressiona favoravelmente o espírito. não a podem harmonizar com suas idéias da “ falsamente chamada ”(I Tim. 6:20) filosofia ou ciência. Outros, por diferentes razões, põem em dúvida a palavra de Deus. Assim muitos andam cegamente onde o inimigo prepara o caminho. Ora, não é da competência de nenhum homem sentenciar sobre as escrituras, julgar ou condenar qualquer parte da palavra de Deus. Quando alguém se atreve a fazer isto, Satanás cria para ele uma atmosfera que impede o crescimento espiritual. Quando um homem se julga tão sábio que ousa a dissecar a palavra de Deus, sua sabedoria, para Deus, é considerada loucura. Ao saber mais, sentirá que ainda tem tudo a aprender. E sua primeira lição é tornar-se suscetível de ensino. “ Aprendei de mim ”- diz o Grande Mestre – “ que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas ”. ( S. Mateus 11:29 ).

Vós que vindes educando a vós e a outros no espírito da crítica e acusação, lembrai-vos que estais imitando o exemplo de Satanás. Quando serve ao vosso propósito, tratais os Testemunhos como se neles crêsseis, citando-os para fortalecer qualquer declaração que desejais que prevaleça.

Mas como é quando se dá luz para vos corrigir os erros? Aceitais então a luz? Quando os testemunhos vos contrariam as idéias, então os tratais muito levianamente.

A ninguém convém soltar aqui e ali uma palavra de dúvida que opere como veneno em outras mentes, abalando sua confiança nas mensagens que Deus tem dado, que têm ajudado a pôr o fundamento desta obra e a têm acompanhado até o presente com reprovações, advertências, correções, e encorajamento. A todos os que têm se postado no caminho da escritura direi: Deus tem dado uma mensagem a seu povo, e Sua voz será ouvida quer queirais, quer não vossa posição não me Tem ofendido;  Mas deveis dar conta ao Deus do Céu, que enviou essas advertências e instruções, para conservar seu povo no caminho certo. Tendes de lhe dar conta de vossa cegueira, por serdes uma pedra de tropeço no caminho dos pecadores.

“ A lei e ao testemunho! Se eles falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”. – Isa. 8:20. Mesmo a obra do Espirito Santo no coração deve ser provada pela Palavra de Deus. O Espírito que inspirou as Escrituras, sempre leva às Escrituras. –General Conference Daily Bulletin, 13 de abril de 1891 ”. “ Selected Messages ”, Livro I, pp. 42 e 43.

Nenhum Homem Deve Pronunciar Juízo Sobre a Palavra de Deus

Tanto no Tabernáculo (Battle Creek) como no colégio, tem sido ensinado o assunto da inspiração, e homens finitos têm assumido a responsabilidade de dizer que algumas coisas das Escrituras eram inspiradas e outras não. Foi-me mostrado que o Senhor não inspirou os artigos sobre inspirações publicados na  “ Review ”, nem tão pouco aprovou seu endosso diante de nossos jovens do colégio. Quando os homens se aventuram a criticar a Palavra de Deus, aventura-se em terreno sagrado e santo. E bem melhor seria que temessem e tremessem, considerando sua sabedoria como loucura. Deus não encarregou nenhum homem de pronunciar juízo sobre Sua Palavra, escolhendo algumas coisas como inspiradas e desacreditando outras como não sendo. Os testemunhos tem sido tratados da mesma maneira, mas Deus não está nisso. – Carta 22, 1889. ( Selected Messages, Livro I, p. 23 ).

+ Faz-se referência, aqui uma série de artigos cujo escritor advoga haver “ diferença de grau ” de inspiração. Ver The Review and Herald, 15 de janeiro de 1884. – Os Compiladores.

Guiados por Sonhos

Experiência do Pastor Loughborough

Indagais sobre alguns de meus sonhos. Não desejo que sejam usados como exaltação do eu acima dos outros, mas como sinal de que o Senhor deseja guiar no dever pessoal aos Seus servos que humildemente nEle confiam.

Não tenho tomado meus sonhos como uma imposição a outras pessoas, antes em seu cumprimento literal sou animado por estar agindo no desempenho do dever.

Um dos primeiros sonhos que anotarei ocorreu no ano de 1859 em Parkville, Michigan, no mês de outubro. O pastor J. N. Andrews e eu havíamos realizado uma reunião de tenda em Parkville, no verão, e despertado bom grupo de observadores do sábado. Com minha esposa e uma menina de dezoito meses, fora eu fazer mais trabalho em confirmar o grupo. Para ali chegar fomos de trem a Kalamazoo, e os irmãos nos encontraram com uma parelha, e nos levaram para Parkville, esperando nós voltar a Battle Creek de maneira idêntica, a 16 de outubro.

Nesse ano as despesas de nossa tenda e da família foram custeadas por um fundo levantado na primavera, para esse fim. Tínhamos em nossa família pensionistas do escritório da Review, e empregamos uma moça para fazer o trabalho da casa em nossa ausência. Papai Kellogg, que cuidava de uma pequena mercearia, deixou minha conta de mantimentos correr até o outono. Era então de 36 dólares, e justamente restava esta quantia, do dinheiro da tenda, com o qual pretendia pagar a conta.

Cerca do tempo em que cheguei a Parkville, o irmão White e esposa, que tinham estado realizando reuniões nos Estados do Este, pediram para Review de Michigan, que eu a eles me unisse em Detroit, a 3 de novembro, e com eles realizasse reuniões em Lapper, North Plains, Wright, Grand Rapids, Monterey, Otsego e Battle Creek até 22 desse mês. Imediatamente respondi ao irmão White que não me podia unir a ele; que eu não tinha dinheiro para a viagem. Deviam 36 dólares e esse era justamente a quantia que possuía. Ele publicou minha carta na Review, dizendo: “ Irmãos, se quereis que o irmão Loughborough se junte convosco nessas reuniões, escrevei para ele em Battle Creek, e não vos esqueçais de por algum dinheiro para que possa vir ”.

Naquela noite, depois de ler sua nota na Review, sonhei com a viagem para casa, para Battle Creek, mas, em vez de voltar, como havíamos planejado, no dia anterior ao da nosso partida, sonhei que o irmão Adams me dissera: “ Acabo de comprar um nova carroça e vou a Battle Creek amanhã e o levarei de volta. Quer ir ? ” Assim, no sonho fomos com ele, em sua carroça, para Batlle Creek. Ao chegarmos quase à metade do caminho, a menina disse: “ Mamãe, quero leite ”. Então paramos em uma casa de fazenda e eles se sentiram muito alegres em dar um pouco de leite à pequena e ouvir sua tagarelice. Sonhei que ao chegar a casa disse à empregada: “ Carrie, há alguma carta para mim? Ela disse: Sim, há justamente dez ”. Minha esposa, sonhei, sentou-se ao meu lado com a pequena no colo. Eu abria uma carta, tirava a cédula e a estendia sobre os joelhos. Todos insistiam para que eu fosse a cada um enviava dinheiro. Então contei o dinheiro e disse: “ Maria, aqui estão justamente 25 dólares. Tenho de ir encontrar-me com o irmão e a irmã White naquelas reuniões ”.

Contei o sonho a minha esposa e então o tirei da cabeça, visto meus planos de voltar a Batlle Creek, do mesmo modo em que havíamos chegado, estarem amadurecendo: realmente, o irmão Adams que nada sabia do sonho, no dia anterior àquele em que devíamos partir, chegou e propôs levar-nos em sua nova carroça. Logo que  proposta foi feita (segundo minha esposa me contou mais tarde), todo o sonho lhe veio à mente, porém pensou: “ Ficarei quieta até ver se o resto se cumpre ”.

Partimos, e exatamente ao chegarmos à metade dos cinqüenta e oito quilômetros, a pequena começou: “ Mamãe, quero leite ” e, ali, na casa da fazenda, houve o afago e a garrulice da criança. Chegamos a casa, minha esposa sentou-se ao meu lado, com a menina no colo. Ao sentar-se a seu lado em outra cadeira, disse: “ Carrie, há alguma carta para mim? ” Então veio a resposta: “ Justamente dez ”. E o resto veio exatamente como eu sonhara. “ Maria, aqui estão justamente vinte e cinco dólares; tenho de ir unir-me com eles ”.

Disse ela: “ Isso é exatamente como você sonhou ”. Por estranho que pareça, foi a primeira vez que pensei no sonho depois de o haver contado a minha esposa. porém ela disse que estivera atentando para isso desde a proposta do irmão Adams, para ver se tudo sucederia como eu sonhara, admirando-se de que não e lembrasse do sonho. Encontrei o irmão e a irmã White em Detroit, e passamos um tempo agradável enquanto ali estávamos. Carta de J. N. Loughborough a D. A. Parsons, 27 de outubro de 1916.

Direção no Campo de Trabalho

Durante o inverno de 1867 e 1868, tendo o autor ( J. N. Loughborough) feito de Battle Creek, Michigan, o seu lar durante dez anos, muito ensaiara mentalmente quanto a mudar sua sede. Muitas orações subiram ao Céu sobre o assunto, tornando-se cada vez mais forte a impressão de que o lugar de trabalho seria no sudoeste, e a longa distância dali. Buscando ainda sabedoria e direção divinas, deu-lhe a Senhor tanto quanto vinte sonhos, em que figurava grandemente o trabalho na Califórnia, com uma tenda e de muitas outras maneiras. Disso nada se disse a alguém, antes nesse ínterim cogitávamos o que tudo isso queria dizer.

Como mais tarde se revelou, a mente do Pastor D. T. Bordeau foi impressionada da mesma forma, e de maneira tão certa decidiu ele que devia ser enviado para algum campo ocidental distante e não voltar a Vermont, que vendeu tudo quanto tinha: cavalo, carruagem, utensílios domésticos, chegando a Battle Creek com a esposa para assistir à Conferência Geral, tendo transformados todos os seus bens terrenos em contas bancárias e aprontando-se para ir onde a Associação Geral e a providência de Deus indicassem. – Pacific Union Recorder, 28 de dezembro de 1905.

Sonhos do Pastor Bates e Annie Smith

Para agradar à mamãe, Annie Smith aquiesceu em assistir à reunião realizada pelo pastor Bates, no sábado, em casa de Paulo Folson, em Sommerville, Mass. O Pastor A. W. Spalding dá o seguinte relatório:

Na noite anterior àquele sábado, ela teve um sonho. Sonhou que ia à reunião, mas era tarde, e que ao ali chegar, estavam cantando o segundo hino. Todos os assentos estavam ocupados, exceto um que ficava perto da porta, e ali se assentou. Um homem alto, de nobre aparência e agradável, apontava para um mapa esquisito, dizendo: “ Até duas mil trezentas tardes e manhãs, e o santuário será purificado ”. O que ele disse era muito interessante, sonhou ela, e sabia que era verdade.

Na mesma noite, José Bates sonhou. Sonhou que estava na sala em que se realizaria a reunião. Sonhou que mudara de opinião acerca do assunto que ia apresentar, e que falou sobre a questão do santuário. Depois de terem cantado o primeiro hino e orado, e estarem cantando o segundo hino, abriu-se a porta e uma jovem senhora entrou, sentando-se no único lugar vago, perto da porta. Era Annie Smith, sonhou ele, e ela se interessou imediatamente, aceitando a fé.

Assim ambos acordaram naquela manhã de sábado, e ambos se esqueceram completamente de seus sonhos. Annie se aprontou para ir à reunião com bastante tempo, mas em Sommerville errou o caminho, e ao encontrar a casa do Sr. Folson, era tarde. Ao entrar, estavam cantando o segundo hino e ela tomou o último assento que havia, justamente perto da porta. José Bates levantou-se e apontou o mapa, citando: “ Até duas mil e trezentas tardes e manhãs, e o santuário será purificado ”. Imediatamente o sonho de Annie lhe veio à mente. Ao mesmo tempo viu-a o senhor Bates, e se recordou do sonho. Elevou uma oração pedindo auxílio especial. Explicou ao povo como ocorrera o desapontamento: porque o santuário está no Céu e não na Terra; e então mostrou como deve ser dada a mensagem do terceiro anjo e apresentou a verdade do sábado

Terminada a reunião, dirigiu-se a Annie, dizendo com um sorriso de saudação: “ Creio que é filha da irmã Smith, de West Wilton. Nunca a antes mas seu rosto me parece familiar. Sonhei que a vi na noite passada ”.

“ Ora ”, disse Annie, “ eu sonhei que via o senhor. Sonhei que estava nesta reunião, e que tudo correu justamente como eu sonhara ”. E, acrescentou ela, com um pouco de hesitação: “ sonhei que era verdade; e agora eu sei que é a verdade ”. – A. W. Spalding, em Pioneer Stories, págs. 290 – 292.

Tiago White é Advertido em Sonho

Três semanas antes de Tiago White partir de Battle Creek para o Oeste ( outubro de 1868 ), nasceu o quarto filho, João Herbert White. A criança parecia estar passando bem quando o Pastor White começou a viagem. E não havia motivo para apreensão. As cartas recebidas traziam alegres novas acerca do pequenino. Contudo, poucos dias depois de deixar Mausten, enquanto estava na casa do irmão Patch, em Mackford, Wiscosin, estando em oração, pareceu-lhe ver a criança deitada no colo da mãe, com a cabeça e o rosto terrivelmente inchados e inflamados. Imediatamente escreveu para casa, exprimindo seu temor de que a criança não estivesse passando bem.

Três dias mais tarde, ao ser recebida a carta, a mãe disse a uma pessoa presente, que se o marido ali estivesse, não teria muita fé em seu pressentimento.

Na noite que se seguiu àquela em que Tiago White tivera tão vívido pressentimento quanto à doença do bebê, sonhou ele que certa firma de corretores de fundos em Battle Creek estava vendendo sapatos de estoque velho numa pequena loja. Ao reconhecê-los, exclamou: “ Eles faliram ! ” As palavras acordaram-no e ele cogitava se por ventura haveria qualquer significação no sonho, pois não havia banco em Battle Creek e depositara nessa firma, aparentemente segura, mais ou menos mil e oitocentos dólares, que lhe fora enviada para ser empregada no estoque, ao ser organizada a Sociedade de Publicações.

Tanto o pressentimento como o sonho lhe fugiram da mente. Mas quando poucos dias depois, lhe veio à mão um telegrama, estava preparado para a notícia de que a criança estava à morte e o pedido de que voltasse imediatamente.

Cancelando os compromissos da semana seguinte, apressou-se a ir a Battle Creek. Do que se seguiu, escreve ele:

“ Ao voltarmos para casa ( 25 de novembro ) encontramos a criança deitada nos braços da mãe e na mesma posição e condição que me foram reveladas quando estava ajoelhado perante o Senhor, em casa do irmão Patch ”. – Life Sketches ( ed. 1880 ), pág. 352. ( Life Sketches of James and Ellen White ).

Durante quatro semanas os ansiosos pais cuidaram da criança sofredora fazendo tudo que estava ao seu alcance para o restabelecimento. Fervorosamente apresentaram o caso ao Senhor, pedindo cura. Mas um Pai de amor decidiu o contrário e, a 14 de dezembro, ela morreu …

Os funerais da criança realizaram-se de manhã. Na tarde do mesmo dia, ao entrar o Pastor White no escritório da Review, passou-lhe como um relâmpago, pela mente, a experiência de Mackford, e o sonho indicando que o dinheiro em mãos dos corretores não estava seguro. Imediatamente reuniu todos os seus companheiros, e exprimiu sua crença de que Deus lhe dera essa advertência para livrá-los de perder o dinheiro.

Logo foi feita a compra do material da construção, sendo rapidamente reduzidos os depósitos em mãos dos corretores, até o fim de junho de 1861, quando foi liquidado o restante do capital e dos juros. Dois dias depois declarou-se a falência dos corretores. Como resultado, os depositantes de Battle Creek e da cidade vizinha perderam mais de 50.000 dólares. Dessa experiência disse Tiago White:

“Muitos e Battle Creek sabíamos que havíamos depositado dinheiro com esses homens e supunham que havíamos perdido como os outros. E ao voltarmos do Leste, amiúde nos faziam a pergunta: “Quanto perderam com esses homens?” Tínhamos o prazer de responder: “Nenhum dólar”. “Bem, tivesses sorte”, era freqüentemente a resposta. A Providência divina cuidara deste investimento que solenemente fora dedicada à causa. E ao relatarmos repetidas vezes os fatos precedentes, sentíamos justificados em declarar que Deus enviara o Seu anjo para nos advertir ainda a tempo de salvar os meios que haviam sido dedicados à Sua obra ”. – Life Sketches of James and Ellen White, ( ed. 1880 ) pág. 353.

Esta experiência teve uma influência de grande alcance. Deu coragem ao Pastor White com relação às questões financeiras ; e para seus irmãos foi uma garantia de direção e segurança. Se uma advertência em sonho o habilitará a salvar varias centenas de dólares do dinheiro consagrado que estava em mãos inseguras, poderiam eles duvidar de que a mão guiadora de Deus se fizesse sentir em outros assuntos?

Assim estavam eles preparados para considerar a Sociedade de Publicações, ao ser ela organizada, como um bom lugar para se depositar alguns dos meios excedentes que Associação aceitaria como empréstimo sem juros, crendo estarem tão seguros como se tivessem sido postos no banco local.

Nos anos que se seguiram, muito dinheiro foi emprestado sem juros ao escritório da Review and Herald, o que muito ajudou na impressão e disseminação de uma grande variedade de livros sobre a mensagem presente.

W. C. White em Review and Herald , 5 de março de 1936.

Anjos em forma Humana

O Senhor quer que compreendamos que esses seres poderosos que visitam nosso mundo tem desempenhado parte ativa na obra que achamos ser nossa. Esses seres celestiais serão anjos ministradores e freqüentemente se disfarçam sob  a forma de seres humanos, e como estranhos conversam com os que se empenham na obra de Deus. Em lugares solitários tem sido os companheiros do viajante em perigo. Em navios acossados por tempestades têm falado palavras para acalmar o temor e inspirar esperança na hora do perigo. Sob diferentes circunstâncias, muitos tem ouvido a voz dos habitantes de outros mundos. Muitas vezes tem eles sido os líderes de exércitos. Têm sido enviados para extinguir pestilências. Tem comido à mesa humilde de famílias, tendo freqüentemente aparecido como viajantes cansados, necessitados de abrigo durante a noite.

“Necessitamos compreender melhor o trabalho desses anjos visitantes. Bom seria que nós, como filhos de Deus, considerássemos que seres celestiais ouvem nossa conversa e contemplam as nossas obras. Anjos celestiais estão cooperando em toda a boa obra, e assim é a Terra ligada com o Céu ”. E. G. White, Review and Herald, 22/11/1898.

Seria o Anjo de Deus?

“Recentemente, numa reunião realizada na tenda grande, disse o Pastor Haskell que daria cem de seus livros “Seer of Patmos” para ajudar a obter meios para a prossecução da obra, caso os irmãos e as irmãs fizessem o máximo ao seu alcance para vendê-los. Depois de se assentar, um homem, de aparência asseada e de fisionomia agradável adiantou-se e lhes colocou algum dinheiro na mão meio fechada com as palavras: ‘O Senhor necessitava disto’. O Pastor Haskell abriu a mão e ali havia cem dólares. Virou-se para agradecer ao homem, mas não estava mais. Várias pessoas procuraram segui-lo para ver quem era, mas não podiam ver homem algum. Seria um anjo de Deus quem fez isto? – E. G. White , carta  342, 1906.

Reprovação a um ministro adventista do sétimo Dia 

Segundo contado pelo Pastor V. G. Starr

Voltando outra vez ao dia da partida da irmã White da Austrália, logo inquirimos se ela havia recebido qualquer notícia de certo ministro que se opusera à apresentação da justiça pela fé, na Assembleia da Associação Geral de Minneapolis, em 1888.

Respondeu ela: “Sim, faz apenas poucos meses que recebi uma carta dele, dizendo que se convertera quanto àquele assunto, e que agora tínhamos nele um novo homem de Deus”.

Perguntei então se já lhe havia contado um incidente que ocorrera numa  reunião de tenda em Oskaloosa, Iowa, na qual um estranho censurou severamente esse mesmo ministro por seu espírito de controvérsia e debate. Ela replicou que não, e eu lhe relatei o seguinte incidente:

“Uma manhã, enquanto quatro de nós estávamos na tenda em Oskaloosa, Iowa,  dois conversando, o Pastor E. W. Farnsworth sentado à mesa escrevendo, e esse outro ministro andando pela tenda, entrou pela porta. Pareceu-me este homem de melhor aparência que eu a jamais vira. Tinha mais de um metro e oitenta de altura, era bem proporcionado, e tinha uma expressão de bondade no rosto. Meu interesse nele foi imediatamente despertado, pois esperava que pudesse ser um daqueles que abraçariam a verdade e trariam boa influência para a obra ali. Quando o ministro que estava andando para a porta da tenda dele se aproximou, o estranho indagou da significação dessa tenda e do equipamento com ela relacionado. O ministro respondeu: “É um lugar de reuniões religiosas. Somos Adventistas do Sétimo Dia. Cremos que o Senhor Jesus logo virá e estamos trabalhando para preparar o povo”.

“O estranho respondeu: ‘Tenho muito interesse nisso e gostaria de conversar com o senhor a este respeito’. Assim o ministro o convidou para se assentar, e nós dois jovens ouvimos com interesse a conversa. O estranho indagou como achávamos  que Jesus haveria de voltar. O ministro explicou nossos pontos de vista sobre a vinda pessoal e visível; e então seguiram-se as perguntas costumeiras quanto ao que aconteceria aos vivos, justos e ímpios, à ressurreição dos justos, etc.

“A princípio o ministro respondeu às perguntas de maneira amável, mas logo assumiu uma atitude de debate e controvérsia. Não razão para isso, visto o estranho manifestar tão bom e dócil espírito de interessada inquirição, e não fazer objeções. Geralmente respondia: ‘Bem, está certo. E agora que diz a esse respeito?’ Conforme o ponto, levava naturalmente a outra indagação. Mas esse ministro em vez de continuar pacientemente explicando mais, assumiu uma atitude de defesa. Fiquei ansioso, pois temia que suas maneiras ofendessem ao estranho, e perdêssemos alguém que parecia uma aquisição tão desejável. Só podia pensar naquele quadro de Satanás jogando o jogo da vida com o homem, por sua alma.

“Depois de cerca de uma hora de tal conversa, o estranho levantou-se em toda a sua dignidade e, dirigindo-se ao ministro disse: ‘Não sois ministros de Jesus Cristo; sois controversista, senhor’. Em vez de o ministro reconhecer que fora devidamente censurado, em vez disto, riu entre os dentes e deu gargalhadas, dizendo: ‘Ah, o senhor não pode enfrentar o argumento’. O estranho nenhuma referência fez a isso, mas repetiu outra vez, palavra por palavra: ‘Não sois ministro de Jesus Cristo, sois um controversista. Ali está o vosso ministro’, disse ele apontando para o pastor E. W. Farnsworth, do outro lado da tenda e que ainda estava escrevendo. Novamente o ministro riu, e pela terceira vez o estranho repetiu: ‘Não sois ministro de Jesus Cristo, sois um controversista, senhor. Desejo-lhe bom dia’. E saiu pela porta da tenda ”.

Virando-se para nós jovens o ministro disse: ‘Ele não pôde enfrentar o argumento’. Mas o, nosso coração estava verdadeiramente triste. Parecia que se havia perdido uma oportunidade tão maravilhosa, e que um inquiridor muito promissor fora tocado de nós ”.

“Ora, irmão Starr, aquele era um anjo de Deus ”, disse a irmã White.

“Era? ” Indaguei eu. “ Como sabe? ”.

“Como sei? ” respondeu a irmã White, “Ora, eu dei esta mensagem a esse irmão na assembléia de Minneapolis, e lhe disse que o Senhor enviaria um anjo para censurá-lo pela sua maneira sentenciosa de trabalhar ”.

Starr MS, págs. 150-152
Publicações de Ellen G. White
Arquivo de documentos no s496.

 Declarações da imprensa secular concernentes a Ellen G. White

História Biográfica Americana
Sra . E. G. White

A senhora White é uma mulher de organização mental singularmente bem equilibrada. Os traços predominantes são benevolência, espiritualidade, consciência e idealismo. Suas qualidades pessoais são de molde a lhe granjear a mais viva amizade de todos aqueles com quem entra em contato, e lhes inspirar a máxima confiança em sua sinceridade. Seja o que for que tenha sofrido devido a calúnias ocasionadas pela impopularidade da causa com a qual tem estado ligada, tem isso emanado daqueles que não estão familiarizados com sua vida diária. Não obstante seus muitos anos de trabalho público, mantém a simplicidade e honestidade que lhe caracterizam a vida passada.

Como conferencista é a Sra. White uma das de maior êxito das poucas senhoras que se têm tornado dignas de nota como oradoras neste país, durante os últimos vinte anos. O uso constante  de tal maneira lhe tem fortalecido os órgãos vocais que lhe dá voz rara profundidade e poder. A clareza e força de sua articulação são tão grandes que, quando fala ao ar livre, tem sido com frequência ouvida distintamente a distância de uma milha. Sua linguagem, embora simples, é sempre convincente e elegante. Quando inspirada em seu assunto, é amiúde, maravilhosamente eloquente, mantendo os maiores auditórios fascinados por horas, sem um sinal de impaciência ou cansaço.

O assunto de seus discursos é sempre de caráter prático, tratando principalmente dos deveres domésticos, da educação religiosa da criança, da temperança e de tópicos afins. Em ocasiões de reavivamento, é sempre o orador mais eficiente. Frequentemente tem falado a imensos auditórios, nas grandes cidades, sobre seus temas favoritos, tem sido sempre aceita com grande favor. Numa ocasião em Massachusetts, vinte mil pessoas ouviram-na, com a máxima atenção por mais de uma hora.

A senhora White é autora de numerosas obras, que têm tido ampla circulação. Seus escritos se caracterizam pela simplicidade e natureza prática que são notáveis em seus discursos. Entram na vida doméstica ou círculo familiar de um modo que prende a atenção do cândido leitor  e não pode deixar de instruir nos solenes deveres da vida prática. Seus volumes impressos reúnem mais de cinco mil páginas. – American Biographical History of Eminent and SelfMade Men of the State of Michigan  ( 3o Distrito do Congresso), pág. 108.

O Independente

Uma Profetisa Americana

É distinção de nossos dias que a igreja americana tenha desfrutado os ensinos de duas profetisas. O primeiro século de nossa história colonial deu-nos Ana Hutchinson. Nos tempos antigos os profetas eram apedrejados, e Massachusetts baniu para Rhode Island sua primeira profetisa. Daí ela atravessou para colônia holandesa do rio Hudson, sendo morta pelos índios perto de Hellgate. Nossas duas últimas profetisas, a senhora Eddy, fundadora da  Ciência Cristã, e a senhora Ellen G. White, líder ensinadora dos Adventistas do Sétimo Dia, viveram e morreram em confronto e honra, cercadas pelos seus seguidores, que as admiravam. Muitos dos discípulos da senhora Eddy criam que ela nunca morreria, e a senhora White esperava ser um daqueles que seriam arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. O Senhor, porém, retardou Sua vinda, e ela entrou em descanso como tantos outros, aos oitenta e oito anos de idade e seu sepultamento ocorreu há alguns dias no quartel general dos adventistas em Battle Creek, Michigan. Seu esposo, pastor White, partilhou com ela a honra de fundar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, porém ela foi sua única profetisa.

Ellen G. (Harmon) White, nascida em Gorham, Maine, era uma menina muito religiosa e aos treze anos, em 1840, em meio ao excitamento milerita, ouviu o reverendo Guilherme Miller pregar sobre a breve volta de Cristo, e ficou grandemente impressionada. com a idade de dezessete anos teve sua primeira visão, segundo cria, e foi-lhe ordenado pelo Espírito Santo proclamar o breve advento de Cristo para glorificar os Seus santos e destruir Seus inimigos. Temeu o dever, mas lhe foi dada a força para aceitá-lo, sendo recompensada  com longa sucessão de revelações durante toda a sua vida. Antes de ter vinte anos de idade casou com o pastor White e a carreira de ambos começou a progredir. Pela natureza das instruções dadas aos seus discípulos, suas revelações visam mais a sua vida espiritual, não esquecendo de proibir os pecados dos costumes e da moda. Assim, às mulheres era proibidos usar anquinhas e exigidos abandonar os espartilhos usando vestes frouxas. Exigia-se regime vegetariano, nem mesmo ovos eram permitidos, e somente duas refeições diárias, desjejum às seis e almoço às doze. O sábado era o dia de guarda (descanso); e a vinda do Senhor estava próxima, às portas, mas o tempo estabelecido devia ser adiado pela falta de compreensão da profecia de Daniel. À princípio, as crianças eram tiradas da escola para se devotarem ao preparo para o advento, mas depois de algum tempo aprenderam a paciência e estabeleceram escolas próprias, e iniciaram uma grande propaganda missionária, que manteve a senhora White durante anos na Europa e na Austrália.

Sem dúvida esses ensinos se baseavam na mais estrita doutrina da inspiração da Escrituras. O adventismo do sétimo dia não se podia insinuar de outra forma, e o dom de profecia devia ser esperado conforme fora prometido à “igreja remanescente”, que se apegara à verdade. esta fé trouxe grande pureza devida e zelo incessante. Nenhum corpo de cristãos os excede em caráter moral e fervor religioso. Sua obra começou em 1853 em Battle Creek e cresceu até terem agora trinta e sete casas publicadoras espalhadas pelo mundo, imprimindo literatura em oitenta diferentes línguas, e uma produção anual no valor de Cr$ 2.000,000. Tem agora setenta colégios e ginásios e cerca de quarenta sanatórios e em tudo isto tem sido Ellen G. White inspiração e guia. Eis um nobre registro, e ela merece grande honra.

Recebeu ela realmente visões divinas, e foi realmente escolhida pelo Espírito Santo para ser favorecida com o carisma da profecia? Ou era vítima de uma imaginação excitada? Por que deveríamos responder? A doutrina da Bíblia que tenhamos pode afetar a conclusão. De qualquer forma era ela absolutamente honesta em sua crença e em sua revelações. Sua vida era digna delas. Não mostrou orgulho espiritual nem buscou o lucro vil. Viveu a vida e fez a obra de uma digna profetisa, a mais admirável da sucessão americana.  –  The Independent, 23 de agosto de 1915, págs. 249 a 250.

 

Das Notícias do Obituário de Tiago White

Tributo a Ellen G. White Como Conferencista

Foi admiravelmente ajudado em seus labores ministeriais e educacionais pela esposa, Ellen G. White, uma das mais hábeis oradoras de púlpito e escritoras do Ocidente. – Lansino Republican, 9 de agosto de 1881.

Em 1846 desposou Ellen G. Harmon, mulher de dotes extraordinários, que foi uma colaboradora em todos os seus trabalhos e grandemente contribuiu para seu êxito por seus dotes como escritora e especialmente pelo poder como conferencista. Sua autoridade na poderosa denominação em que ela ajudou a erigir, é quase absoluta. – The Echo ( Detroit ) 10 de agosto de 1881; e também Detroit Comercial Advertiser and Michigan Home Journal, 12 de agosto de 1881.

Declarações da Imprensa Secular – 3

                                              George Wharton James

Próximo da cidade de Santa Helena está o sanatório Sta. Helena e o lar da Sra. Ellen G. White que, com o marido, praticamente fundou a Igreja Adventista do Sétimo Dia como nós a conhecemos hoje. A Sra. White foi também a inspiração e guia de movimento nos dias primitivos, no sentido de um viver mais higiênico e do tratamento de moléstias, conhecido agora como sistema do sanatório de Battle Creek. Embora o desenvolvimento desses métodos se deva ao gênio do Dr. J. H. Kellog, o superintendente, o início deles começou com a Sra. White. Esses sanatórios estão sendo instalados em cada país do mundo civilizado, e a maior parte deles constituem tributo específico e direito à sua capacidade e influência como organizadora.

Todo adventista do sétimo dia no mundo sente a influência desta idosa senhora que calmamente se assenta em sua sala, que dá para os campos cultivados de Valley Napa, e escreve aquilo que crê ser inspiração do Espírito de Deus para ser transmitido por ela à humanidade.

Esta mulher notável, embora educada quase inteiramente por si mesma, escreveu e publicou mais livros e em mais línguas e que circulam em maior extensão do que as obras escritas por qualquer mulher da História. São embarcados às carradas. – George Wharton James, em California Romantic and Beautiful, págs. 319 a 320. The Page Co., Boston, 1914.

Enciclopédia Sueca

Adventistas do Sétimo Dia

ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, às vezes chamados sabatistas, o ramo do movimento do advento ( ver Adventistas ) que se levantou nos Estados Unidos entre 1840 a 1850, E cujo o guia mais importante foi a nobre Ellen G. White, dotada de visões ( 1827 – 1915 ), que por suas extensas viagens e diligente escrever, contribuiu para a disseminação do movimento mesmo fora da América. Os adventistas do sétimo dia, que partilham as crenças gerais dos adventistas, salientam especialmente a observância do sábado em vez do domingo. A denominação é dirigida pela Conferência Geral, que se reúne a cada quatro anos. Levam avante sua obra por meio de disseminação da literatura, conferências públicas e sanatórios, que fazem propaganda de um método natural de vida. Na Suécia, onde o movimento chegou em 1880, está executando essa obra de saúde no Sanatório Nyhyttan, Sanatório Hultafors, e na Hidro-Clínica de Stockhold. Na Dinamarca, os adventistas do sétimo dia estão dirigindo o bem conhecido Sanatório de Skodsborg. O movimento tem sua sede em Estocolmo, e seu número é de quase dois mil membros. Publicam as seguintes revistas: Tides Tecken ( Os Sinais dos Tempos ), Sundhetsbladt ( Revista de Saúde ) e Missionaren ( O Missionário ), revista mensal para os Adventista do Sétimo Dia da Suécia. ( De 1897 ) – M. Neilienjebok ( Enciclopédia Sueca ).

Dicionário Americano de Biografias

White, Ellen Gould Harmon

Líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nasceu em Gorham, Me., (26 de novembro de 1827 a 16 de julho de 1915). Era filha de Roberto e Eunice (Gould) Harmon, e descendente de João Harmon que estava e Kittery Me., 1667. Sendo ainda criança, mudou-se a família para Portland. Não tinha mais de nove anos quando uma colega de brinquedos num acesso de ira feriu-a com uma pedra, prostando-a inconsciente, estado em que permaneceu por três meses. Seu rosto estava desfigurado e “o sistema nervoso abatido”. Tão depauperada estava sua saúde que teve de abandonar a escola, e com exceção de um curto período de instrução em casa, não recebeu ela qualquer outra educação formal.

Durante a vibrante campanha evangelística de Guilherme Miller (q. v.) na década de quarenta, abraçou a fé do advento conforme era ensinada por Miller e aguardava a volta pessoal de Cristo a 22 de outubro de 1844. Quando essa expectação se demonstrou infundada, ficou profundamente desapontada. Sua saúde falhou rapidamente e ela parecia mergulhar na morte. Em dezembro, contudo, estando ajoelhada em oração, com quatro outras senhoras, veio-lhe uma visão na qual parecia transportada ao Céu, sendo-lhe mostrada as experiências que aguardavam os fiéis. Subsequentemente teve outras visões, acompanhados de estranhos fenômenos físicos. Segundo relatórios de médicos e de outros, seus olhos permaneciam abertos durante essas visões, deixava de respirar e realizava atos miraculosos. Foram-lhe comunicadas mensagens para indivíduos, igrejas e famílias; de vez em quando o que ocorreria no futuro, mas frequentemente de reprovação ou encorajamento. Durante um período de vida, exerceu a mais poderosa e singular influência sobre os crentes adventistas do sétimo dia. A maior parte deles aceitava suas visões sem questionar e agia de acordo com as suas mensagens.

A 3o de agosto de 1846 casou-se com o Rev. Tiago White, nascido em Palmyra, Me., a 4 de agosto de 1821, e que era filho de João White. Ele foi ordenado ministro da Comunidade Cristã, em 1843, e aceitou a fé do advento. O jovem casal estava sem um real, e nem ao menos tinha boa saúde. Depois  de várias atividades, começou White, em 1849, a publicar uma pequena revista, que logo se tornou o Adventist Review and Sabbath Herald, o órgão da denominação. Foi primeiramente publicado em vários lugares da Nova Inglaterra, depois em Rochester, N. Y., e mais tarde em Battle Creek, Michigan. Trabalhou arduamente para a união das igrejas, e em 1863 foi organizada a Conferência Geral. Sua saúde falhou, cerca de 1864, e a esposa tratou dele até recuperá-la. Essa experiência     levou-lhes os pensamentos para a reforma da saúde, e atendendo a uma visão que a esposa teve, foi fundado em Battle Creek, em 1866, o “Western Health Institute (Instituto Ocidental de reforma da Saúde). Com o auxílio dos Whites fundou-se em 1874 o Colégio de Battle Creek, a primeira escola adventista do sétimo dia. Nesse mesmo ano viajaram para a Califórnia, onde, em Oakland, White estabeleceu o Signs of The Times e o estabelecimento que o imprimia se transformou na “Pacific Press Publishing Association”. Faleceu em Battle Creek, a 6 de agosto de 1881.

Depois de sua morte, a esposa viajou de uma parte para outra visitando igrejas e assistindo a conferências e reuniões campais. Trabalhou na Europa de 1885 a 1888, e em 1891 foi para a Austrália, onde permaneceu nove anos. Em 1901 volveu a atenção para a obra cristã nos Estados do Sul. Em grande parte como resultado de seu interesse fundou-se naquele ano em Nashville, Tenn., a “Southern Publishing Association”. Em 1903 desempenhou parte importante na mudança da sede denominacional para Washington D.C., e também parte muito definida na fundação em 1909 do “College of Medical Evangelists” em Loma Linda, Califórnia., que tem enviados seus diplomados a muitas partes do mundo.

Seu lugar na denominação era único. Nunca pretendeu ser chefe, mas simplesmente um voz, uma mensageira transmitindo comunicações de Deus a Seu povo. Sua vida assinalada por imensa piedade pessoal e influência espiritual, e suas mensagens foram fator importante da unificação das igrejas. Era colaboradora constante das revistas denominacionais e autora de cerca de vinte obras. Com o marido escreveu Life Sketchesof Elder James White and his Wife, Mrs. Ellen G. White (1880), e em 1915 publicou Life Sketches of Ellen G. White. Em 1926 apareceu Scriptural and Subject Index to the Writings of Mrs. Ellen G. White. Faleceu em Sta. Helena, Califórnia.

Escritos autobiográficos mencionados acima: A.C. Harmon, The Harmon Geneal, (1920); Signs of the Times, 16 e 23 de agosto de 1881, Advent Rev. and Sabbath Herald, 29 de julho de 1915; J. N. Loughboroungh, The Great Second Advent Movement, (1905); M. E. Olsen, A Hist. of the Origin and Progress of Seventh day Adventists(1925); D. M. Canright. Life of Mrs. E. G. White… Her False Claims Refuted (1919); N. Y. Times, 17 de julho de 1915.).

Dictionary of American Biography, Vol. XX, New York, Charles Scribner’s Sons, 1936, págs. 98 e 99.

 

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