Profeta ou Plagiária?

Caindo em transe na presença de amigos, em Topsham, Estado do Maine, uma mocinha de 19 anos teve uma visão. Jesus lhes permitiu ver as tábuas nas quais estavam escritos os Dez Mandamentos. Bem no centro, num halo de luz, achava-se o Quarto Mandamento, que requer a observância do sétimo dia. Isto quer dizer, explicou um anjo que o sábado deve ser guardado como dia cristão de repouso.

Era o ano de 1847, e a mocinha era Ellen Gould White, que deveria se tornar a líder de uma nova seita, os Adventistas do Sétimo Dia. Seguidora do pregador Guilherme Müller, foi ela um dos milhares de americanos que esperaram, nos lares e nas igrejas, no dia 22 de outubro de 1844, convencidos de que a segunda vinda de Cristo ocorria exatamente naquele dia. Quando, pela meia noite, nada acontecera, muitos dos mileritas ponderam a fé. Denominaram ao fato que não aconteceu “Grande desapontamento”. Mas alguns ainda criam que o segundo advento de Cristo estava iminente. Entre eles estava Ellen White, cuja convicção se fortaleceu diante de visões tão nítidas como aquela acerca do Quarto Mandamento.

Ellen White é muito menos conhecida do que sua contemporânea Mary Baker Eddy, fundadora da Ciência Cristã. Mas os adventistas – que ainda esperavam que a Segunda Vinda ocorra brevemente – desenvolveram-se numa notável denominação, com 2, 5 milhões de membros em 185 países, incluindo 480. 000 nos Estados Unidos. Em média, os adventistas contribuem mais para sua igreja ( 486 dólares anuais per capita) do que os membros de qualquer outra denominação nos Estados Unidos. Pelo mundo inteiro, operam extensa sistema de 4. 218 escolas, e 421 instituições médicas.

Duas Mil Visões

Os adventistas, como muitos outros protestantes professam crer na Bíblia como “única regra infalível de fé e prática”. Mas creem também no “Espírito de Profecia,” o qual para eles se manifesta nas mais ou menos 2.000 visões, que ela descreve em volumes escritos. Entre outras coisas, ela se opôs ao envolvimento com sindicatos, à leitura de ficção e ao porte de armas (os adventista não são objetores conscienciosos, mas a maioria serve nas Forças Armadas como médicos apenas ).

Muitas das visões de Ellen White relacionavam-se com o regime alimentar. Ela viu seus seguidores fazendo “um deus de seus ventres” e, através de anos, editou vários regulamentos dietéticos, realçando o vegetarianismo e proibindo o álcool e o fumo. Outra de suas visões mostram que a masturbação podia conduzir a “imbecilidade, formas nanicas, membros aleijados, cabeças informes, e deformações de todo gênero.” Durante um transe, apareceram-lhe “grupos de mulheres”; as que usavam vestidos que roçavam o chão, da década de 1960, e pareciam “débeis e lânguidas,” enquanto aquelas de saia mais curta tinham “semblantes joviais.” Durante 10 anos ela lutou para conseguir que suas irmãs adventistas usassem saias a nove polegadas acima do chão, sobre calças compridas. Mas sua “reforma do vestuário” causou queixas e embaraços até que uma  nova visão lhe revelou que ficasse calada sobre o assunto. Ela aquiesceu aprazivelmente.

A crença na Sra. White como divinamente inspirada, um dogma dos adventistas desde seu falecimento em 1915, está agora sobre minucioso exame. No livro Prophetess  of Health: A Study of Ellen G. White ( Profetisa da Saúde: Um Estudo Sobre Ellen G. White) ( Harper & Row), Universidade de Wisconsin, o historiador Ronaldo L. Numbers argumenta que muitas das supostas relações originais da Sra. White, simplesmente refletiam opiniões contemporâneas, e podiam, algumas vezes, ser plagiadas de escritos de novidadeiros reformadores da saúde e regime alimentar do século 19. O Sr. Numbers, de 34 anos, ensinou em dois colégios adventistas, é filho de um pastor e neto de um presidente da seita.

Alimentos Temporais

Entre eles aqueles cujos escritos influenciaram a Sra. White – afirma Numbers – está o evangelista presbiteriano Silvestre Graham, conferencista de temperança e conhecido vegetariano que promoveu a farinha de trigo usada nos “Graham Cracks.” Como Ellen White, Graham pregava que cada pessoa nasce com uma determinada quantia de “força vital”, e pela sexualidade intemperante podiam prematuramente exaurir seu próprio capital.

Outra figura destacada no livro é João Kellogg, o mais preeminente adventista de seu tempo, médico famoso que, por muitos anos, dirigiu o primeiro hospital e escola médica adventista, em Battle Creek, no Michigan. Em busca de alimentos vegetais saborosos, Kellogg inventou tanto a manteiga de amendoim como os flocos de milho. Embora os historiadores oficiais adventistas digam que os registros são ambíguos, o Sr. Numbers declara que Kellogg ofereceu a igreja a patente dos flocos de trigo e de milho, que poderia torná-la fabulosamente rica. A Sra. White, porém, rejeitou a ideia como empatando tempo e talento na fabricação de alimentos meramente temporais. Kellogg finalmente teve de deixar a igreja depois que questionou a infabilidade das visões da Sra. White.

Os líderes adventistas consideram o livro do Sr. Numbers um importante desafio a fé. Em junho, seu presidente norte-americano, Neal C. Wilson, enviou a seus pastores uma carta advertindo contra os que questionam se a Sra. White era “um canal da revelação sobrenatural de Deus, de Si mesmo para Seu povo.” A igreja então muniu seus pastores de um livrete de 23 páginas, refutação ao livro de Numbers. O livrete relembra aos adventistas a predição de Ellen  White  de que “o último engano mesmo de Satanás será tornar de nenhum efeito o testemunho do Espírito de Deus.” Prossegue sugerindo que “o inimigo das almas usará um tal livro para levar a efeito esta obra.”

(Time, 2 de agosto de 1976, p. 41)

 

Um Corpo Sistemático e Harmônico

Verdades Sobre Higiene

John Harvey Kellogg, Doutor em Medicina
Por muito tempo, Médico Superintendente do Sanatório de Battle Creek

Há aproximadamente trinta anos, surgiu impresso o primeiro de uma série de notáveis e importantes artigos sobre o assunto de saúde, pela Sra. Ellen G. White. Estes artigos impunham imediatamente a mais séria consideração por aqueles que estavam relacionados com os escritos e os trabalhos anteriores da Sra. White. Milhares foram levados a mudar hábitos vitalícios e a renunciar profundamente fixadas pela hereditariedade, bem como por longa condescendência. Tão grande revolução de pessoas sem o auxilio de algum poderoso incentivo, o qual, neste caso, foi, sem dúvida, a crença  de que os referidos artigos não apenas tinham o cunho da verdade mas eram endossados, como tais, por uma autoridade mais elevada do que a humana. Este não é o local apropriado para a consideração dos fundamentos sobre os quais se baseia esta crença, mas a atenção do leitor é chamada a considerar uns poucos fatos de interesse, a propósito disto:

1. Na época em que os mencionados artigos surgiram pela primeira vez, o assunto de saúde era quase totalmente ignorado.

2. Os poucos que advogaram a necessidade de uma reforma dos hábitos físicos, propagavam, juntamente com a defesa dos genuínos princípios reformatórios, os erros mais flagrantes e, em alguns casos, repugnantes.

3. Em parte alguma, e por ninguém, foi apresentado um corpo sistemático e harmônico de verdades sobre higiene, livre dos erros patentes, e coerentes com a Bíblia e os princípios da religião cristã.

Sob estas circunstâncias, surgiram os escritos referidos. Os princípios ensinados foram não apenas reforçados por autoridades científicas, mas apresentados de maneira simples e honesta por alguém que não tem pretensão alguma ao conhecimento científico, mas afirma que escreve através do auxílio e autoridade da informação divina.

Como os princípios apresentados sob tão peculiares circunstância e extraordinárias pretensões resistiram a prova de tempo e experiência? — é a pergunta que se pode fazer com propriedade. A resposta deve ser encontrada em fatos suscetíveis da mais ampla verificação. Os princípios apresentados têm sido posto à prova de experiência prática por milhares de pessoas; e, quando aplicados com inteligência e coerência, o resultado se demonstrou satisfatório no mais elevado grau. Milhares testificaram os benefícios físicos, mentais e morais recebidos. Muitos dos princípios ensinados vieram a ser tão geralmente adotados e praticados, que não são mais reconhecidos como reformas, e podem, na verdade, ser considerados como costumes prevalecentes entre as classes mais inteligentes. Os princípios, que há um quarto de século, eram totalmente ignorados ou alvo de ridículo, foram tranquilamente ganhando caminho na confiança e na estima pública, até que o mundo se esqueceu de que eles jamais foram aceitos.

Finalmente, o movimento reformatório, baseado nos princípios defendidos a tanto tempo, têm vivido e prosperado até a época atual, e as instituições desenvolvidas por ele cresceram ao ponto de serem mais amplos e prósperos estabelecimentos do gênero, no mundo; enquanto outros esforços, olhando de certo modo na mesma direção, mas contaminadas pelo erro, ou abandonaram os princípios da verdade, ou renunciaram o erro, ou caíram na obscuridade.

Exame e análise do livro “Prophetess of health”

Deus não se propõe fazer desaparecer toda ocasião para incredulidade. Apresenta evidências que precisam ser cuidadosamente investigadas, com espírito humilde e suscetível ao ensino; e todos devem julgar pela força dessas mesmas evidências. – Ellen G. White

Foi publicado, em maio de 1976, o livro Prophetess of Health: A Study of Ellen G. White. (Profetisa da Saúde: Um Estudo Sobre Ellen G. White). O autor, Dr. Ronaldo L. Numbers, é professor-adjunto de História da Medicina e História da Ciência, na Universidade de Wisconsin. Nosso propósito aqui é tratar de algumas das principais questões que o livro suscita, oferecendo um estudo dele que o analisará como obra de história, e considerar brevemente algumas informações sobre o preparo do livro.

Prophetess of Health focaliza a função de Ellen G. White como reformadora da saúde, e a parte que desempenhou no estabelecimento da obra médica da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A maior parte do texto confina-se às décadas de 1860 e 1870 — os primeiros anos difíceis de seus esforços neste campo. O livro começa com um breve esboço biográfico de sua vida anterior e estuda suas visões. Trata, a seguir, de seus ensinos contra o chá, o café, o fumo, sua atitude para com os médicos e oração pelos doentes. Depois, abrange, em generalidade, o desenvolvimento americano de reforma da saúde. Em seguida, o autor estuda os fatos que cercaram a visão decisiva da “reforma da saúde”, no dia 6 de junho de 1863 *, e a publicação dessa visão. Dedica um capítulo à história da fundação do Western Health Reform Institute, percursor do Sanatório de Battle Creek. O livro trata do assunto da reforma do vestuário e dos escritos de Ellen White sobre sexo. Seus conselhos dietéticos são examinados. O capítulo final focaliza principalmente a marcha dos acontecimentos depois do início do século, expendendo considerações ao comportamento da Sra. White em relação ao edifício do Sanatório, e analisando o rompimento do Dr. João Kellogg com a denominação. Este testemunho de confiança nas mensagens divinamente inspiradas de Ellen White, no campo da saúde, apareceu como prefácio ao livro Christian Temperance and  Bible Hygiene ( 1890), uma parte do qual foi escrito por Ellen G. White.

As Teses do Livro

O prefácio do Prophetess of Health apresenta a intenção do autor de abordar fatos históricos, sem aumentar a intervenção sobrenatural como explicação. Em outras palavras, ele procura justificar os escritos e a obra de Ellen White no campo da saúde na base de causas estritamente naturais e influências terrenas. Embora as teses centrais, em parte alguma, são explicitamente declaradas no livro, parecem ser duas: Primeira, que Ellen White foi produto de seu tempo, por exemplo, que seus escritos eram apenas um reflexo das opiniões dos contemporâneos reformadores da saúde; e segunda, que seu pensamento e ensino demonstraram progresso e mudança no decurso de sua vida.

O argumento de que Ellen White era um produto de seu tempo é plenamente coerente com a intenção do autor para explicar o trabalho e os escritos dela como um fenômeno resultante de causas naturais — através de influências que a cercavam, religiosas, sociais e da família. Sob circunstâncias normais, escrever uma obra histórica apenas para mostrar que alguém era apenas “produto de seu tempo”, é redundante e trivial, desde que é geralmente sustentado pelos historiadores que todos os homens e mulheres são, em grande medida, produtos do ambiente no qual se desenvolveram. Entretanto, o argumento de que Ellen White era um produto de seu tempo reveste-se de significado quando não resta alternativa senão a posição de que ela foi mais do que um produto de seu tempo; na verdade foi divinamente inspirada. É óbvio então que este livro, em seus argumentos basilares, constituí um desafio ao conceito básico adventista sobre Ellen White e sua obra. De longa data os adventistas sustentam a ideia de que Ellen White foi mais do que um produto do seu tempo. Sustenta que embora ela falasse a linguagem do seu tempo, sua mente era divinamente inspirada. Creem que, como os escritores bíblicos e todas as pessoas normais, ela recebia impressões e ideias de seus contemporâneos, mas também obtinha discernimento e informações de fontes celestiais. Assim, o ponto crucial do assunto é: recebia Ellen White sua mensagem sobre saúde apenas de fontes terrenas ou recebia do Senhor?


data como sendo sábado, 6 de junho, para o acontecimento. Isto explica a aparente discrepância entre a data mencionada em Prophetess of Health e a de Ellen White, para esta visão. (A visão realmente ocorreu após o pôr de sol, noite de sexta feira, cinco de junho de 1863, tempo civil. Contudo, uma vez que os adventistas, naquela época como agora, observavam o sábado do pôr de sol de sexta feira ao pôr de sol de sábado)


A fim de argumentar que Ellen White era apenas um produto de seu tempo, o livro Prophetess of Health tem de tratar, de algum modo com a repetida reivindicação que ela fazia de ter sido divinamente instruída. Embora sejam escassas explícitas declarações gerais deste ponto, a tese vai do princípio ao fim, com suficiente clareza. Parece que há uma tentativa de desacreditar a reivindicação da Sra. White de ter inspiração divina, principalmente através da fonte inferência, que aparece repetidamente em todo livro, de que ela era desonesta, ou pelo menos, enganava seus leitores dando – por qualquer razão – menos do que suficiente explicação da sua experiência.

Quanto à evolução e mudança nos conselhos de Ellen G. White através do tempo, reconhecemos que há aditamentos ao conteúdo de seus ensinos através dos anos, e substituições nas ênfases. Atribuímos isso a passo, à medida que aceitavam e viviam o conselho. Além disso, quando as condições na sociedade mudaram de modo a tornarem alguns conselhos mais ou menos oportunos do que aqueles dados anteriormente, a ênfase foi alterada. Como a própria Ellen White declarou concernente aos testemunhos: “coisa alguma é ignorada; coisa alguma é rejeitada; o tempo e o lugar, porém, têm que ser considerados.”[1] Apesar disso, concluímos que o livro Prophetess of Health não leva em conta todos os fatores quando, em certos lugares, acusa a Sra. White de repudiar conselhos que havia dado antes.

É importante ter em mente, com clareza, os principais argumentos quando se abordam os fatos históricos específicos que o livro comenta. Ele não sustenta ou considera um ou dois erros de fato ou interpretação; ele sustenta e considera se suas teses principais são apoiadas pelo peso total da evidência. Tampouco deve a reivindicação de inspiração divina da Sra. White sustentar-se em duas ou três conclusões obscuras.

O Peso da Evidência

As afirmações históricas raramente podem ser verificadas e provadas com a certeza de uma experiência científica num laboratório. Lidar com relatos históricos é lidar com registros frequentemente incompletos, frequentemente ambíguos. Cumpre também ter em mente que esses registros foram produzidos por seres humanos com dessemelhantes formações, experiências, desejos e preconceitos. Além disso, o peso da evidência pode satisfazer a mente sincera e imparcial nos pontos essenciais. Assis a verdade pode ser abordada por uma investigação conscienciosa e refletida de toda a evidência disponível em todos os aspectos de uma questão.

Falando da relação entre a evidência e a dúvida, Ellen White em relação as mensagens inspiradas das Escrituras, observou que “Ao mesmo tempo em que Deus deu prova ampla da fé, nunca removeu toda desculpa para a descrença. Todos os que buscam ganhos em que pendurar suas dúvidas, encontrá-los-ão.”[2] E ainda em relação a seus próprios escritos, ela declarou:

“Os que querem duvidar têm suficiente oportunidade para isso. Deus não se propõe fazer desaparecer toda ocasião para a incredulidade. Apresenta evidências que precisam ser cuidadosamente investigadas, com espírito ‘ humilde e suscetível ao ensino; e todos devem julgar ‘pela força desses mesmas evidências”.[3]

Quando parece surgir um conflito, a evidência de ambos os lados tem de ser cuidadosamente investigada. O leitor pode muito bem fazer a si mesmo as seguintes perguntas: Considerei todas as evidências que estão à mão? Quais eram as circunstâncias? Quão fidedignas são as testemunhas destes fatos, e estavam em condição de observarem tudo o que aconteceu? Quanta importância deve ser dada a este episódio à luz do quadro global? Separei suposições extraídas de fatos documentados e determinei a credibilidade dentro do melhor de minha capacidade? Finalmente, alguém pode formular também uma importante pergunta teológica: Tenho um conceito correto sobre inspiração?[4]

Declara Ellen White que foi no dia 6 de junho de 1863, no lar de Aarão Hilliard, em Otsego, Michigan, que “o grande assunto da reforma da Saúde foi exposto diante de mim em visão”.[5] Por outro lado, o livro Prophetess of Health, coerente com sua tese de que ela era um mero produto de seu tempo, afirma que “até junho de 1863 os Adventistas do Sétimo Dia já estavam de posse das linhas gerais da mensagem da reforma da saúde. O que precisavam agora… não eram informações adicionais, mas um sinal de Deus que indicasse Seu beneplácito”.[6] Precisamos observar com muito cuidado, então, a relação entre os adventistas do sétimo dia e a reforma da saúde antes de junho de 1863. Quais são os fatos?

Os Adventistas e a Reforma da Saúde Antes de Junho de 1863

No verão de 1848, a Sra. White teve a primeira visão no tocante à saúde. O fumo, o chá, e o café deviam ser rejeitados pelos que agradavam a vinda de Cristo. Logo em 1854, recebeu ela outra visão que apontava para os perigos dos alimentos fortes e gordurosos e a necessidade de asseio absoluto. Passo a passo, os adventistas foram levados a uma mais saudável maneira de viver.

Através de toda a década de 1850 e começos da de 1860, uns poucos adventistas começaram a adotar fragmentos aqui e ali de registros de saúde defendidos por vários reformadores de saúde daqueles dias — homens como Silvestre Graham, R. T. Trall, Dio Lewis, L. B. Coles, e James Calebe Jackson — contudo havia suficiente interesse entre os crentes adventistas que pudesse levá-los a uma aceitação geral. O livro Prophetess of Health reconhece isto quando afirma: “A despeito destes primeiros sinais de interesse, os adventistas como uma corporação não se despertam para a causa da reforma da saúde até 1863″ (pág. 80).

José Bates era certamente o mais completo dos reformadores adventistas da saúde antes de 1863. No início da década de 1840, ele abandonara o álcool, o fumo, o chá, o café, a carne, a manteiga, o queijo”, as tortas e bolos. Contudo Tiago White observa que Bates não mencionava suas idéias do regime conveniente, naquele tempo, nem em público nem em particular a não ser que fosse interrogado sobre o assunto.” [7] Sem dúvida os White observam o silencioso testemunho deste respeitado pioneiro quando ocasionalmente comiam com ele. Se ele, porém, fosse uma decidida influência sobre a Sra. White, era de esperar-se que ela deveria ter começado a advogar um completo programa de saúde por vir, muito mais cedo do que ela fez o livro Prophetess of Health cita o fato de que em 1848, J. N. Loughborough começara a “comer o pão de Graham e lia o Water-Cure Journal” (pág. 79). Contudo, o livro deixa de prosseguir e mencionar que a mesma fonte declara que as ideias que Loughborough adotara, destas fontes, e, quando em 1850, teve “uma benigna hemorragia dos pulmões”, foi “aconselhado” a “fumar no cachimbo”, para aliviar-se. Ele não podia tolerar o cachimbo, e, em lugar dele, adotou charutos![8]

Loughborough não se considerava um estrito reformador de saúde, a não ser depois da visão dada à Sra. White em 1863 e a publicação de seus primeiros escritos sobre saúde. Escrevendo em dezembro de 1864, afirmou ele: “Durante o pouco tempo em que estive lutando por viver estritamente de acordo com as leis da vida, fui grandemente beneficiado”.[9]

A família Kellogg aparentemente adotaria o sistema de tratamento pela água pouco antes que o Water-Cure Journal iniciasse sua publicação, mas o programa de saúde deles era também fragmentário. Assim, por exemplo, João Harvey Kellogg, nascido em 1852, lembrava que, como menino, um de seus preferidos era cauda de boi, bem tostada, e um pequeno barril de uma espécie de cerveja inglesa, na adega, para um “estômago fraco.”[10]

A família de J. N. Andrews oferecia excelente exemplo do progresso adventista para a reforma da saúde naqueles primeiros anos. A Sra. Andrews, a ex-Angelica Stevens, deixou um diário dos anos de 1859 até o fim de a864. O diário abre com a declaração de que a família havia matado um porco.[11] Pouco depois, e, 1860, descobrimos a Sra. Andrews relatando o falecimento de um vizinho:

“Carlão Beeman morreu está manhã perto  das 5 horas. Por muitos dias teve a garganta inflamada. Ontem teve a garganta lancetada… Cerca dás 11 horas sua esposa lhe deu uma dose de morfina que o médico havia ordenado. Imediatamente, ele caiu no sono do qual jamais veio a acordar. Alguns atribuem esta morte repentina a uma coisa, outros a outra. O médico diz que é garganta inflamada em putrefação”.[12]

Nenhum culto reformador da saúde estaria em dúvida acerca da causa da morte. Algumas semanas mais tarde, o pai de Angelina, o Sr. Stevens, teve um joelho inflamado. Foi tratado com “panos molhados em salmoura aplicados no joelho” e panos “molhados, com forte cataplasma, cada semana, aplicados no joelho.”[13]

No verão de 1862; a filha de Andrews, Maria, contraiu coqueluche. A mãe, em várias ocasiões envolvia a criancinha em lençóis molhados, numa evidente tentativa de reduzir a febre. O médico local foi chamado duas ou três vezes e administrou mistura de remédios venenosos e herbáceos. Entre os ingredientes havia ipecacuanha, salitre e quinino, este último dado como um “tônico.”[14]

A ipecacuanha é um vomitório bastante inofensivo, e ainda se pode comprar nas farmácias. No entanto, forçar uma criancinha doente e fraca a vomitar o pouco alimento que pudera comer, é certamente uma terapia questionável!

O salitre, mineral é veneno que diminui as batidas do coração, contribuiu evidentemente para a morte de muitos pacientes.

O quinino é, sem dúvida, um específico para a malária. Uma vez que os médicos descobriram isto, começaram a prescrevê-los para tudo. O quinino, porém, tem efeitos colaterais:

“Um doses moderadas, ele enfraquece o coração e o pulso, causando irritação gastrointestinal, e produzindo nervosismo e tontura. Estes efeitos colaterais se acentuam com as doses repetidas da droga. Em grandes doses e os médicos eram excessivamente liberais na dosagem do quinino — ele produz — zumbido nos ouvidos e, em casos graves, surdez, cegueira, e outros efeitos tóxicos”.[15]

Em seu desespero, a Sra. Andrews desejava tentava de tudo.  Conseguiu de sua irmã, uma receita de xarope, em Battle Creek. Depois de alguma procura adquiriu os ingredientes e, como relato no seu diário, “demos a ela imediatamente uma dose. Penso que Maria nunca esteve tão doente com está esta tarde. O remédio não produziu nenhum efeito vomitório, como eu supunha.”[16]

Quando a mãe de Angelina ficou doente, recebeu tratamento semelhante: “Eu lhe dei ipecacuanha e lobélio até que vomitou”.[17] Sua mãe ficou temporariamente aliviada, mas, no dia seguinte, ficou de novo muito enferma, e, desta vez, chamaram-se os vizinhos para ungi-la com óleo e fazerem orações por ela.[18]

É verdade que, pela primavera de 1863, descobrimos que a família Andrews demonstrava mais interesse em “compressas” “banhos mornos” no tratamento de doenças. Apesar disso, J. N. Andrews determinou que sua família adotasse a reforma da saúde, nove meses depois da visão da Sra. White: “Era março de 1963, quando eu e minha esposa decidimos adotar os princípios da reforma da saúde”.[19]

O livro Prophetess of Health, ao tratar dos pioneiros adventistas, não apresenta ao leitor nenhum dos fatos aqui citados, os quais mostram que, ao longo da primeira tentativa, ao tatearem na busca de um modo de viver mais saudável, os primeiros adventistas continuaram a usar terapia da época, e condescendiam nas práticas condenadas pela maioria dos reformadores de saúde daqueles dias. Ao contrário, somos informados de que todos estes pioneiros se achavam “intimamente associados som os White que devem ter-lhes falado de sua experiência na reforma da saúde”(pág. 79). A fim de se colocar estas experiências dentro do seu próprio contexto, contudo, necessita-se compreender que as práticas de sua “reforma de saúde” misturavam-se com outras práticas receitadas pelos reformadores da saúde. É verdade que alguns adventistas estavam cientes do que alguns homens como Coles e Jackson estavam dizendo. Além do mais, eles não contestaram Ellen White sobre a semelhança do que ela vira na visão de 6 de junho de 1963, e os escritos desses homens. Contudo é interessante observar que tanto J. N. Andrews como J. N. Loughborough dão a época em que se tornaram reformadores da saúde como ocorria após a visão da Sra. White. Os registros indicam que isto também ocorreu com outros adventistas do sétimo dia. Pode o leitor ter um quadro verdadeiro do estado do conhecimento e prática da reforma de saúde pelos adventistas, quanto provas relevantes concernentes a esse conhecimento e prática são omitidas?

O Que Conhecia Ellen White?

E a respeito da própria Ellen White? De que maneira podemos estar razoavelmente certos de que ela sabia acerca da reforma da saúde antes da visão de 6 junho de 1863?

Antes de respondermos a esta pergunta, é importante que entendamos seu significado. Alguns (não incluindo o autor de Prophetess of Health gostariam de ter certo que os adventistas sempre ensinaram que a Sra. White era totalmente ignorante quanto a todos os aspectos da reforma da saúde, antes da visão de 1863. Tal, porem, não é caso. Olhemos para a extensão do primeiro relacionamento da própria Sra. White com a reforma da saúde. Ao fazermos isto, ficamos cientes de que, virtualmente, toda evidência aqui representada foi citada por D. E. Robinson em seu livro de acurada pesquisa: The Story of Our Health Message, escrito na sede do Patrimônio Literário White, e publicado, pela primeira vez, em 1943.

A Sra. White não vivia num vácuo. Temos prova de que sua mão lhe dera algumas indicações práticas sobre saúde. Ela própria foi mãe de quatro meninos e não podia estar deslembrada de todos os assuntos relacionados com saúde, em comum com outros de seu tempo. É provável que a Sra. White estivesse ciente de cinco ou seis breves artigos que abordavam tópicos sobre saúde, publicados na Review antes da visão quer teve. Na verdade, temos evidências de que próprios White observavam certas práticas elementares sobre saúde, antes da visão de 1863.

Entre os artigos que surgiram na Review and Herald, durante este período. achava-se uma breve nota acerca do vestuário, da autoria de Dio Lewis, na Review de 25 de novembro de 1862. Lewis escreve que as extremidades das mulheres devem estar bem vestidas no frio, se querem ter boa saúde.

O próximo artigo, sobre “Ar Puro”, apareceu na edição de 10 de fevereiro de 1863. Explicava a importância da devida ventilação nas casas de reuniões. Tiago White acrescentou algumas observações estendendo a aplicação às escolas e lares, mostrando que, mesmo no inverno, o ar fresco é importante. Falou então da prática em sua própria família, nestes termos: “Geralmente dormimos com janelas abertas com esponja embebida de água fria pela manhã; daí uma atmosfera sadia, não destruída pelo calor, ser mais compatível com a nossa sensibilidade.”[20] White acrescentou:

“Tivéssemos permitido a nós mesmos ficar abafados em quartos exíguos, e nos entregamos a dores dos pulmões, da garganta, da cabeça, e mantido uma incessante medicação com este e aquele remédio… poderíamos agora estar silenciosos na morte.. O ar, a água, e a luz são os grandes remédios divinos. Se o povo aprendesse a usá-los, haveria menor procura de remédios e de suas drogas”. — Ibid.

Também surgiu na Review de 10 de Fevereiro um artigo em separado sobre a importância da ventilação dos quartos.

Uma artigo de autoria de James Calebe Jackson sobre difteria apareceu na edição de 17 de Fevereiro de 1863. Os White o acharam numa publicação rural e, segundo suas instruções, puderam cuidar com êxito, de dois de seus filhos durante a enfermidade. Tiago White republicou as sugestões de Jackson com uma nota editorial declarando que ele “tinha um bom grau de confiança na maneira de Jackson tratar das moléstias”.[21]

O que, porém, podiam os White ter aprendido no artigo de Jackson e dos que seguiram? Conquanto não se limitasse apenas a tratamentos pela água, suas alusões ao regime alimentar e vestuário convenientes eram muito lacônicos. Jackson mencionou a importância do ar fresco no quarto do doente, pelo menos para o paciente de difteria.

Jackson proclamava erroneamente em seu artigo que a difteria era moléstia infecciosa, mas dedicou a maior parte do espaço ao tratamento das enfermidades pela água. Ele diz como aplicar um banho de assento, compressas, massagens, bandagens molhadas. Ainda, a compreensão dos White sobre o valor destes tratamentos deve ter sido ainda vaga. Em Dezembro de 1863, quando o filinho Henry contraiu pneumonia, chamaram um médico da localidade. Não há nenhuma evidência de que estivessem preparados para empregar tratamento hidroterápico ou que fizessem isso. Permaneceram desorientados enquanto o menino morria.[22] Contudo, o livro Prophetess of Health descreve a Sra. White quase um ano antes deste fato, começando a partilhar sua fé na hidroterapia “com o fervor de uma convertida” (p. 47). Não é de estranhar que ela deixara de usar seu suposto “sistema de medicina” (Ibid.) para salvar a vida do próprio filho?

Os registros são muito escassos. Nenhum dos que se referem ao acontecimento menciona qualquer tentativa de emprego de tratamento de água no caso de Henry, embora isto possa ter sido considerado. Nem Tiago ou Ellen White faz menção disto, apesar do fato de que só dez meses antes, compressas, etc., haviam sido empregados com êxito no tratamento de difteria em dois de seus filhos. Exceto a menção casual à morte de seu primeiro filho, a única referência de Ellen White à experiência, é a decisão dela que ela e o esposo tomaram quando, algumas semanas depois, Willie contraiu a mesma enfermidade mortal. Escrevendo em agosto de 1864, poucos meses após a experiência, Ellen White contrasta o procedimento em cada caso:

No inverno de 1864, meu Willie ficou repentinamente e violentamente abatido com febre pulmonar. Acabávamos de sepultar nosso filho mais velho, que tivera a mesma doença, e ficamos muito apreensivos com relação a Willie, temendo que, também ele, pudesse morrer. Decidimos que não chamaríamos o médico, mas faríamos melhor que pudéssemos com ele, nós mesmos, mediante o emprego da água, e suplicar ao Senhor em favor do menino”.[23]

Ela nos fala das medidas tomadas, e relata que, depois da crise, “ele recuperou-se rapidamente, e teve melhor saúde do que tivera vários anos antes”.  — Ibid.

Outra clara indicação da natureza experimental dos primeiros conhecimentos da reforma da saúde dos White é o fato de terem confinado Willie a uma quarto fechado e aquecido até que a Sra. White foi instruída, em outra visão, que “ele necessita de ar”. E isto a despeito do fato de que, um ano antes, Tiago White havia escrito sobre a importância do ar fresco, mencionando que ele e a esposa dormiam com as janelas abertas, fosse inverno ou verão. e isto também a despeito do fato de que Jackson, em seu artigo sobre difteria havia demonstrado, de modo claro e enfático, o valor do “puro ar atmosférico”, quer como fator curativo, quer como preventivo. De fato Jackson era tão insistente na necessidade de que seus pacientes sofriam de difteria tivessem ar fresco, que chegava, neste artigo, a defender que se quebrasse um vidro da janela ou se fizesse um buraco na parede para conseguí-lo. Tiago White declara que tinha um “bom grau” de confiança nos processos de Jackson, mas quando sobreveio a crise em seu próprio filho, atacado de pneumonia, deixaram de inferir e aplicar seus conselhos.

Por quê? Evidentemente o conhecimento ou aceitação das ideias de Jackson era limitado, e não estava firmes e fixados. Somente quando instruída em visão a agir dessa forma, a Sra. White ventilou devidamente o quarto do enfermo. Este episódio também tem grande influência para apoiar sua pretensão de que a luz que tinha provinha do Senhor, e não dos médicos.

Era um caso em que, ainda que ela houvesse lido o que um médico tinha para dizer sobre o ar fresco, ela não o aceitou totalmente nem o pôs em prática. A luz que lhe vinha do Senhor era a força motivadora.

Devemos também notar que, embora a visão sobre a reforma da saúde tivesse ocorrido antes da morte de Henry, essa visão realçara o abandono de práticas prejudiciais no tratamento de enfermidades, especialmente o tomar drogas, bem como realçara as práticas salutares, e dietéticas para prevenção de doenças. a visão não estabelecia instruções práticas e positivas no tratamento de determinada aplicação. Ellen White foi deixada a aprender fazer tratamentos pela água da mesma maneira como qualquer outra pessoa consegue este conhecimento.

O artigo de Jackson, então, continha várias ideias fragmentárias sobre saúde, mas ligadas especialmente ao tratamento da difteria, e evidentemente os White não obtiveram nenhum conhecimento sistemático da saúde, vindo do artigo de Jackson.

O próximo artigo da Review a abordar a saúde, apareceu em 12 de maio de 1863, recomendando que, na primavera, as pessoas devia abandonar o pesado regime alimentar do inverno, com carnes e gorduras e voltar aos alimentos leves, em rações menores. Outro artigo, na edição de 19 de maio, ensinava o regime de duas refeições por dia como sendo o melhor, mas nada dizia sobre o comer entre as refeições.

À parte de numerosos artigos sobre o fumo, chá e café, esta é uma lista completa do que apareceu na Review antes da visão que a Sra. White teve no dia 6 de junho de 863.

Em suma, parece bem provável que a Sra. White lesse essa meia dúzia de artigos sobre saúde antes de ter a visão no dia 6 de junho de 1863. Tiago White testificava a apreciação que tinham pelo ar fresco e banhos com esponja e designa o ar, água, e a luz como “grandes remédios”. Ele fala também contra as drogas. Contudo, o conhecimento de todo o significado destas coisas e a prática de aplicá-las no tratamento das moléstias permanecem bem vagos.

Qual o significado destes fatos? Reivindicamos, como crentes o dom de profecia, e que unicamente através de visões Deus dirige Seu povo? De modo algum. Afirmamos que os adventistas nada sabiam sobre saúde antes de 1863? Não. Em 1866, J. H. Waggoner declara:

Não professamos ser pioneiros nos princípios gerais dos reformadores da saúde. Os fatos em que se baseia este movimento tem sido elaborados, em grande medida, por reformadores, médicos, e escritores sobre Fisiologia e Higiene, e podem ser encontrados espalhados através da Terra. Reivindicamos, porém, que, pelo processo de escolha divina, ela tem sido mais clara e poderosamente revelada, produzindo dessa forma um efeito que não podíamos esperar por nenhuns outros meios“.[24]

O processo de escolha divina “era a visão, e a visão era importante devido ao seu efeito – dizia Waggoner – não apenas porque oferecia informação acerca da reforma da saúde, mas porque ajudava os adventistas a sentiram a importância de sua aceitação”. Prossegue ele?

“Como simples verdades fisiológicas e higiênicas, podiam ser estudadas por qualquer pessoa que tivesse tempo disponível, e por outras postas de lado como sendo de pouca importância ao nível das grandes verdades da mensagem do terceiro anjo por sanção e autoridade do Espírito de Deus, e assim declaradas como meios pelos quais uma pessoa fraca pode tornar-se forte para vencer, e nosso corpo enfermo purificado e pronto para a transladação; então essas leis nos chegam como parte essencial da verdade presente, e devem ser recebidas com a benção de Deus, ou rejeitadas por nossa conta e risco“. – Ibid.

De algum modo, o significado das visões sobre a reforma da saúde era semelhante ao significado das visões que a Sra. White teve sobre o sábado. O sábado do sétimo dia era defendido por outros adventistas antes que a Sra. White aceitasse ou tivesse uma visão sobre ele. Eram, porém, visões sobre este assunto destituídas de importância? De modo algum. O que havia sido para alguns matéria de argumento especulativo, tornou-se agora um aspecto central da mensagem do terceiro anjo. A visão era o meio empregado por Deus para por em foco a importância muito especial desta doutrina.

A visão do sábado unificou os crentes nesta questão. O mesmo ocorreu com a visão da reforma da saúde, de 1863. Antes disto uns poucos adventistas haviam conhecido um pouco e  alguns dos princípios da reforma de saúde. Alguns punham em prática uns poucos destes princípios, incluindo Tiago White e Ellen. Contudo, como demonstra Waggoner, há uma enorme diferença entre os princípios higiênicos estudados ao acaso ou calmamente, e os mesmos princípios colocados “no mesmo nível das grandes verdades da mensagem do terceiro anjo por sanção e autoridade de o Espírito de Deus”.

Embora a visão da reforma da saúde, ocorrida em 1863, constituísse um “sinal da parte de Deus indicando a Sua vontade”, como está declarado em Prophetess of Health (p. 81), não podemos concluir que isto fosse apenas uma confirmação do que a Sra. White já conhecia e praticava. A respeito dessa experiência escreveu ela: “Fiquei maravilhada com as coisas que me forma mostradas em visão. Muitas delas vieram diretamente ao encontro de minhas próprias ideias”. [25]

Ao invés de dizer, como faz o livro, que, ao tempo da visão, os adventistas estavam de posse dos principais lineamentos da mensagem da reforma da saúde, “o livro Prophetess of Health devia dizer que alguns deles estavam de posse de uns poucos fragmentos da reforma da saúde e mesmo continuaram a ignorar outros princípios dessa reforma. A palavra-chave nesta declaração é “mensagem”. Uma mensagem é um corpo coerente de informação com um propósito. Bocados de informação esparsas, embora corretas em si mesmas, não constituem uma mensagem mais do que um baralhamento de tipos de impressão constitui a sequencia lógica do pensamento expresso numa página impressa.

Na visão de Ellen White, ocorrida a 6 de junho de 1863, o bocado de informação, isto é, os princípios correntes do viver saudável entraram juntamente numa mensagem. Isto foi ilustrado no fato de M. E. Bourdeau, escrevendo no Health Reformer de maio de 1868, ter declarado:

“Durante o  verão de 1864, contraí escarlatina, que continuou por seis semanas, e logo depois de minha recuperação, seguiu-se febre tifóide. Nesta ocasião aprendi que as drogas eram venenosa, e a aplicação de compressas sobre os pulmões, era indicada em tais casos. Tentei, portanto, proceder de acordo com a luz que tinha sobre estes pontos. Por essa ocasião ouvi o pastor White e esposa falarem sobre alguns pontos da reforma da saúde. Esta foi a primeira vez que ouvi falar sobre este assunto. Então comecei a por em prática isto[26] (ênfase suprida)

Este exemplo ilustra como os princípios de saúde se tornaram a mensagem adventista da reforma da saúde. Foi por meio da visão de Ellen White que os adventistas obtiveram “um corpo sistemático e harmônico de verdades sobre higiene” como posteriormente J. H. Kellogg a denominou.[27]

Afirma Ellen White que algumas das coisas por ela vistas na visão, deixaram-na pasmada e “vieram diretamente ao encontro: — de suas próprias ideias”- assim, alguns fragmentos que Ellen White possuía antes foram organizados num expressivo sistema, com uma dinâmica espiritual. O todo resultante foi maior do que a soma destas partes, certamente muito, muito maior do que fragmentos que Ellen White possuía antes da visão. A mensagem resultante tinha uma autoridade que não provinha da ciência, e, com ela, um poder que nenhum cientista ou médico de seu tempo ou do nosso podia reunir: ela possuía o poder de transformar vidas. Aqui estão os “meios pelos quais uma pessoa fraca pode tornar-se forte para vencer, e nosso corpo enfermo purificado e pronto para a transladação”, como Waggoner afirmou.

Ellen White Declara a Fonte de sua Informação

Unicamente Ellen White pode dizer-nos o que vira e ouvira no dia 6 de junho de 1863, e isto ela nos diz repetidamente. Publicou a primeira descrição dessa visão num capítulo de 40 páginas, intitulado “Health” em Spiritual Gifts, volume 4, que surgiu em agosto de 1864. Nesse capítulo, ela com frequência se refere à fonte de sua informação, em passagens como esta: “O presente estado corrupto do mundo foi apresentado diante de mim”. “Foi-me mostrado que mais mortes foram causadas por drogas do que por todas as outras causas combinadas”. “Um ramo que produz grandes sementes chatas foi apresentado diferente de mim. Sobre ele esta escrito: Noz-vômica, Estricnina. … Forma-se mostradas que a inocente papoula, de aparência modesta, produz uma droga perigosa.” Tem-me sido mostrado que uma porção de sofrimentos podia ser evitado se todos se esforçassem em prevenira enfermidade, obedecendo estritamente as leis da saúde”.[28] (Ênfase da autora e nossa)

Em seus artigos publicados em 1865, em Health: or How to Live encontramos declarações semelhantes: “Várias ilustrações deste grande assunto foram apresentados diante de mim.” “Foi-me então mostrado ainda outro caso.”[29]. Ela prossegue detalhando quatro casos diferentes nos quais várias drogas venenosas foram administradas. Em visão ela é aparentemente conduzida de um quarto de doente para outro. Ouve a conversa dos médicos com os membros da família. Ela vê o médico administrando as drogas. Observa os resultados, dia a dia, em cada caso do paciente.

Luz do Senhor, Não dos Médicos

Temos estudado tanto os fatos que levaram à visão da reforma da saúde como a própria visão. Voltamos agora ao período que houve entre a visão e a época em que Ellen White de fato publicou seu conteúdo, quinze meses depois.

Bem logo após a visão de 1863, quando a Sra. White começou a pronunciar-se contra as drogas e alimentos cárneos e a favor da água do ar puro e do regime alimentar adequado, os que a ouviam observavam: “A senhora fala de modo muito próximo das opiniões ensinadas em Laws of Life e outras publicações, pelos Drs. Trall, Jackson e outros. A Sra. Leu essa revista e essas obras?” “Minha resposta,” diz a Sra. White, “era que não havia lido nada até que tivesse escrito minhas visões, para que não se dissesse que eu recebera minha luz sobre o assunto da saúde, de médicos, e não do Senhor.”[30]

Prossegue ela:

Não li qualquer obra sobre saúde até que escrevi Spiritual Gifts, Vols. III e IV, Appeals to Mothers, rascunhei a maioria de meus seis artigos para seis edições de How to Live, editada em Dansville, Nova Iorque. Não ouvi falar das várias obras sobre saúde, escritas pelo Dr. J. C. Jackson, e outras publicações em Dansville, na ocasião em que tive a visão mencionada acima (a 6 de junho de 1863). Não sabia da existência dessas obras até setembro de 1863 quando, em Boston, Massachussets, meu esposo as viu anunciadas num periódico denominado Voice of the Prophets, publicado pelo pastor j. V. Himes. Meu esposo solicitou os livros de Dansville e os recebeu em Topsham, Maine. Suas atividades não lhe deram tempo de examinà-los, e determinei não lê-los até que escrevesse minhas visões. Os livros permaneceram em sua embalagem.[31]

Prophetess of Health, com relação a esta declaração, argumenta que: “em sua ansiedade de parecer não influenciada por nenhuma fonte terrena… Ellen White deixou de mencionar certos fatos pertinentes” (p.84). O livro afirma que ela “fez que não leu o artigo de Jackson sobre difteria”(Ibid.).

É importante observar que, em sua declaração, Ellen White faz clara distinção entre “obras” – que ela obviamente quer dizer “livros” e “revistas”, o que significa com certeza, periódicos. De fato, ela interrogou apenas acerca da revista de Laws of Life. Desde que não estudara os livros escritos pelos contemporâneos reformadores d saúde nem sabia da existência da revista Laws of Life naquele tempo, ela respondia a seus indagadores nessa oportunidade. É fácil para nós hoje sugerir que ela devia ter dado uma resposta melhor se ela recitasse todos os fragmentos de informações sobre saúde, que colhera antes da visão, incluindo o artigo de Jackson sobre difteria, que ela deparara num jornal rural. Evidentemente o artigo não lhe causou muita impressão. Ela nenhuma vez se referiu a este fato e visivelmente deixou de empregar os tratamentos pela água em seu filho que falecera um ano antes. Na abundância de luz concedida pela visão, qualquer lampejo inferior empalidecia na insignificância dentro de sua mente. Em sua resposta, ela não enumerou os tópicos que a Review publicara ou que pudesse ter lido antes da visão. Ela deu a mensagem que recebera em visão. Deu-a porque a recebera em visão. Esta é a substância de seu argumento.

Prophetess of Health aponta que a Sra. White foi incorreta em relação ao tempo exato em que Tiago White encomendara os livros sobre saúde, de Dansville (p. 84). Sem dúvida, encomendara-se em meados ou no final de junho. Afirma ela não saber que esses livros existiam a não ser em setembro. A Sra. White jamais pretendeu ter a memória infalível relembrar dados biográficos. Isto está indicado no prefácio de seus traços bibliográficos publicados no Spiritual Gifts, Vol. 2, onde reconhece tacitamente ter memória falha em questão de dados.[32]

Cumpre-nos ter em mente que os profetas são seres humanos com “as mesmas fraquezas do que nós” – Tiago 5: 17. O apóstolo Paulo em I. Coríntios 1: 14-16 reconhece a possibilidade de uma memória falha a respeito do número de pessoas batizadas em Corinto. Certamente, é muito possível de que Tiago encomendara os livros, em junho. Mesmo, porém que ela tivesse conhecido, podia facilmente ter-se esquecido do mês exato, quatro anos depois. Na época em que escreveu suas memórias ela se achava no meio de uma excursão com muitos compromissos de falar e pode ter, inadvertidamente, ligado a encomenda do livro a um fato de que se lembrasse: quando viu o anúncio em Boston.[33]Por que Tiago não corrigiu sua memória? Não sabemos. Talvez também ele se houvesse esquecido da época certa.

O ponto, porém, que precisa ser realçado é este: É de somenos importância quando Tiago White encomendou os livros ou sua esposa soube da existência deles em junho ou setembro, uma vez que ela não os leu senão depois de ter escrito o relato da visão. Seu ponto principal: obteve as ideias da parte de Deus, e não doe médicos. Repetimos: o que é importante não é se ela se enganou sobre uma data, mas se ela não leu as obras de outros reformadores da saúde antes de publicar o relato de sua visão.

Ellen White Copiou

Prophetess of Health assegura que o capítulo sobre “Health” em Spiritual Gifts, vol. 4, “em certos lugares parece o texto de L. B. Coles” (p. 83). Ora, a Sra. White reconhece francamente que às vezes depois da publicação de Spiritual Gifts, vol. 4, e de ter alinhadores da saúde. Desta forma, seu posterior emprego de fraseologia semelhante é uma questão completamente à parte das alegadas semelhanças entre seu capítulo de Spiritual Gifts e os escritos de L. B. Coles. Num rodapés, Prophetess of Health cita quatro breves passagens do capítulo básico de Ellen White em Spiritual Gifts, alinhando-as, em colunas paralelas, com trechos extraídos dos livros de L. B. Coles (pp. 232 e 233). Como podem ser explicadas essas aparentes semelhanças?

Primeiramente, que examinar os textos paralelos, comparando-os, fica impressionado com a semelhança de sentimentos expressos, e não com a ausência da fraseologia Coles. Em segundo lugar, tanto Ellen White como L. B. Coles viveram na mesma época sob uma mesma cultura, e herdaram o mesmo padrão de linguagem, e estiveram a estudar o mesmo assunto. Não e de surpreender-se, portanto, que fossem usadas as mesmas palavras no expressarem pensamentos semelhantes.

Neste ponto o leitor deve evitar a armadilha sutil de sustentar que, porque há uma semelhança de sentimentos, um escritor fica devedor a outro. Leis naturais relacionadas à fisiologia e nutrição podem ser descobertas através da pesquisa ou podem ser dadas por revelação. Se as descobertas das pesquisas são corretas, devem unir-se para se harmonizarem com a revelação, pois Deus é o Autor dessas leis. Não é correto, nem está em harmonia com os fatos concluir que a semelhança de ideias indica que Ellen White obteve necessariamente sua informação dos homens em vez de obtê-los de Deus.

Um ponto concluente e também importante. Nas quatro breves passagens que Prophetess of Health pretende que sejam semelhantes às de Coles, as declarações no caso que trata de médicos e drogas são tão diferentes umas das outras, nos padrões lingüísticos, que é preciso esforçar-se para descobrir qualquer possível relação literária. As outras três passagens, todas tratam do chá, café ou fumo – assuntos dos quais Ellen White recebera visões ainda em 1848 e sobre os quais a Review and Herald havia publicado artigos, há muitos anos. É claro, portanto, que Ellen White não precisava ler Coles anos antes, para ficar familiarizada com estes argumentos. A acusação de que ela era copista seria mais significativa se encontrassem paralelismos em suas declarações sobre sexo em Appeals to Mothers e certos escritos contemporâneos, porque este é um assunto sobre o qual os adventistas nada publicaram antes da época em que Ellen White publicou seu primeiro opúsculo.

Depois que escrevi meus seis artigos para How to Live, procurei então várias obras sobre higiene e fiquei surpresa por achá-las quase em harmonia com aquilo que o Senhor me revelou. E para demonstrar esta harmonia, e apresentar diante de meus irmãos e irmãs o assunto publicado por escritores idôneos, determinei How to Live, no qual extraí, em grande parte, das obras referidas.”[34]

Desta forma Ellen White indica que, simultaneamente, com seus próprios artigos em cada uma das seis edições de How to Live publicados em 1865, apareceram seleções de outros escritores sobre assuntos semelhantes. Entre os escritores que ela achou estarem “tão rente à harmonia com aquilo que o Senhor revelara” a ela, estavam Horace Mann e Larkin B. Coles. Todas as passagens paralelas são encontradas em um e outro desses dois homens. Algumas das próprias passagens extraídas de Coles e Mann, encontradas nas passagens paralelas dos últimos escritos da Sra. White (1868-1890) foram publicados pela própria Ellen White em seus opúsculos How to Live. Estes apareceram, como artigos separados com o nome dos autores. Não é de surpreender-se que, uma vez que Ellen White achou que esses homens estavam “tão rentes da harmonia” com aquilo que o Senhor lhe revelara, ela empregasse sobre os mesmos assuntos.

Não é necessário entrar numa análise detalhada dessas passagens paralelas, contudo devemos observar que há variações nas semelhanças dos paralelos. Alguns expressam o mesmo pensamento, mas empregam escassamente quaisquer das mesmas palavras. Às vezes, um ou dois parágrafos do material de Ellen White é extraído de meia dúzia de página de Coles, o que indica que “apropriação” de termos foi inteiramente seletiva.

Resumindo: em 1864, depois que ela publicou a descrição da visão que teve no dia 6 de junho de 1863, que ela declara ter recebido de Deus e não dos homens, ela não tomou emprestado nenhuma fraseologia de Mann ou de Coles, ambos incluídos por ela entre os reformadores de saúde cujas ideias eram “bem próximas da harmonia” com aquilo que o Senhor revelara. Estes “empréstimos”, só começaram a aparecer em seus escritos depois da época em que ela francamente reconhece ter lido esses escritos.

Como se relacionam esse fatos com a pretensão de Ellen White sobre a fonte de seus escritos?  Ela declarou, por exemplo:

Se bem que eu seja tão dependente do Espírito do Senhor ao escrever minhas visões, como o sou ao recebê-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vis são minhas mesmo, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, o que sempre ponho entre aspas.”[35]

Qual era a posição de Ellen White? Era a de que tinha de encontrar suas próprias palavras para expressar os pensamentos que o Espírito Santo só raramente ditava as palavras que ela devia empregar. Nuns poucos casos, o processo de encontrar a melhor linguagem para expressar o que o Espírito lhe revelava, envolvia o uso da fraseologia de outros escritores. Assim, por exemplo, ao escrever tópicos históricos, as palavras dos historiadores eram por vezes empregadas, quando as declarações deles ofereciam “uma apresentação do assunto, pronta e positiva.”[36]

Muitas Questões Que Merecem Uma Resposta

Há, certamente, muitas questões suscitadas por este livro, que merecem uma resposta. O patrimônio Literário White oferece uma extensa análise, capítulo por capítulo, do livro Prophetess of Health, que considera, uma por uma, as principais questões, e oferece documentação não incluída no livro. É desses documentos, que formam o registro histórico, que o leitor deve tirar suas conclusões. Há, porém, vários assuntos importantes que devemos mencionar aqui.

A Porta Fechada

A primeira delas é a questão da porta fechada, mencionada no capítulo um de Prophetess of Health. A expressão “porta fechada” é interpretada como o encerramento da porta da misericórdia aos pecadores no dia 22 de outubro de 1844. É uma questão complicada. Para fixá-la corretamente, deve-se ter pleno conhecimento das circunstâncias da época, e também da perceptiva mudança de sentido da expressão como era empregada pelos adventistas observadores do sábado, entre os anos de 1844 e 1851. Embora isto não tenha ligação direta com o tópico do livro, e como é apresentada aqui, não podemos passá-la por alto, porque Prophetess of Health suscita de novo a velha questão da integridade da Sra. White. Quase todos os que falaram contra a igreja e a Sra. White, desde 1852, suscitaram esta questão. Líderes, eruditos e historiadores adventistas, por quase cem anos, trataram repetidas vezes deste assunto, e há uma abundância de informação cuidadosamente documentada disponível. As limitações de espaço aqui impossibilitam a consideração de um tópico tão plenamente tratado e revisto em nossa crítica a Prophetess of Health.*

Recorrer aos Médicos e Orar Pelos Doentes

Na abertura do capítulo Dois, o conselho dado por Ellen White, em 1849, para orar em favor da saúde dos doentes mais do que buscar auxílio médico, é apresentado. A vigorosa declaração, que aparece numa folha impressa, de distribuição limitada, é citada:

 “Se alguém, entre vós, está doente, não desonremos a Deus recorrendo aos médicos da Terra, mas recorrei ao Deus de Israel. Se seguirmos suas instruções (Tiago 5:L 14,15), os enfermos serão curados. Tende fé em Deus, e confiai inteiramente nEle”.[37]

Conquanto boa parte do que apareceu na folha impressa, em 1849, forma uma porção do primeiro livro de Ellen White, Experience and Views, publicado em 1851, o parágrafo acima não se achava incluído. Prophetess of Health dá muita importância ao assunto. Embora ele seja tratado mais completamente numa análise mais desenvolvida que o Patrimônio Literário White preparou, chama-se a atenção para os seguintes pontos:

1. O estado deplorável da prática da medicina naquela época, que redundava num elevado risco de óbitos para os que consultavam os que exerciam a profissão médica.

2. A promessa que consta em Tiago 5: 14,15: “Está alguém entre vós doente? Chame os anciãos da igreja, e este façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará” (Ênfase suprida).

3. O fato de que os registros da época eram escassos e pode ter havido circunstâncias e mesmos conselhos de Ellen White, relacionados com este assunto, dos quais nada sabemos.

4. O fato de que a jovem Ellen White, naqueles primitivos dias, nem sempre se tornava totalmente clara. Isto é evidenciado pela nota que escreveu logo após a publicação de seu primeiro livro explicando certas passagens trazidas à baila (Ver “Explanação”, Primeiros Escritos, pp. 85-96). Temos que considerar a possibilidade de que a declaração em folha impressa, saída da pena de uma moça de 21 anos, escritora inexperiente, bem pode não corresponder à expressão de suas visões sobre o assunto de consultar médicos. É bom observar que, em 1860, ela escreveu:

“Cremos ser perfeitamente correto usar os remédios que Deus colocou ao nosso alcance, e se eles falharem recorrerei ao grande Médico; em alguns casos, o conselho de um médico é deveras necessário. Sempre temos sustentado esta posição.”[38]

Frenologia

Outra questão suscitada bastante vezes em Prophetess of Health, é a atitude de Ellen White para com a Frenologia e a linguagem e terminologia que ela empregou, derivadas desta “ciência”.

Um erudito observou que “através de conferencistas, sociedades, revistas, livros e artigos em periódicos, os dogmas frenológicos aturdiam aos ouvidos americanos até a apropriação de seu vocabulário peculiar, pela ficção e linguajar do povo, os tornou familiar a todos”.[39]

Não é de surpreender-se então que Ellen White usasse alguma terminologia frenológica ocasionalmente como o fazemos com termos de Freud, como “subconsciente”, “ego” sem, desta forma, aceitarmos todas as implicações do freudismo.

Nem podemos excluir o impacto da Frenologia nos conceitos médicos e psicológicos daquela época e a duradoura contribuição que isto fez: Citando ainda Davies, somos informados que:

“Em seu próprio tempo, a Frenologia, a exemplo do Freudismo, constituiu uma doutrina importante e indutiva, aceita como tal por muitos eminentes cientistas, médicos e educadores. Suas aberrações eram resultado não tanto do charlatanismo ou credulidade como das limitações de métodos científicos e técnicas médicas dos começos do século dezenove. Contudo, embora erradas possa ter sido algumas deduções anatômicas, foi científica em sua determinação de estudar objetivamente a mente, sem preconceitos metafísicos. Sua prioridade neste campo é reconhecida na história da Medicina e da Psicologia, e Muitos de seus fundamentos são hoje lugar-comum como eram radicais há um século.”[40] (Ênfase Suprida)

Dado que o propósito aqui é mostrar a relação da Frenologia com o movimento da reforma da saúde, e não apresentar uma abordagem da Frenologia como tal, contudo se o leitor sem nenhuma pista quanto às contribuições da Frenologia à Educação, ao tratamento das moléstias mentais, ou ao problema da reeducação dos presidiários; se ao leitor não se dá pista alguma sobre o significado dela em ligação com o movimento da reforma da saúde está seriamente distorcido. Se ele considera a Frenologia apenas como “charlatanismo”, então provavelmente ele tende a considerar sob o mesmo prisma estes reformadores da saúde que a aceitaram.

E Prophetess of Health, algumas evidências sobre este tópico são exageradas. Quanto ao que Ellen White falou, por exemplo, da “conscientização” do esposo, o livro acrescenta a palavra “choque”, que ela jamais empregou. Quando Ellen. White levou seus filhos ao Dr. Jackson para um exame físico de rotina, e o médico, no processo do exame, examinou pelo tato a cabeça deles e fez observações elogiáveis sobre seu filho William, Prophetess of Health apresenta, como indício das práticas do Dr. Jackson, três anos mais tarde, a fim de parecer que a Sra. White levou os filhos a ele com o propósito de que a cabeça deles fosse examinada, o que evidentemente não era o caso.

Adesão aos Princípios Vegetarianos

O assunto da apostasia de adventistas do sétimo dia no que tange à reforma da saúde é analisado em Prophetess of Health (página 170). As observações de J. H. Kellogg sobre esta “apostasia”, em 1875 é citada. Ellen White é retratado no livro como “a mais proeminente apóstata de todos” (p. 170, 171). Para apoiar esta tese, foram escolhidas, aqui e ali, num período de três décadas, umas poucas citações de Kellogg e Ellen White.

No reduzido espaço de que dispomos aqui, é impossível apresentar um quadro geral da experiência dos adventistas do sétimo dia, e como progrediram na aceitação dos princípios dietéticos da reforma da saúde. Em vez disso, oferecemos umas poucas perspectivas que ajudarão o leitor avaliar corretamente a conformidade de Ellen White com estes princípios.

O abandono de alimentos cárneos é apenas um dos dogmas da reforma da saúde, e que foi observado sob circunstâncias que variam muito. Em tempo algum Ellen White ou a igreja assumiu a posição de que, em seu, o comer constituísse um pecado. A carne é alimento, mas não o melhor, quer do ponto de vista da salubridade ou segurança artigo do regime alimentar, quer como sua capacidade de transmitir robustez ou resistência.

Numa definição breve, mas esclarecedora Ellen White declara: “A reforma da saúde consiste numa inteligente seleção dos mais saudáveis artigos da alimentação, preparados de forma mais simples”.[41]

Noutro lugar afirma a Sra. White: “Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no regime alimentar, mas dizemos que nos países onde abundam as frutas, cereais e nozes, os alimentos cárneos não constituem alimentação própria para o povo de Deus”.[42] Deve-se compreender então, que pode haver circunstâncias em que o uso da carne pode ser justificado – por exemplo, nas regiões árticas ou outras regiões onde os ingredientes para um regime alimentar vegetariano não estejam disponíveis.

É difícil imaginar uma reforma no qual seja mais difícil evitar uma apostasia, em que somente haja progressos, do que em matéria de regime alimentar. O vegetarianismo nunca foi prática aceita por todos os adventistas. Grandes multidões, talvez a maioria em certos países, o tenham aceito sem restrições e tem sido extraordinariamente beneficiados. Contudo, as declarações da Sra. White e o registro histórico indicam que tem havido altos e baixos na experiência da igreja a este respeito. *

Que dizer da acusação, no livro Prophetess of Health, de que a Sra. White era a “mais proeminente apóstata de todos”? O leitor deve saber que, por alguns anos depois da visão da reforma da saúde, enquanto os White viveram em Michigan e permaneceram bom tempo com amigos durante suas viagens, foi-lhes possível apegarem-se a um regime alimentar estritamente vegetariano. Quando as viagens os levaram para mais distante do lar e para circunstâncias menos favoráveis em matéria de alimentação, julgaram ser necessário comer alguma carne. Isto ocorreu nas montanhas do Colorado na década de 1870, na Europa em meados da década de 1880, e na Austrália no início da década de 1890.

Cumpre-nos lembrar que há cem anos o conhecimento concernente à preservação de frutas, exceto por secagem, era muito limitado, desconheciam-se alimentos gelados e era rara a refrigeração adequada. Muitos dos alimentos enlatados que temos hoje não eram também disponíveis, e não havia substituto para a carne como desfrutamos hoje. Não era fácil ser vegetariano naqueles dias, especialmente para quem viajasse e tivesse de comer alimentos preparados por não-vegetarianos.

Numa declaração publicada em 1890, a Sra. White afirma: “Quando não posso obter alimento de que necessito, tenho às vezes comido um pouco de carne; mas estou mais e mais apreensiva com isto”.[43]

Cumpre-nos também reconhecer que, devido aos pedidos de alguns membros da família, Ellen White, por vezes, permitia que se servisse carne à mesa, ainda que ela própria raramente comia dela. E, provavelmente, havia ocasiões em que depois de passar por estas circunstâncias ela possa ter-se tornado um pouco frouxa. Ela era humana. Assim era com os profetas. Ela nos lembra de que, na Bíblia, as “falhas e fraquezas doe profetas e dos apóstolos, todas são expostas… . Houvessem eles sido isentos de fraquezas, teriam sido mais que humanos, e nossa natureza pecaminosa desesperaria de atingir nunca a tal excelência”.[44]

Sobre a experiência dela, seu filho W. C. White escreveu em 1935:

“Fomos, por muitas vezes, vegetarianos antes de fixar em nós a convicção de que deveríamos ser abstêmios. Contudo, de vez em quando nas viagens que ela fazia de um lugar para outro, nossa cesta de lanche continha alguma quantidade de frango, ou peru, ou língua enlatada. Nossos competentes cozinheiros de hoje dirão que isto é completamente desnecessário, mas jamais devemos esquecer de que foi algum tempo depois disto que tivemos um bom número de cozinheiros vegetarianos treinados cientificamente. Foi em 1894 que a irmã White decidiu ser abstêmia, e pouco depois minha esposa e eu decidimos juntarmo-nos a ela neste procedimento. Temos sido fiéis e sinceros em nossa resolução, e temos desfrutado muitíssimo de nossa experiência como abstêmios da carne“.[45]*

Em 1864, enquanto permaneceu no Rural Health Retreat, agora conhecido como Hospital e Centro de Saúde Santa Helena, Ellen White sentiu que muitas vezes era “compelida a comer carne porque não havia nada mais que pudesse comer. Por vezes sinto-me tão débil e com tonturas pela falta de um alimento saudável, que cambaleava bastante devido à fraqueza”.[46] A cozinheira, observou ela, “não estudava para preparar pratos saudáveis a fim de que  carne, como alimento, se tornasse cada vez menos necessária”.[47]

O comportamento da Sra. White te de ser entendido à luz de todas as circunstâncias. Levando em conta as dificuldades sob as quais ela, às vezes, trabalhava, não sentia que era infiel aos princípios da reforma da saúde. Falando perante a Assembléia da Associação Geral em 1909, ela declarou: “Houve quem alegasse que não tenho seguido os princípios da reforma da saúde, tais como os defendo com pena, posso, entretanto, dizer que tenho sido fiel a essa reforma. Os membros da minha família sabem que isto é verdade.”[48]

Uma análise do livro

Voltamos agora para uma análise de Prophetess of Health como um todo. Nela mencionaremos umas poucas contribuições positivas que o livro oferece, e a seguir apresentaremos um estudo de suas fraquezas e omissões. Ao estudarmos os prós e contras do volume, neste capítulo, procuraremos empregar gêneros de criticismo histórico, que qualquer historiador aceitaria como legítimos. Ainda assim, será óbvio mesmo aqui que nosso interesse vai além dos que perfilham a história convenciona. Se o livro fosse apenas um falho registro histórico, seria muito menos importante para os adventistas do sétimo dia do que é.

Declara o autor que “se absteve de pegar a inspiração divina como explicação histórica” para os escritos de Ellen White sobre saúde (pág. IX). Prossegue declarando que “agindo assim, tenho me separado daqueles eruditos adventistas que insistem nos seguintes pressupostos: (1) que o Espírito Santo ‘guiou o movimento adventista no começo da década de 1890’ (2) que Ellen Harmon White ‘foi escolhida por Deus como Sua mensageira e sua obra compreendia a de um profeta’ (3) que, ‘como cristão sincera e dedicada, e profeta, Ellen White não falsificava e não falsificou’ e (4) que o testemunho dos crentes que seguem a Sra. White ‘pode se aceito como verdadeiro e correto na medida memória das pessoas que relataram’ ” (pág. XI, XII). Depois de comentar que os pontos acima parecem “conclusões” em vez de “pressupostos”, o autor apresenta outro campo no qual ele também “se separou da tradicional posição adventista”, ou seja, empregando o testemunho de pessoas que rejeitaram a pretensão de ser a Sra. White inspirada (pág. XII). Deixamos que o leitor julgue o significado destas declarações.

É importante que o livro seja julgado, em seus próprios termos, como peça de literatura histórica que emprega certa metodologia histórica. O historiador imparcial reconhecerá, como faz o autor de Prophetess of Health, a grande influência de Ellen White sobre os adventistas do sétimo dia e sua obra. Contudo, ele também fará menção adequada das consequências das visões dela, que levará os adventistas do sétimo dia a crer na origem divina delas, algo que este livro, de modo geral, deixa de fazer. O registro destas visões e as razões por que os adventistas do sétimo dia crêem nelas são fatos da história. O historiador pode relatar estes fatos sem procurar oferecer uma interpretação do fenômeno, mas se o fizer, mostrará os dois lados da questão.

O livro Prophetess of Health é notável pelas suas revelações carentes de prova, pois toda integridade deveria constituir-se parte essencial de “um estudo de Ellen White”, como está sugerido no título. A falha em citar as razões por que os adventistas crêem na inspiração divina da Sra. White faz com que eles pareçam pessoas ingênuas e crédulas “logrados” por uma “profetisa da saúde”, a qual aparece diante do leitor como enganadora e mera plagiaria.

Cremos que Ellen White jamais pode ser perfeitamente entendida se o sobrenatural é rejeitado como possibilidade, mas também percebemos que, mesmo dentro dos limites de uma explicação natural de Ellen White, este livro distorce a evidência histórica.

Aspectos Louváveis do Livro

Há alguns aspectos louváveis em Prophetess of Health. O livro é escrito em estilo claro e agradável de ler. Isto é singularmente importante num volume que trata de pontos controversos. Mesmo o melhor dos escritos desta natureza é frequentemente submetido à inquisição fulminante e é proveitoso quando a redação clara nos capacita a apanhar a essência do argumento.

O terceiro capítulo do livro – sobre o movimento americano da reforma da saúde – constitui uma abordagem completa e esclarecedora deste assunto.

É também possível que o livro venha lançar fagulhas de interesse em círculos eruditos fora da igreja. Por mais negativa que possa ser a reação adventista ao livro, pode-se esperar que os estudiosos seculares, cujas expectativas são bem diferentes das dos adventistas, sejam mais favoravelmente impressionados, e que se tornem interessados em estudos mais amplos em relação à vida desta mulher importante. Há, porém, o perigo de que estes eruditos, com base neste retrato muitas vezes desfavorável de Ellen White, rejeitá-la-ão como merecedora de mais atenção.

O livro também levará os adventistas a estudarem, com mais atenção e profundidade, a vida e a obra de Ellen White. Podemos esperar plenamente que, no final de contas, este assunto redundará numa compreensão mais intensa e amadurecida das contribuições que ela ofereceu à nossa igreja, e maior apreciação do papel que ela pode desempenhar em alimentar nossa fé em Deus e aceitação de Sua vontade em nossa vida. O aspecto lamentável é que muitos, devido ao difícil trabalho exigido, não irão além do livro, mas satisfazer-se-ão em parar com ele e aceitar as conclusões que ele sugere sem um exame crítico e ponderado das evidências que abonam ou contradizem essas conclusões.

Nestas partes, como o estilo, a abordagem do movimento da reforma da saúde, e estímulo para um estudo mais desenvolvido, o livro tem seu mérito.

Omissão de Evidências Contraditórias

Que dizer de suas fraquezas e omissões? O livro promete ser o mais objetivo possível. Ele se propões a “nem defender nem prejudicar mais simplesmente entender”(p. IX). Contudo, do princípio ao fim, o livro tende a apresentar conclusões e a evidência para tais conclusões, ao invés de cotejar as provas e várias interpretações alternativas. Isto pode ser uma prática prejudicial, e leva a suscitar suspeita quando as conclusões apresentadas sistematicamente deixam suspeita quando as conclusões apresentadas sistematicamente deixam Ellen White numa luz embaraçosa ou desfavorável, particularmente quando outros estudiosos idôneos chegaram a conclusões inteiramente diferentes.

Já estudamos um exemplo disto ao tratarmos da experiência dos pioneiros com a reforma da saúde. Somos informados neste livro que Loughborough usava o pão, mas também usava charutos. O livro nos diz que a Sra. Andrews usava tratamento pela água, mas também usava drogas venenosas. O leitor de Prophetess of Health percebe evidência da adoção, sem método, da prática da reforma da saúde pelos adventistas, mas não a continuação de práticas incoerentes com a reforma da saúde.

Outro exemplo da omissão de evidência significante ocorre no estudo das circunstâncias, em 1855, sob as quais Tiago White foi substituído por Urias Smith como redator da Review. O livro insinua, com veemência, que Tiago White foi o “bode expiatório” pela falta de prosperidade da igreja no início da década de 1850, porque Tiago White demonstrara pouca consideração para com o Espírito de Profecia * deixando de incluir na Review as visões ocorridas naquele período, e finalmente porque em 1855 se diz que ele havia “explodido” e escrevia “iradamente” (p. 28, 29): “Que tem a Review a ver com as visões da Sra. White? As opiniões publicadas nestas colunas são todas extraídas das Sagradas Escrituras. Nenhum escritor da Review jamais se referiu a elas (as visões) como autoridade em qualquer ponto. Por cinco anos a Review não publicou nenhuma delas.”[49]

Algumas evidências também importantes são evidentemente omitidas da abordagem desta sequencia de acontecimentos em Prophetess of Health enquanto em outros casos a evidência ou é mal interpretada ou nem sequer é citada. Em qualquer acontecimento, a reconstituição é interpretada erroneamente.

A indagação de Tiago White: “Que tem a Review a ver com as visões da Sra. White? ” foi ocasionada por outra das freqüentes repetidas acusações feitas pelos adventistas do primeiro dia, de que as posições doutrinárias que os guardadores do sábado mantinham era “visões e só visões, sugerindo que estas não se baseavam na Bíblia. Tiago White, porém, prefaciou seus comentários sobre essa acusação, incluindo mais quatro artigos naquela mesma edição da revista. Cada um realçava a importância e a perpetuidade dos dons espirituais. *

No artigo “Adicionando e Excluindo”, as profecias bíblicas das manifestações do dom de profecia nos últimos dias foi descrita em linhas gerais.

No “Testemunho de Pedro” foram desenvolvidos os argumentos de Pedro e Joel sobre este mesmo assunto.

“Jannes e Jambres” trata da resistência ao dom de profecia, que se deve esperar nos últimos dia. O autor do artigo afirmou que a manifestação do Espírito Santo prometida em Joel 2, “certamente cumprirá a última mensagem dos últimos dias, … Nenhum homem pode atestar que Deus tenha removido os dons que Ele pôs na igreja.”[50]

E um artigo intitulado “O Falsificado e não Genuíno” mostra que, com tantas falsificações do dom profético se manifestando, seria absurdo concluir que não haja nenhum genuíno. Finalmente, estas vibrantes afirmações da importância e continuidade do dom profético foram seguidas por um artigo de Tiago White, “Uma Prova”, no qual ele trata das acusações de que “a Review e seus dirigentes fazem das visões da Sra. White uma prova de doutrina e comunhão cristã”.

Poucos membros da igreja ficaram intrigados com a expressão de Tiago White em seu artigo “Uma Prova”.[51]Queriam saber se ele partilhava ou não da convicção deles de que as visões devem ser uma prova para os que tinham evidência da genuinidade delas. Tiago White lhes assegurava, através da Review, que partilhava desta convicção e admitia que não havia se expressada satisfatoriamente em seu artigo “Uma Prova”.[52] Tudo o que havia dito lá era que os observadores dos sábado não faziam das visões uma prova para “todos os homens”[53] Deixara de prosseguir e afirmar que eles as tornavam uma prova para os que estavam familiarizados com a natureza e os efeitos delas. Contudo, não há nenhuma evidência que relacione a saúde de Tiago White, da cadeira de redator, com seu alegado pouco apreço às visões da esposa.

Também aqui é importante a seqüência desses fatos. Na Review do dia 7 de agosto de 1855, Tiago White afirmava que precisava estar livre das responsabilidade que o prendiam àquela publicação.[54] Na edição de 4 de setembro, ele retirou seu nome do cabeçalho da revista, em que figurava como redator, ficando o espaço em branco. Na mesma edição, satisfeito, ele anunciava que os irmãos de Michigan assumiam a responsabilidade dessa função, e que era seu “dever e privilégio ficar livre dela”.[55] Finalmente, não foi senão na edição de 18 de outubro de 1855 que apareceu o artigo de Tiago White “Uma Prova”, no qual, de acordo com Prophetess of Health ele “explodira” e “iradamente” indagava: “Que tem a Review a ver com as visões da Sra. White?”[56] É claro, então, que este artigo nada tem a ver com sua retirada da função de redator da publicação.

Reta a considerar mais um tópico. Prophetess of Health especula que as “queixas lamentosas” das quais Tiago White queria livrar-se eram provavelmente queixas sobre o pouco apreço que tinha pelo dom da esposa (p. 28). Esta especulação sobre o conteúdo de cartas omite notáveis evidências de que as cartas, de fato, envolviam acusações de que Tiago White não administrava bem os negócios do escritório da Review. Depois de falar dessas “queixas lamentosas”  dos invejosos, Tiago White da quais Tiago White acrescenta : “Saibam estes que os negócios do Escritório estão abertos à investigação por qualquer tempo e lugar oportunos”.[57] Mas ainda, não há nenhuma evidência que apoie a sugestão feita pela Prophetess of Health de que essas queixas tivessem algo a ver com o apreço em que tinha as visões de sua esposa.

A crédito do livro, a contraditória evidência das conclusões do autor é ocasionalmente incluída nos rodapés, mas não no caso ora mencionado. O leitor deve estudá-los tão cuidadosamente como faria com o próprio texto.

Podemos também mencionar que a crítica desenvolvida no livro que está sendo preparado pelo Patrimônio Literário White, inclui muitos outros documentos e muitas outras provas relacionadas com estes assuntos.

Suposições sem apoio

Surgem, aqui e ali, através do livro Prophetess of Health, suposições sem base. Isto ocorre tanto por ausência de prova documentada, como, às vezes, por conflito com essa prova.

Depois de narrar o acidente sofrido por Ellen Harmom quando tinha 9 anos de idade, Prophetess of Health descreve-a como alguém em cuja mente a boa saúde se tornou “obsessão” através de sua longa vida (p. 2). Até o dia 6 de junho de 1863, quase três décadas depois do acidente, quando teve a visão sobre saúde, não se pode dizer que a saúde se tornasse uma de suas máximas preocupações. Portanto, a proposição apresentada no livro não passa de suposição sem apoio.

Como foi demonstrado na seção anterior, as “queixas lamentosas” (p. 29) vindas de pessoas que escreviam “cartas lamentosas” referidas na Review and Herald de 7 de agosto de 1863, são evocadas para relatar a posição de Tiago White sobre as visões enquanto a fonte documentária da frase “queixas lamentosas”, quer pelo texto como pelo contexto, revelam que as críticas foram endereçadas contra sua direção dos negócios do escritório.

Uma notável ilustração de suposição não fundamentada encontra-se no Capítulo Seis, “Short Skits and Sex”. (Saias Curtas e Sexo). Porque os anteriores reformadores da saúde assumiram essa posição, como Silvestre Graham e O. S. Fowler, Ellen White é apresentada como mantendo opiniões fora da realidade, que limitaram as relações sexuais entre os cônjuges com uma frequência de não mais de uma vez por mês  (pp. 157-159).Não é citada sequer uma linha escrita pela Sra. White em apoio a essa ligação, nem ela pode ser encontrada. Ellen White apela aos maridos e esposas que evitem excessos, mas escreve ternamente do “privilégio da relação conjugal”, [58] deixando a questão da frequência aos próprios casais. É lamentável que um livro tão cheio de citações utilize-se de suposições sem base bem como empregue com frequência palavras como “sem dúvida”, “ostensivamente” e “provavelmente” na interpretação de vários fatos.

Tais suposições e especulações se encontram através de todo o livro. Outro exemplo, com que logo vamos tratar, é o retrato pouco lisonjeiro que faz de Ellen White, deprezando a oferta do Dr. J. H. Kellogg de transferir para a igreja os direitos de produção de seus produtos de cereais, um alegado erro palmar da parte dela que “custou uma fortuna à igreja”. (p. 189).

Falta de distanciamento crítico

Uma fraqueza marcante do livro é a falha do autor em estabelecer um devido distanciamento crítico. Distanciamento crítico é uma expressão que os historiadores empregam para descrever a necessidade de manterem-se suficientemente distantes da pessoa focalizada para evitar o envolvimento pessoal com ela e não distorcer o panorama. Isto é especialmente importante em uma obra biográfica, o que em grande medida é esse livro. O biógrafo, muitas vezes, se envolve numa forte atração ou marcante aversão pelo vulto focalizado. Ele precisa de distanciamento crítico de modo que suas tendência pessoais não lhe permitam distorcer as evidências. Embora o autor talvez não tencionasse isto, pode se perceber certa incoerência; muitas vezes em tom de condescendente se insinua na narrativa, e outras parece haver um esforço em que é pior, e as evidências se tornam distorcidas devido a falta de distanciamento crítico do autor.

Em 1851 Ellen White mencionava numa carta aos amigos, os Dodge, que “As visões perturbam muitos. Eles não sabem o que fazer delas”.[59] Prophetess of Health apresenta alguma especulação sobre as possíveis causas deste “descontentamento” com as visões. Duas razões são propostas: A “mudança de posição” da Sra. White sobre a “porta fechada”, e ressentimento com seu “hábito de publicar testemunhos pessoais revelados… pecados secretos e nomes”. (p. 28).

O estudo desta matéria segue imediatamente do estudo da “porta fechada” em Prophetess of Health. Contudo, a carta da Sra. White aos Dodge fora escrita antes da publicação de Christian Experience de Ellen White, no qual foram omitidas as passagens da “porta fechada”. O ponto, porém é este: como poderia ficar ainda intrigado sobre uma posição “mudada” quando não se produziu nenhuma evidência de tal mudança? Além disso, somente anos depois – no final da década de 1850 – é que Ellen White publicou alguns testemunhos contendo até iniciais daqueles a quem o conselho era dirigido.

Assim nenhuma destas possíveis explicações pode ser usada neste ponto para explicar o fato de que as visões “perturbaram muitos”. Uma explicação alternativa quanto a porque as visões perturbavam muitas pessoas era o simples fato de que os adventistas guardadores do sábado estavam sendo atacados e criticados de todos os lados apenas por crerem nas visões. Mas sem um testemunho direto de alguém que fosse “perturbado” pelas visões, é difícil saber exatamente qual a origem da dificuldade.

A falta de distanciamento crítico tende a tirar o equilíbrio do livro. Por que, por exemplo, se dedica meio capítulo aos mínimos detalhes dos esforços de Ellen White para estimular a reforma do vestuário e apenas uns poucos parágrafos ao papel que ela desempenhou no estabelecimento de instalações para o cuidado da saúde, como universidade de Loma Linda. Loma Linda constitui um de seus empreendimentos mais duráveis e bem sucedidos, ao passo que a reforma do vestuário estava, como declarou Ellen White, “entre as coisas secundárias que deviam completar a grande reforma da saúde”.[60]`Prophetess of Health oferece uma explicação de efeito deste desequilíbrio na introdução do capítulo sobre a reforma do vestuário: De todas as causas que ela recomendava aos seus seguidores, talvez nenhuma lhe fosse mais pessoalmente decepcionada do que seu esforço de dez anos para que as irmãs adventistas usassem “saias e calças curtas”(p. 129). Uma falta de distanciamento crítico levou o autor a dar tratamento extenso a um episódio “decepcionante”, embora secundário, e menosprezar um episódio de maior importância, coroado de erro.

A falta de distanciamento crítico é ainda demonstrada na ênfase que o livro dá ao que é desagradável, problemático, controvertido e negativo. A censura de Ellen White à diversões no Western Health Reform Institute é relatada, mas não seu conselho positivo sobre recreação dado no mesmo período, num estudo da mesma questão. Eis o que declarou Ellen White, na maneira positiva:

“Alguma coisa deve ser substituída em lugar deste divertimentos. Alguma coisa tem de ser inventada, perfeitamente inocente… Vi que nossos feriados… não devem ser passados despercebidos… Que as famílias se reúnem, deixem suas ocupações que as sobrecarregaram física e mentalmente, e façam uma excursão para fora das cidades e vilas e umas poucas milhas dentro da região, ao lado de um belo lago, ou dentro de um arvoredo aprazível, onde o cenário da Natureza seja encantador… os pais devem tornar-se crianças com seus filhos, tornando isto mais prazeroso possível para eles. Que o dia inteiro seja dedicado à recreação.”[61]

Por que Prophetess of Health só apresenta Ellen White ocupando-se da desagradável tarefa de refrear o mundanismo, sem dizer ao leitor do que ela propunha para substituí-lo,?

Há um ponto em que a falta de distanciamento crítico levou o autor não apenas a interpretar erroneamente a evidência, mas empenhar-se em certa especulação a qual é absolutamente difícil encontrar alguma base.

Prophetess of Health afirma que o Dr. KelloggPor que Pr ofereceu transferir os direitos de produção dos flocos de cereais à igreja quanto se tornou manifesto o valor comercial do produto, e que a Sra. White desprezou a oferta (p. 189). A nota ao pé incluiu referência a uma carta de J. H. Kellogg a Ellen White, datada de 10 de junho de 1894. Além disso, é alegado que ela posteriormente vetou uma chance de adquirir os direitos do Corn Flakes (flocos de milho) e que esta última decisão custou uma fortuna à igreja.

Disto o leitor pode supor que a carta de 10 de junho seria uma oferta formal expressa em termos nitidamente comerciais. Examinados os termos, o que se diz ser uma “oferta” de Kellogg para conceder os direitos de produção dos flocos de cereais não menciona este produto e tem por assunto absolutamente nenhuma oferta. A comunidade citada é uma carta noticiosa de sete páginas em espaço simples relatando a ela, que estava na Austrália, e, como era costume dele, os vários acontecimentos de Battle Creek, e aqueles especialmente relacionados com seu trabalho e experiências. Quase no final, depois de falar dos órfãos que ele e a Sra. Kellogg levaram para seu lar, ela expressava a esperança de que eles pudessem, em algum tempo, ter o privilégio de alegrar a Sra. White no lar deles. O parágrafo final diz assim:

“Preciso concluir esta carta, pois tenho quase vinte operações para fazer esta tarde e já são quase mais de quinze horas. Agradecendo-lhe de novo pela constante lembrança de mim e do meu trabalho, seu conselho e encorajamento que me tem sustentado e ajudado em todos estes anos.”[62]

Examinemos o que se diz ser a oferta que se relata ter Ellen White desprezado. No parágrafo inicial ele fala de W. K. Kellogg e do desenvolvimento dos negócios de alimentos salutares que estavam ido bem, com bom andamento. Citamos:

“Meu irmão Will, que nos últimos dezessete anos me tem prestado eficiente colaboração, acaba de sair em férias de dois ou três meses. Teve a oportunidade de visitar a Europa, com pouquíssimo gasto, e se empenhará em tomar medidas para lançar nossos alimentos naquele outro lado. Tenho uma porção de novos alimentos, e tentará conseguir arranjos para que sejam manufaturados no estrangeiro. Nosso povo podia também neste momento dedicar-se a este negócio de alimentos, e conseguir com isto muito dinheiro para sustentar toda a obra denominacional, se tão somente o soubesse avaliar. Mas não o fazem, e vivo tão ocupado que muito pouco posso fazer no sentido de promovê-lo. De vez em quando chego-me a ele, dou um pequeno empurrão no negócio, e o resultado é o lucro de milhares de dólares. Estamos agora embarcando só para a cidade de Nova Iorque quase um vagão por mês de nossos alimentos. Nossa capacidade de fabricação é carregada ao máximo, e há um bom lucro”.[63]

O médico a seguir retorna a outros assuntos de notícias.

Em primeiro lugar, na época em que escreveu esta carta, o Dr. Kellogg era um líder adventista do sétimo dia, leal e digno de confiança. O Sanatório onde se fabricavam os alimentos era uma instituição adventista do sétimo dia. Numa observação de passagem ele sugere que este negócio de alimentos salutares, recentemente desenvolvido, tinha um potencial de ganhar dinheiro, que podia servir à igreja.

Ele não faz oferta alguma a Ellen White que, se qualquer modo, não podia, de alguma forma, tê-la aceito em benefício da igreja. Ela não era uma dirigente da igreja. Ele apenas observa o que pensa que podia ter feito, se houvesse homens de visão que pudessem compreender o negócio.

Este é um excelente exemplo de distorção que ocorre em Prophetess of Health, uma que o leitor mediano dificilmente pode descobrir, porque não tem meios de verificar o contexto.

No caso dos flocos de milho é até claro demais. Em 1907, depois que Battle Creek Toasted Corn Flakes Company se constituiu em firma jurídica e não era mais uma empresa pertencente à denominação, Kellogg e seu irmão Will ofereceram aos bem sucedidos administradores do Sanitarium Health Food Company, em Santa Helena, California, a troca para adquirirem os direitos da West Coast de fabricar os flocos de milho. A oferta foi feita, porém, aos próprios homens, como particulares homens de negócio, e não à companhia de alimentos, em Santa Helena, pertencente à denominação. Na verdade, a oferta foi feita sob a condição específica e certa de que ela não seria uma empresa denominacional ou de qualquer modo ligada à denominação. A correspondência da época torna muito claras estas condições.[64] Assim, a Igreja Adventista do Sétimo Dia jamais teve oportunidade de adquirir os direitos “Corn Flakes”. A Sra. White aconselhou os administradores do Sanitarium Health Food Company a não aceitarem a oferta de Kellogg, uma oferta que os afastaria da direção dos alimentos saudáveis de propriedade da igreja, mas não podia ser vetado a oportunidade de adquirir os direitos da “Corn Flakes”, porque esta oportunidade jamais foi oferecida,.

Mesmo, porém, que a igreja houvesse tido oportunidade de adquirir a Corn Flakes (o que não ocorreu), não há meios de saber se a igreja podia ter ganho uma fortuna provinda do Corn Flakes. W. K. Kellogg criou, organizou, promoveu e anunciou sua empresa de cereais, tornando-a uma indústria multimilionária, em temos de dólares. Não parece provável que a igreja pudesse ou quisesse fazer fortuna com Corn Flakes, que W. K. Kellogg fez. Não foi o produto, mas o industrial quem fez a fortuna.

Impõe-se a Franqueza sem Condescendência

A esta altura alguns leitores podem estar pensando: “É bem verdade, Prophetess of Health distorce, mas alguns escritores adventistas não tem sido culpados de semelhantes distorções no esforço de criarem imagem favorável de Ellen White? Também eles não tem, às vezes, se esquivado de apresentar evidências contraditórias e abrandadas? Não tem eles, em seu zelo de elogiá-la e louvá-la, muitas vezes simplificado demais, generalizado demais?”

Em alguns casos isto provavelmente tenha acontecido, explicar esta tendência, mas nosso esforço deve ser melhorar constantemente a qualidade de nossos escritos, e não apenas defender ou explicar o que já tem sido feito. Impõe-se fazer uma abordagem que nos permita a franqueza sem condescendência, afirmações sem distorções.

Nada temos a ocultar em nossa história. Temos uma valiosa herança a proteger. A melhor maneira de a igreja protegê-la é tratar imparcialmente com o que é controverso e problemático antes de sermos forçados a fazê-lo por pressão dos críticos. Afinal de contas, os eruditos que dispõem das fontes, da coragem, e competência para tratar de todas as evidências, podem muito fazer pela causa da verdade e o sustento da fé. Visto sob esta luz, esse livro não é tanto uma ameaça, como uma decepção. Poder-se-ia esperar que tal livro, trazendo consigo tão ampla lista de fontes, pudesse ter produzido um retrato multidimensional que melhor nos capacitasse a entender o papel de Ellen White como uma “profetisa da saúde”. Ao contrário, somos deixados a indagar como alguém que fora tão dispersiva contraditória e vacilante como este livro descreve a Sra. White foi, pudesse ter inspirado a confiança que ela inspirou, ou encontrar o sucesso que desfrutou.

O Uso de Testemunhas Hostis

Prophetess of Health anuncia em prefácio sua intenção de eventualmente desviar-se da tradicional cultura adventista, fazendo uso do testemunho de indivíduos “que rejeitaram a pretensão da Sra. White de ser inspirada” (p. XII). Seria mais exato dizer que o livro usa o testemunho dos que outrora aceitaram e depois rejeitaram as pretensões dela. Um apóstata tem o encargo especial de refutar aquilo em que já creu, e daí se testemunho deve ser considerado com cautela especial: Historiadores adventistas reponsáveis devem ser bem cautelosos ao usarem o testemunho de apóstatas Mormons ou de Ciência cristã a tratarem de José Smith ou Mary Eddy.

Parece que toda vez que em alguma coisa Ellen White suscitou controvérsia, levantou objeções, ou provocou dissensões, as vozes dos “críticos” tanto os anônimos como os bem conhecidos, estão certas de serem informadas neste livro. Às vezes a evidência daquilo que os críticos disseram, ou cépticos suspeitaram, foi extraída, aqui e ali, de opúsculos editados em defesa de Tiago e Ellen White, como no caso dos negócios financeiros de Tiago e do caráter moral de Ellen White. Contudo, nada se diz ao leitor das explicações e declarações feita por vintenas de testemunhas reabilitando os White de todas as acusações.

Embora o simples emprego de críticos hostis e testemunhas desfavoráveis, em si e de si mesmo, não possa ser criticado, se feito com o devido cuidado, o tratamento preferencial lhes é dispensado neste livro em termos de ênfase e ardor, pode certamente ser constatada.

As diferenças no modo como Prophetess of Health usa a evidência hostil do “ouvi dizer”, por um lado, e do favorável “ouvi dizer” por outro, são também dignas de reparo. Ao tratar da visita de R. T. Trall a Battle Creek, em 1868, o livro Prophetess of Health apresentava o boato dos defensores de Ellen White sobre as conversações que tiveram no lugar entre o Dr. Trall e a Sra. White. A credibilidade destas testemunhas favoráveis é totalmente minada no texto do livro. O relato dessas testemunhas é averbado de “curioso fato”. Loughborough, que relatou o incidente é chamado de “uma testemunhas às vezes digna de confiança” e a história conclui com a observação: “Pelo menos isto foi o que Loughborough afirma ter ouvido de John Andrews” (pp. 116, 119).

Compare-se o ceticismo aqui refletido com a credibilidade concedida de Fanny Bolton e Merrit Kellogg no primeiro capítulo do livro. A Srta. Bolton era uma das auxiliares literárias da Sra. White na primeira metade da década de 1890. Sua acusação de que o material escrito à mão por Ellen White lhe vinha “escrito ilogicamente, cheio de erros por ignorância, grosseiramente redigido, e muitas vezes com incorreta cronologia” é citada no texto de Prophetess of Health (p. 195). Isto é acompanhado pelas recordações que Merrit Kellogg faz das queixas de Fanny Bolton feitas na época em que trabalhava para a Sra. White. Neste relato a Srta. Bolton afirmava que ela era virtualmente autora dos escritos da Sra. White (Ibid.).

Merrit Kellogg, ao tempo em que recordava as acusações de Fanny Bolton, tomava o partido do irmão John Hupon, do qual era dependente pelo apoio que dele recebia, o qual atacava a igreja e Ellen White. Até aqui o leitor de Prophetess of Health é informado das lembranças de uma testemunha desfavorável que relata acusações hostis, d a única insinuação de possível descredibilidade de todo o relato é a admissão, no rodapé, de que Fanny Bolton era uma jovem “perturbada” que posteriormente esteve internada em hospital para doenças mentais. Nada dito sobre os possíveis motivos ou prevenções de Merrit Kellogg ao relatar as palavras de Miss Bolton. Nem o leitor é alertado para o fato de que Fanny Bolton por três vezes fizera semelhantes acusações e por três vezes de retratava espontaneamente. Mesmo a despeito destes episódios, a Sra. White continuou a empregá-la porque a Srta. Bolton confessava ceder à tentação de exaltação própria e implorou para que não fosse separada do trabalho da Sra. White. Em 1901, a Srta. Bolton mesma escreveu e assinou uma confissão negando a verdade de suas acusações. Nela declara:

Por anos disseminei uma influência contra a obra de Deus através de Seu profeta … Só Deus sabe que quão difundida é a má influência de minhas dúvidas e indagações faladas… Deus finalmente me encontrou num “lugar em que podia desvendar os verdadeiros princípios sobre os quais Sua obra permanece vinculada e infalível, e que elimina todas as minhas objeções, remove minhas dificuldades.”[65]

Então explicando-se qual havia sido seu trabalho enquanto estava no emprego da Sra. White, escreveu:

Os redatores, de modo algum, alteram a frase da irmã White, se está gramaticalmente certa, e se ela constitui uma expressão clara de um pensamento claro.. Muitas vezes seu manuscrito não necessita qualquer reparo do redator, muitas vezes só uma pequena revisão e, em resultado, muito literário; mas artigo ou capítulo sempre que feito nesta base, retorna às mãos dela, e o Espírito de Profecia então apropria-se da matéria e esta de torna, quando aprovada, a expressão escolhida pelo Espírito de Deus”.[66]

Mencionamos este fato não tanto para demonstrar  inconsistência das acusações de Fanny Bolton, embora isto seja importante, mas para mostrar como Prophetess of Health, quando trata de dois grupos de testemunhas, um favorável, e outro desfavorável, freqüentemente deixa de empregar a mesma espécie de crítica da fidedignidade das testemunhas desfavoráveis quando niveladas com as favoráveis.

Prophetess of Health apresenta acusações de Fanny Bolton no contexto de uma longa lista de perguntas que os médicos de Battle Creek submeteram a Ellen White. Diz o autor que as acusações, “sem levar em conta a exatidão, derramaram luz considerável na enigmática desavença entre Ellen White e seus ex-amigos” (p. 192). Assim o livro não assume nenhuma responsabilidade da veracidade das acusações. usá-las apenas para apontar as dificuldades que surgiram. Assim, para conhecer as verdadeiras causas da desavença, parece ser necessário conhecer, com a maior clareza possível, a validade ou nulidade dos pontos em questão. *

Apontemos agora as credenciais de muitas das testemunhas desfavoráveis aceitas nos livros. Já nos referimos a Merrit Kellogg. Ele não pode ser colocado na categoria de “apóstata”, visto que permaneceu membro da igreja até sua morte, em 1`922. Em 1890, ele escreveu, como testemunha ocular, um relato vívido e favorável do estado das Sra. White quando em visão. Em 1896, porém, quando estava quase com 70 anos, e evidentemente envolvido na controvérsia suscitava pela apostasia de seu irmão John H. Kellogg, ele atribuía as visões da Sra. White à “auto-hipnose”.

A atitude de John Harvey Kellogg para com a Sra. White sofria marcante mudança de posição, indo de afirmações vigorosas ao ataque sutil. Prophetess of Health menciona, em rodapé, que o médico “pode ter tido uma tendência de exagerar” (p. 250), mas não encontra nenhuma razão para duvidar de suas recordações básicas, mesmo quando foram expressas por um desertor, cinquenta anos depois do acontecimento.

Em correspondência e discurso publicados, o Dr. J. H. Kellogg enquanto era um leal adventista do sétimo dia e líder da obra médica da igreja (1876-1901), repetidamente expressava livremente sua confiança na origem divina dos ensinos sobre saúde apresentados por Ellen White. Discursando na Assembleia da Associação Geral em 1897, Kellogg observava:

“Estou certo, como me disse esta manhã o Dr. Riley, de que é impossível para algumas pessoas que não fizeram um estudo especial da medicina apreciarem o caráter maravilhoso das instruções recebidas nestes artigos. É maravilhosos, irmãos, quando remontamos aos escritos que nos foram dados há trinta anos, e então talvez no dia seguinte apanharmos uma revista científica e achar a mesma nova descoberta que o microscópio revelou ou que tenha vindo à luz no laboratório químico. Digo: é deveras maravilhoso como, de fato, concordam corretamente.

Ora, no prefácio ao “Christian Temperance” descobrireis uma declaração que presume muitos de vós não lestes. Não há nome algum assinando o prefácio, mas eu o escrevi. Se, no entanto, o lerdes, encontrareis uma afirmação com o sentido de que todas as simples declarações com referência ao viver saudável e aos princípios gerais a que se subordina, tem sido comprovados por descoberta científica. Observe, às vezes, que alguns de nossos irmãos parecem estar um pouco duvidosos dos testemunhos; não sabem se estas coisas vieram do Senhor, ou não; mas a eles invariavelmente digo: se estudardes o assunto da reforma da saúde pelos testemunhos, e depois pela luz da descoberta científica, comparando-o com o que a ciência ensina na época presente, ficareis espantados. Vereis que dilúvio de luz nos foi dado há trinta anos…

Não há evidencia alguma tão poderosa que se possa aduzir em abono desses escritos e da fonte donde provieram, como o fato de que os escritos de trinta anos atrás estão plenamente comprovados pelas descobertas científicas de hoje.”[67]

D. M. Canright é outra testemunha apóstata. Por um bom tempo foi um muito respeitado pastor adventista do sétimo dia; pediu, em 1877, que seu nome fosse cancelado do rol da igreja e se empenhou em escrever muitos livros criminosos contra a Sra. White e a igreja.[68]Henry E. Carver era um dirigente da Associação de Iowa, em 1865 e 1866. Participou do “Partido Marion”, também conhecido como o cisma “Snook-Brinkerhoff”, do qual resultou a Igreja de Deus adventista). Carver e seus asseclas editaram uma porção de opúsculos atacando a igreja e Ellen White.[69]

Idôneos historiadores concordam, sem dúvida, que tanto as testemunhas hostis como as benevolentes devem ser consideradas com e certas reservas, o que capacitará o historiador a separar a verdade essencial mesmo de um inocente exagero, omissão, distorção, o que um zeloso advogado de uma causa às vezes comete.

Os historiadores também concordam que o critério deveria aplicar-se, com igual rigor, tanto às testemunhas hostis quanto às favoráveis. Temos notícia impressa de que isto não se observou em Prophetess of Health. Parece haver maior disposição em lançar dúvida na credibilidade das testemunhas favoráveis do que nas desfavoráveis, e se dá aos críticos hostis a oportunidade de exporem mais amplamente seus argumentos, mais do que aos defensores.

A Saúde Mental de Ellen White

O autor declara no prefácio que “conscientemente se esquivou de extensas análises sobre a saúde mental e faculdades psíquicas da Sra. White”(p. XII), e no entanto, espalhadas através do livro encontram-se referências ao trauma psicológico, à histeria, e outras possíveis indicações de distúrbio mental. O livro relata, mas não examina, várias explicações patológicas das visões dela, que tem sido apresentadas através dos anos.

Surge a pergunta: Se o autor de Prophetess of Health declara em seu prefácio, não fora influenciado para que seu preparo o restringisse de fazer algo como uma diagnose retrospectiva da saúde mental da Sra. White, e, se não desejava que o estudo em seu livro focalizasse essas “questões controversas e carregadas emocionalmente” (p. XII) porque apresentou o assunto com tanta frequência?

A questão da saúde mental da Sra. White e a relação que isto pode ter tido em sua obra – uma questão muito antiga – é tratada por F. D. Nichol em Ellen White and Her Critics, pp. 26-28.

As Visões

Ao estudar as visões em si, Prophetess of Health menciona que “numerosos médicos” testificaram que, durante as visões, as “funções vitais da Sra. White diminuíam alarmantemente, com o coração batendo lentamente e q respiração tornando-se imperceptível” (p. 19). Prophetess of Health cita apenas uma pessoa que sempre testificou que o coração dela batia lentamente durante suas visões: Merrit Kellogg. * No entanto, foi este mesmo Merrit Kellogg quem, em sua narrativa como testemunha ocular da visão da Sra. White, em 1890, e em que ela fora examinada por um médico, asseverou: “Estou plenamente certo de que ela não respirava no tempo em que esteve em visão, nem em qualquer das várias visões que teve, e em que me achava presente.”[70]

É difícil imaginar porque Merrit Kellogg, em seu relato posterior, testificou que o coração de o coração da Sra. White batia lentamente durante a visão. Se ela não respirava, ou mesmo que respirasse apenas lentamente, seria miraculoso que seu coração continuasse a bater normalmente. Ao escrever seu último relato, Kellogg não estava disposto a admitir uma intervenção do sobrenatural que ele apoiara em 1890. Prophetess of Health, que rejeita as explicações sobrenaturais, estriba-se no posterior testemunho isolado de Kellogg, que despreza o fenômeno sobrenatural. Por outro lado, várias testemunhas testificaram que as batidas do coração dela eram normais. Loughborough escreve: “seu pulso bate regularmente”.[71]A. F. Fowler e sua esposa, de Hillsdale, Michigan, registram um exame feito por um tal de Dr. Lord, que disse: “Seu coração bate, porém não há respiração”.[72] Outra testemunha ocular, G. I. Butler, testificou: “o coração e o pulso continuam a bater”.[73] Deixando, porém, completamente de lado a questão do sobrenatural, apenas não é corretamente histórico afirmar que “numerosos médicos” testificaram que o coração dela batia lentamente, quando evidentemente apenas um o declarou.

Prophetess of Health também registra respeitosamente a predição de Trall de que as visões cessariam após a menopausa (p. 180), e embora o livro não endosse realmente a explicação de Trall, não a rejeita. Esta é outra velha e freqüentemente repetida tentativa de desacreditar as visões da Sra. White.

A data da última visão de Ellen White é questionada. Prophetess of Health opta pela de 1879 com base nos argumentos de Merrit Kellogg, enquanto J. N. Loughborough, que se achava presente na reunião campal de 1884 em Portland, Oregon, testificou na Assembléia da Associação Geral realizada em 1893, que “a última visão dela presenciada ocorreu naquela reunião campal”.[74] Quer, porém, a última visão tenha ocorrido em 1879 ou em 1884, permanece o fato de que ela ocorreu dez ou quinze anos depois da época em que Ellen White passou pela menopausa: 1869.

Além disso, reconhecemos que Prophetess of Health é justificadamente cuidadoso em não abandonar a teoria de Trall. Deve haver um engano lógico envolvido em qualquer sugestão de uma ligação entre a menopausa e a cessação de visões presenciadas em público, e sua substituição pelas “visões da noite”. Exatamente porque um fato se segue a outro não significa que haja necessariamente qualquer ligação causativa entra ambos. Afinal de contas, visões presenciadas de Ellen White cessaram depois de certo número de outros fatos importantes na vida dela. Cremos que a razão por que cessaram se deve ao fato de que por volta de 1880, o trabalho da Sra. White estava bem estabelecido. Ela havia produzido grande volume de testemunhos escritos sobre os quais sua obra podia ser julgada. Não eram mais necessárias visões em público para provar a evidência da validade divina de sua obra.

A Deficiência final do Livro

temos falado sobre omissão e distorção de evidências do livro Prophetess of Health, sobre sua parcialidade com os críticos hostis, sobre sua ênfase no problemático, no controvertido. Todas estas falhas se combinam para produzir um livro que, no final, deixa de reconhecer o êxito e Ellen White como reformadora da saúde e fundadora da obra médica da Igreja. Deve-se aceitar este retrato de Ellen White, então o êxito da obra médica que ela fundou só pode ser atribuído à ingenuidade dos que creram nela. E, no entanto a inocultável melhor saúde que esses seguidores desfrutam hoje testifica alguma coisa mais do que a ingenuidade deles.

Poucas semanas antes que fosse publicado Prophetess of Health o Dr. Marvin Schneiderman, chefe de estudos científicos e estatísticas para o National Cancer Institute, afirmou que 100 mil óbitos produzidos pelo câncer na América – 30 a 40 por cento do total anual – podem ser prevenidos pela mudança de hábitos envolvendo o fumar, beber e comer.[75]

Que hábitos em particular? Devem ser eliminados as bebidas fortes e todas as modalidades de fumar, as mulheres deveria comer menos gordura animal, todos os americanos devem eliminar o consumo de açúcar refinado e cereais brunidos e comer mais cereais integrais. Certamente esta recomendação soa familiar aos que leram os conselhos de Ellen White. Mas o Dr. Chneiderman acrescenta que é quase impossível ao povo americano a mudança de seus hábitos de beber e fumar. “A coisa mais difícil é conseguir que o povo faça as coisas por si mesmo, e as faça todos os dias”. – afirma ele.[76]

Para nós, esta é uma das coisas notáveis na mensagem da reforma de saúde dada por Ellen White. Trall, Jackson, Coles, Alcott, e outros reformadores do tempo dela, todos podia estar dizendo coisas semelhantes e, em alguns casos, idênticos. O conselho de Ellen White, porém, fez uma diferença: mudou os hábito de fumar, beber e comer sobre sois milhões de pessoas, e os mudou todos os dias. A influência de Ellen White está fazendo todos os dias o que a influência de quase todos os estabelecimentos médicos modernos são incapazes de fazer: mudando os hábitos de saúde das pessoas, e salvando a vida das pessoas.

Por que as pessoas seguem Ellen White? Por que as pessoas creem nela? Por que foi tão bem sucedida? É verdade que seu notável sucesso não é, em si mesmo, uma evidencia de orientação providencial. Afinal de contas, outros líderes religiosos americanos, alguns dos quais tem pretendido inspiração divina direta, foram bem sucedidos. Contudo, os frutos do trabalho de um profeta constituem uma evidência da orientação divina. Por outro lado, mesmo num sentido puramente histórico, um livro que retratasse a verdadeira imagem de Ellen White, um livro que realmente procurasse “entender” Ellen White, precisaria a dinâmica histórica do êxito que ela teve – algo que Prophetess of Health deixa de fazer.

Na encosta de uma colina nas cercanias de Dansville, Nova Iorque, assoma o vulto de um gigantesco prédio feito de tijolo. As janelas estão tortas ou quebradas. O reboco interior está caindo. No porão há mesas quebradas, papéis espalhados, tinas e bacias cobertas de espessa camada de pó. Isto é o que restou do “tratamento de água do Dr. James Caleb Jackson: Our home on the Hillside”. O edifício esteve à venda por muitos anos. Até agora não apareceu nenhuma pessoa para comprar.

Comparemos isto, por exemplo, com o vigoroso e ininterrupto programa de saúde, iniciado como resultado das visões de Ellen White e indague a si mesmo: O que faz a diferença? O Dr. Jackson tinha violinistas e reuniões dançantes, jogos de cartas e enigmas para divertis seus pacientes. Seu filho frequentou o Bellevue Hospital Medical School, na mesma ocasião em que John Harvey Kellogg o frequentava. No entanto, o programa de saúde dos adventistas do sétimo dia sobrevive; Cansville morreu. Por quê?

Teria sido assim sem Ellen White? Teria sido Ellen White o que foi, sem as visões? A resposta é óbvia. Entretanto ela não reclamou para si o sucesso; deu todo o crédito a Deus.

A atenção do leitor é também chamada para as numerosas confirmações dos conselhos que a Sra. White deu, e que constituem do livrete A Ciência Médica e o Espírito de Profecia. É verdade que o historiador, na qualidade de historiador, não deve julgar pessoas que viveram no passado pelos padrões científicos do presente, mas é, contudo extraordinário observar como, repetidas vezes, a ciência moderna tem andado ao lado de Ellen White para dizer: “a senhora estava certa”.

Então, finalmente, a Sra. White deve também ser julgada na base de sua obra e influência em todos os campos, não simplesmente pela sua mensagem de saúde. O objetivo de seus escritos é amplo, e a extensão coberta é variada. Ela fala sobre o viver cristão, a educação, a ciência, religião, literatura, história, ética, música, arte, moda, higiene mental, esforço missionário, geologia, ecologia, bem-estar, temperança e obra social, editorial e da juventude.

Prophetess of Health demonstrou que a tarefa de estabelecer a obra adventista da saúde foi mais difícil e controvertida do que alguns tem criado. Prophetess of  Health mostra que Ellen White empregou a linguagem e muitos dos conceitos de seu tempo. Mas ela fez mais do que isto, muito mais. O final, o leitor de Prophetess of Health sente que, embora o autor tentasse não defender nem prejudicar, mas entender, ele finalmente não entendeu nem nos ajuda a entender.

Àqueles adventistas não bem firmados na Bíblia e ou não familiarizados também com a história adventista ou os escritos de Ellen White, este livro será, sem dúvida., um tanto perturbador. Uma coisa é certa: ele aponta para a nossa necessidade de estudar, com mais orações e cuida de, tanto a história de nossa igreja como os conselhos de termos um conceito seguro sobre a inspiração. Muitos adventistas podem ficar perplexos com algumas coisas em Prophetess of Health, e temos de reconhecer que não possuímos todas as respostas. Como disse a Sra. White: “Todos os que buscam ganchos em que pendurar suas dúvidas encontrá-los-ão”.[77] Cremos, contudo, que ao serem os fatos examinados e esmiuçadas as interpretações, desaparecerá a esmagadora maioria destes problemas e perplexidades.

Num esforço mais completo, para entender este assunto, o melhor ponto de partida, no que concerne à obra de saúde empreendida por Ellen White, deve-se ler o livro The Story of Our Health Message, um volume que Prophetess of Health descreve como “o guia mais útil para a reforma da saúde entre os adventistas do sétimo dia” (p. 210). Este livro, profusamente documentado, preparado ha mais de uma década, descreve o surgimento e o desenvolvimento do movimento da saúde entre os adventistas do sétimo dia, incluindo o papel de Ellen White desempenhou nele, e também coloca este movimento no contexto dos tempo. É vendido nos Adventist Book Centers a apenas 75 cents o exemplar.

Post Scriptum

O leitor de Prophetess of Health, ao descobrir muitas referências e documentos guardados no Heritage Room da Biblioteca da Universidade de Loma Linda, e do patrimônio Literário White no escritório da Associação Geral em Washington D. C., e sabendo que ao autor cedeu em ambos os centros, pode indagar porque houve uma aparente cooperação no preparo dos originais de tal livro. Deve-se uma explicação.

Se os originais tiveram início em 1972, enquanto o Dr. Numbers’ trabalhava como professor associado da Universidade de Loma Linda. Neste desempenho, ele tinha acesso a todas as fontes na Biblioteca da Universidade. Então, tendo feito prévio ajuste para investigar as fontes do Patrimônio Literário White, ele visitou nosso escritório e, sob supervisão de membros do “staff”, realizou pesquisas concernentes aos começos do movimento de saúde entre os adventistas do sétimo dia. Posteriormente pediu permissão para citar uma porção de cartas e manuscritos de Ellen White. Após cuidadosa consideração pela Comissão dos Depositários esta permissão foi concedida em alguns poucos casos. Nestes poucos casos, materiais especialmente suscetíveis de interpretação errônea e má aplicação quando tiramos do contexto, não foram dados a público para citação direta.

Ao tornar-se mais e mais evidente que o Patrimônio Literário White não podia concordar com as injustificadas interpretações que o Dr. Numbers fazia das palavras e da obra de Ellen White, a Secretaria teve extensos debates com ele sobre alguns fatos e questões pertinentes ao assunto do livro. Foi-lhe recomendado com insistência que utilizasse os materiais colocados em suas mãos, de uma forma devida e responsável.

Em tempo o autor submeteu cópias do original simultaneamente ao editor e ao secretário do Patrimônio Literário White. Mantiveram-se contatos com os editores do livro, e eles manifestaram a intenção de insistirem no fato de, qualquer livro publicado por Harper and Row tinha de ser fiel ao registro histórico. Com este estímulo o Patrimônio Literário White preparou extensa crítica aos originais esperando que eles pedissem ao autor fizesse amplas alterações no estilo e no ímpeto geral dos originais, bem como corrigisse o texto num grande número de lugares em que era evidente a distorção. Os editores, contudo, acharam que não lhes cabia intervir dessa maneira.

Finalmente, os reparos que o Patrimônio Literário White elaborou foram submetidos ao Dr. Numbers, e em consulta com um membro do “staff” do Patrimônio Literário White e um professor de História de uma de nossas universidades, os fatos e interpretações do livro foram revistos nos mais minuciosos detalhes. O Dr. Numbers fez algumas alterações nos originais, e algumas matérias forma deixadas como estavam. Nenhuma alteração se fez aos ataques. Obviamente o esquema final, que não foi visto pelo Patrimônio Literário White, não podia ter a nossa aprovação.

O Significado do Livro

Não é nosso direito nem dever moral julgar pessoas ou imputar os motivos e a integridade do autor de Prophetess of Health. Insistimos com todos os que se abstenham de aceitar e repetir boatos e de tentarem julgar indivíduos. É, porém, nosso dever permanecer na defesa da verdade e lembrar aos leitores da predição de Ellen White de que “O derradeiro engano de Satanás será anular o testemunho do Espírito de Deus. ‘Não havendo profecia, que o povo se corrompe’ (Prov. 29:18)”[78] Pode-se duvidar de que o inimigo das almas usará um livro para consumir sua própria obra? Diz-nos a serva do Senhor: “Satanás operará habilmente… para perturbar a confiança do povo remanescente de Deus no verdadeiro testemunho”.[79] Qualquer que tenha sido o propósito do autor quando a finalidade do livro, sem dúvida ele será usado por alguns para minar a confiança na obra de Ellen White. Este livro, não obstante, deve ser tomado como uma oportunidade de enfrentar tais desafios com devida habilidade, decoro, firmeza e serenidade. Tem havido muitos desafios idênticos através dos anos, vindos de dentro da igreja, e Ellen White nos assegura que podemos mesmo esperar ainda mais desafios históricos e doutrinários vindos de fora da igreja:

“Cada ponto da verdade sustido por nosso povo terá que suportar a inquirição dos maiores intelectuais; os mais elevados dos grandes do mundo serão postos em contato com a verdade, e consequentemente as nossa interpretações devem ser examinadas rigorosamente e aferidas pelas Escrituras. Agora nos parece estarmos sendo ignorados; que nem sempre será assim. Processam-se movimentos no sentido de pormos em evidência, e se nossa teorias da verdade puderem ser reduzidas a cacos pelos historiadores ou pelos maiores do mundo, isto será feito.

Temos que, individualmente, saber nós mesmos o que é verdade, e estar preparados para, com mansidão e temor, dar a razão da nossa esperança não com orgulho, vanglória ou pretensão, mas no espírito de Cristo.”[80]

A fim de favorecer esta necessária familiaridade com a história e a doutrina da nossa igreja, a Assembleia da Associação Geral, em 1975, adotou a seguinte resolução:

“Que os estudantes e obreiros sejam encorajados a fazerem uso ativo dos ricos materiais de pesquisa que estão sendo corrigidos nos Centros de Pesquisas ASD – E. G. White, estabelecidos em várias partes do mundo. Isto facilitará e estimulará a pesquisa nos escritos de Ellen G. White, especialmente entre a geração mais jovem.”[81]

Muitos gostariam de saber exatamente o que a igreja deve fazer quando confrontada com um livro deste. Sugeriu-se que ele devia simplesmente ser ignorado. Contudo, lembramo-nos do conselho que a Sra. White escreveu, diante de uma situação semelhante ocorrida na Austrália. Escreveu ela:

“Quando o homem ataca seu companheiro, e apresenta sob uma luz ridícula aqueles a quem Deus designou para fazer um trabalho para Ele, não estaríamos fazendo justiça aos acusadores ou aos que foram desencaminhados por suas acusações, mantendo-nos em silêncio, deixando o povo pensar que seus irmãos e irmãs, em quem tiveram confiança, não são mais dignos de seu amor e solidariedade.

Esta obra, que surgem mesmo entre nós, e se assemelha à obra de Coré, Datã e Abirã, constitui uma ofensa a Deus, e deve ser enfrentada. E para cada ponto os acusadores devem ser intimados a trazer sua prova. Cada acusação deve ser cuidadosamente investigada; não se deve deixar nenhum caminho incerto, o povo não deve ser deixado a pensar que isto pode ser ou pode não ser…

E quando há um servo de Deus, a quem Ele designou para realizar determinada obra, e que por meio século tem sido um obreira aceita, trabalhando para o povo de nossa fé e diante dos obreiros de Deus como alguém que o Senhor designou; quando, por alguma razão, um dos irmão cai em tentação, e porque as mensagens de advertência que lhe foram dadas o magoaram como ocorreu com os discípulos de Cristo; quando ele começa a trabalhar contra a vontade, tornando pública sua rebeldia, declarando não verdadeiras coisas que são verdadeiras, estas coisas devem ser enfrentadas. O povo não pode ser deixado a crer numa mentira. Cumpre abrir-lhes os olhos”.[82]

 

CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS, 1863-1865

 

17 de fevereiro de 1863 – Aparece na Review o artigo sobre difteria, por James C. Jackson. Tiago White numa nota, expressa confiança no processo dele tratar moléstias.
Fevereiro – maio de 1863 – São publicados na Review vários artigos breves concernentes à saúde.
6 de junho de 1863 – “Foi… a 6 de junho de 1863 que o grande assunto da Reforma da Saúde foi revelado diante de mim em visão”. E. G. White, Review and Herald, 8 de outubro de 1867.
Meados ou final de junho – Tiago White encomenda para a “coleção” de obras de Dansville, ignorando, naquela ocasião, o nome de quaisquer publicações lá oferecidas.
13 de agosto de 1863 – Jackson escreve a Tiago White desculpando-se pela demora no envio dos livros.
5 e 6 de setembro de 1863 – Enquanto está em Boston, a Sra. White vê anúncio na Voice of Prophets. Este, afirma ela, é o primeiro que conheceu sobre a existência de obras oferecidas à venda em Dansville.
27 de outubro de 1863 – Henri Nichols White, filho de Tiago e Ellen White, falece de pneumonia, durante a visita a Topsham, Maine.
12 de dezembro de 1863 – Nesta ocasião Tiago White recebe os livros encomendados de Dansville. Ele não dispõe de tempo para lê-los, e Ellen diz que devem permanecer empacotados. Contudo, Tiago White envia, pelo correio, um livro a um amigo em Nova Iorque.
16 de agosto de 1865 – Tiago White tem um ataque de apoplexia.
14 de setembro de 1865 – Inicia a segunda visita a Dansville.
Entre junho de 1863 a agosto de 1864 – A Sra. White fala a amigos, contra drogas, alimentação cárnea e a favor da água, ar puro, e regime convenientes. Ela é sempre indagada se leu a publicação Laws of Life ou leu os livros de Trall, Jackson e outros: “Minha resposta era que não havia lido, nem devia lê-los até que eu tivesse escrito completamente minhas visões”.  Review and Herald, 6 de outubro de 1867.
Abril de 1864 – É publicado o Appeals to Mothers
Agosto de 1864 – Publica-se o 4º. Volume de Spiritual Gifts. Contém o capítulo sobre “Saúde”. Este é o primeiro relato claro da visão ocorrida a 6 de junho de 1863.
5 de setembro de 1864 – Os White iniciam uma visita de três dias a Dansville.
Janeiro a junho de 1865. – É publicado Health: or How to Live numa série de seis fascículos. Cada fascículo contém um artigo de Ellen White, ampliando certos pontos apresentados no capítulo de 1864, e introduzindo matéria sobre casamento e vestuário. Cada número contém também artigos escritos por outros assuntos semelhantes. Ellen declara: “Jamais li qualquer livro sobre saúde até que escrevi os volumes 3 e 4 de Spiritual Gifts, o Appeals to Mothers, e esbocei a maior parte dos seis artigos para as seis edições de How to Live…  E depois de escrever meus seis artigos para How to Live, então examinei várias obras sobre higiene e fique surpresa por achá-las quase em harmonia com o que o Senhor me revelou”- Review and Herald, de 8 de outubro de 1867.

Referências

* Para uma abordagem ampla deste assunto, ver Ellen G. White And Her Critics, pp. 161-252.
* O próprio relato de Ellen White sobre sua experiência em adotar e praticar a reforma da saúde encontra-se no livro Conselhos Sobre Regime Alimentar, pp. 481-494.

[1] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 57.

[2] Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 527.

[3] Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 290.

[4] O processo de Deus comunicar-Se com os membros da família humana através de Seus profetas é bem ilustrado na experiência de Ellen G. White ao receber as visões e comunicar a luz como se descreve na bem documentada apresentação que aparece no livro de Arthur L. White Ellen G WhiteA Mensageira da Igreja Remanescente, principalmente  os capítulos “Como Foram as Visões”, “Como a Luz Veio ao Profeta”, “Entrando as Mensagens” e “Integridade da Mensagem Profética.”

[5] Ellen G. White, “Questions and Answers,” Adventist Review and Sabath Herald, Vol. 30, edição de 8 de         outubro de 1867, p. 260. Daqui para frente abreviamos para Review and Herald.

[6] Ronald L. Numbers, Prophetees of Health: A Study of Ellen G. White (Nova Iorque: Haper & Row Editores, 1976, pp. 80, 81. Daqui para frente as citações serão do número da página no texto ao invés de referência total ao livro.

[7] (José Bates) The Early Life and Later Experiences and Labors of Elder Joseph Bates. Tiago White, edição de 1878, pp. 311. Comentário do escritor.

[8] J .N. Loughborough, “Waymarks in the History of the Health Reform Movement,” The Medical Missionary, vol, 10, pp. 7, dezembro de 1897. Daqui para afrente abreviadamente Medical Missionary.

[9] J. N. Loughborough, “Report from Bro. Loughborough,” Review and Herald, 25:14 ed. de 6 de dezembro de 1864.

[10] John Harvey Kellogg, memória auto biográfica, 21 de outubro de 1938, e “My Search for Health” manuscrito de 16 de janeiro de 1942. (JHK Papers, Coleções Históricas do Michigan, Universidade Estadual do Michigan); também “The Significance of Our Work,” Medical Missionary, 14:82, março de 1905.

[11] Angelina Andrews, diário, registro d o dia 25 de outubro de 1859, p. 1 (Heritage Room, da Universidade de Loma Linda, Califórnia) Xerox deste diário à disposição no Patrimônio Literário White, em Washington, D.C.

[12] Ibid. 14 de setembro de 1860, p. 27.

[13] Ibid. 29 de setembro de 1860, p. 30.

[14] Ibid. 17 de agosto de 1862, p. 58.

[15] William G. Rothstein, American Physicians in the Nineteenth Century: From Sects to Science (Baltimore, Universidade John Hopkins 1972) p. 189.

[16] Andrews, diário, 25 de agosto de 1862, p. 60.

[17] Ibid. 3 de setembro (sic) de 1862, p. 64.

[18] Ibid. 4 de setembro de 1862, p. 64.

[19] J. N. Andrews, “My Experience in Health Reform-n3, The Health Reformer, 7:44, fevereiro de 1872. Daqui para frente abreviamos para Health Reformer.  

[20] (Tiago White). “Pure Air, “Review and Herald, de 10 de fevereiro de 1963.

[21]  (Tiago White) Review and Herald, 17 de Fevereiro de 1863. Nota do redator prefaciando o artigo por James C. Jackson, “Diphteria, Its Causes, Treatment and Cure”.

[22] Adélia P. Patten, “Brief Narrative of Life… of Henry N. White”, em “An Appeal to the Youth”, 1864, pp. 24-31.

[23]  Ellen G. White, Spiritual Gifts, ed. 1864, vol. 4, pp. 151 e 152.

[24]  J. H. Waggoner, “Present Truth”, Review and Herald, 8 de outubro de 1866.

[25]  Ellen G. White, Spiritual Gifts, ed. 1864, vol. 4 pp. 151 e 152.

[26] M. E. Bourdeau, “An Item of experience, Health Reformer, maio de 1868.

[27] (John Harvey Kellogg), “Preface” ao livro Christian Temperance and Hygiene, de Ellen White e Tiago White, 1890, p. iii. Daqui para a frente abreviamos para Christian Temperance.

[28] Ellen G. White, Spiritual Gifts, vol. 4, pp. 131, 133, 138, 140.

[29] Ellen G. White, “Health: or How to Live”, nº 3, 1865, pp. 51,53 e 54.

[30] Ellen G. White, Review and Herald, 8 de outubro de 1867.

[31] Ibid.

[32] Ver Ellen G. White, Spiritual Gifts, 1860, vol. 2, p. 111

[33] Ellen G. White, Review and Herald, 8 de outubro de 1867.

[34] Ibid.

[35] Ibid.

[36] Ellen G. White, O Grande Conflito, p. XII

[37] Ellen G. White, “To Those Who Are Receiving the Seal of the Living God”, Broadside, 1849. (Patrimônio Literário White, Washington D. C. )

[38] Ellen G. White, Spiritual Gifts, Vol. 2, p. 135.

[39] John D. Davies, Phrenology Fad and Science: A Nineteenth Century Crusade (Archon Books, p. XI)

[40] Ibid. X, XI.

[41]  Ellen G. White, My Life Today, 1952 (Meditações Matinais), p. 132.

[42]  Ellen G. White, Testemunhos Seletos, Vol. 3, p. 359.

[43]  White e White, Christian Temperance, p. 118.

[44]  Ellen G. White, Testemunhos Seletos, Vol. 1, p. 438.

[45]  Arthur L. White, carta a Miss Ana Frazier, datada de 18 de dezembro de 1935, citando William C. White. (patrimônio Literário Ellen G. White, Washington D. C.)

[46]  Ellen G. White, cata as “Bro. and Sister R. Maxon”, datada de 6 de fevereiro de 1884 (Patrimônio Literário White).

[47]  Ibid.

[48]  Ellen G. White, Testemunhos Seletos, Vol. 3, p. 359.

[49]  (Tiago White) “Uma Prova”, Review and Herald, de 16 de outubro de 1855

[50]  (Tiago White), “Jannes and Jambres”, Ibid.

[51]  Hiram Bingham a Uria Smith, “From Bro. Bingham, “Ibid.. 14 de fevereiro de 1856.

[52]  Tiago White, “Note”, Ibid.

[53]  Ibid. Ênfase Suprida

[54]  (Tiago White), “The Cause”, Ibid, 7 de agosto de 1851.

[55]  (Tiago White), “The Office”, Ibid, 4 de setembro de 1855.

[56]  (Tiago White), Ibid, 16 de outubro de 1855.

[57]  (Tiago White), Ibid., 7 de agosto de 1851.

[58]  Ellen G. White, Testemunhos for the Church, Vol. 2, p. 380.

[59]  Ellen G. White, carta aos “Brother and Sister Dodge”, 21 de julho de 1851 (Patrimônio Literário White)

[60] Ellen G. White, “Questions and Answers”, Review and Herald, 8 de outubro de 1867,

[61] Ibid.

[62] J. H. Kellogg, carta a Ellen White, 10 de junho de 1896. (Patrimônio Literário White).

[63] Ibid.

[64] W. C. White, carta a ª G. Daniells, datada de 20 de setembro de 1896 (Patrimônio Literário White).

[65]  Fanny Bolton, “A Confession Concerning The Testimony of Jesus Christ”, endereçada aos “Dear Brethrn in The Truth”, escrita quase na época da Assembléia da Associação Geral de 1901. Citada em The Works of Mrs. Ellen G. White’s Editors, de W. C. White e D. E. Robinson (Escritório “Elmshaven”, em Santa Helena, California, agosto de 1933) p. 18 (Documento arquivado sob nº. 445 no Patrimônio Literário White, Washington D. C.)

[66]  Ibid

[67] J. H. Kellogg, “Christian Help Work”, General Conference Dailly Bulletin, 1: 309, 310, 8 de março de 1897.

[68] Ver “Canright D. M.”, Seventy-day Adventist Encyclopedia , Don F. Neufel, ed. 1966, pp. 199-200.

[69] Ver “Marion Party” Ibid., p. 754.

[70] Citado em J. N. Loughborough, The Great Second Advent Movement Its Rise and progress, R & H, 1905, p. 206.

[71] Ibid. p. 205.

[72] Ibid. p. 209.

[73] George I. Butler, “Visions and Prophecy”, Review and Herald, 9 de junho de 1874.

[74] J. N. Loughborough, “Study of the Testimonies nº.2”- Daily Bulletin of the General Conference, Vol. 5, p. 20, dias 29 e 30 de janeiro de 1893.

[75] Stuart Auerbach, “30% of Cancer Deaths Laid to Bad Habits” Washington Post, 30 de março de 1976, A-3. As obsercvações de Schneiderman’s foram extemporâneas, e não lamento de uma publicação regular.

[76] Ibid.

[77] White, O Grande Conflito, p. 527.

[78] White, Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 58.

[79] Ibid.

[80] Ellen G. White, Evangelismo, p. 69.

[81] “Final Report of the Plans Comittee”, Review and Herald, General Conference Bulletin nº. 10, p. 8 (940), de 7 a 14 de agosto de 1975.

[82] Ellen G. White, carta ao “Brother McCullagh”, datada de 9 de abril de 1897 (Patrimônio literário White, M-98-1897).

Patrimônio Literário Ellen G. White
Associação Geral dos ASD
Washington, D. C. Maio de 1976.