“Saiba como a Bíblia define adultério.” 

Deus proíbe o adultério ao ordenar: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14). Ele também expressa Seu repúdio contra o divórcio: “‘Eu odeio o divórcio’, diz o Senhor, o Deus de Israel, e ‘o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas’, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso tenham bom senso; não sejam infiéis” (Malaquias 2:16).

Cobiçar a mulher ou o homem alheio é uma forma de adultério. A Bíblia diz em Mateus 5:27-28: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.”

Em caso de divórcio ocorrido por causa de incompatibilidade, ambos cônjuges não têm o direito moral de se casar com outra pessoa, pois isso seria adultério:

“Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério” (Mateus 5:32).

De modo implícito o texto acima revela que se o divórcio ocorre em decorrência de “imoralidade sexual” (adultério, homossexualismo, pedofilia, incesto), a parte inocente fica livre para um novo casamento. Entretanto, todo esforço deve ser feito no sentido de se buscar o perdão para que possa ocorrer a reconciliação e restauração do casamento.  Esse pode ser um processo lento, mas possível, se ambas partes se dispuserem a recomeçar.

Em caso de incompatibilidade ou desacordo, a Bíblia orienta: “Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher” (1 Coríntios 7:10, 11).

Por Deus considerar o casamento tão sagrado, pois foi Ele quem o criou, Ele faz declarações muito fortes a fim de nos advertir contra a prática do adultério. É nesse tom que Pedro escreveu um alerta sobre um tipo de pessoa considerada maldita:

“Tendo os olhos cheios de adultério, nunca param de pecar, iludem os instáveis e têm o coração exercitado na ganância. Malditos!” (2 Pedro 2:14).

“A expressão ‘eles têm os olhos cheios de adultério’, no grego é muito mais vigorosa, literalmente significa: ‘Têm os olhos cheios de uma adúltera.’ Muito provavelmente, como foi sugerido, isto signifique que em cada mulher vêem uma possível adúltera. Consideram a toda mulher com olho calculador e luxurioso, perguntando-se se pode ser persuadida e como pode gratificar sua cobiça. ‘A mão e o olho são os agentes do pecado’, diziam os mestres judeus. Como o assinalou Jesus, tais pessoas olham para cobiçar (Mateus 5:28), chegaram a tais extremos que já não podem olhar sem sentir apetências carnais. Tal como Pedro apresenta estas atitudes, vê-se que há nelas um horrível e deliberado propósito. Essa classe de gente padece uma desenfreada ambição por coisas que não têm direito algum de possuir. Nas traduções faz falta toda a frase para expressar o que diz a palavra grega pleonexiaPleonexia significa o desejo de possuir mais daquelas coisas que a gente não tem sequer direito de desejar, e menos de possuir. É um quadro horrível. No original a palavra traduzida habituado é a mesma que se usa para descrever o atleta que está treinado para participar nas competições. Esta gente em realidade treinou, capacitou e ensinou sua mente e seu coração para concentrar-se com exclusividade nos desejos proibidos. Deliberadamente lutaram contra a consciência até destruí-la; deliberadamente lutaram contra Deus até expulsá-lo de suas vidas; deliberadamente pelejaram contra seus melhores e mais nobres desejos até eliminá-los; deliberadamente se prepararam para dedicar-se às coisas proibidas. Suas vidas foram uma horrorosa batalha para destruir a virtude e para capacitar-se nas técnicas do pecado. Resta nesta passagem ainda outra acusação. Já seria muito lamentável que essa gente se enganasse somente a si mesma, mas o pior é que também enganam a outros. Apanham almas que não estão firmemente estabelecidas na fé. A palavra traduzida seduzem é deleazein, que significa caçar com uma isca. O homem torna-se realmente mau quando se dedica a fazer com que outros sejam tão maus quanto ele. Toda pessoa terá que assumir a responsabilidade de seus próprios pecados, mas agregar a isto ainda a responsabilidade pelo pecado de outros é a carga intolerável.” (William Barclay,  p. 61- 62).

Algumas pessoas se iludem pensando que serão mais felizes e realizadas vivendo em adultério. As consequências são destruidoras. Não importa quão difícil seja a situação no casamento, o adultério nunca será a solução. Além de ser traumático, é reprovado por Deus. Se você vive uma tempestade no matrimônio, talvez seja oportuno considerar que esta pode ser uma oportunidade de analisar as atitudes pessoais que não foram corretas e que novas disposições podem ser adotadas. Muitos que optam pelo divórcio, o fazem de modo irresponsável, pois não dão chance para uma nova oportunidade, acumulam mágoas que se tornam em ressentimentos (ressentir significa sentir novamente), perdem a perspectiva e a esperança sem nunca terem buscado ajuda, orientação profissional e aconselhamento bíblico.

Quando as ondas bravias do mar assolam contra a embarcação do casamento, revela-se que tipo de amor se desenvolveu; se foi amor do tipo paixão, não há raiz e nem profundidade; se é amor do tipo “apesar de”, “incondicional”, há estrutura que suporta os revezes da vida.

Se o tipo de amor revelado nas tempestades for “paixão”, não há estrutura para suportar as ondas do mar, mas em Deus pode ser encontrado a fonte do verdadeiro amor; Ele é a única rocha sobre a qual é possível edificar a vida, o casamento, o lar e a família com segurança. A paixão é forte, mas passageira. É egoísta e inconstante, entretanto, o amor é fiel, constante e eterno. A paixão é humana, mas o amor, divino.

1 Coríntios 13 descreve o que o amor é em ação e João 3:16 sintetiza o amor de  Deus em um ato: “Por que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). É esse o tipo de amor que se deve ter para com o cônjuge (ver Efésios 5:25) e que não temos naturalmente para oferecer. Então, antes de pensar em divórcio, é hora de se voltar totalmente para Deus e receber o Seu divino amor, pois somente através dessa perspectiva, pode haver solução, restauração e felicidade. Através da comunhão, consagração pessoal, estudo diário da Bíblia e oração, milagres podem ocorrer, a começar na própria vida.

Fonte: Biblia.com.br