Um dos grandes problemas políticos e éticos dos nossos dias é a questão de guerra e paz. Paira o desespero ao redor de corações e mentes, pois milhões aguardam um holocausto nuclear sem a esperança básica de vida futura ou vida eterna.

Hoje há uma nova situação, sem paralelo na História. Os seres humanos desenvolveram os meios da própria destruição da humanidade, meios que estão se tornando mais e mais “eficientes” e “aperfeiçoados”- embora dificilmente sejam estas as palavras certas. Desde a Segunda Grande Guerra, os civis não são mais ocasionalmente ou incidentalmente prejudicados; eles se tornaram o alvo.

Os cristãos creem que a guerra é o resultado do pecado. Desde a queda do homem, a guerra tem sido um fato perene da existência humana. “Satanás deleita-se na guerra. É seu objetivo incitar as nações à guerra umas contra as outras.” (O Grande Conflito, p. 593 e 594) Conquanto o conflito mundial tenha sido impedido durante os quarenta anos passados, talvez tenha havido 150 guerras entre nações e dentro de nações, perecendo milhões nesses conflitos.

Hoje, virtualmente, todos os governos afirmam estar trabalhando pelo desarmamento e paz. Com frequência os fatos conhecidos parecem apontar em uma direção diferente. Nações gastam uma enorme porção de seus recursos financeiros em estocagem de armas nucleares e outros materiais bélicos, suficientes para destruir a civilização como se sabe. Os noticiários focalizam os milhões de homens, mulheres e crianças que sofrem e morrem em guerras e agitações civis e têm de viver pobre e miseravelmente. A corrida armamentista, com seu colossal desperdício de fundos e recursos humanos, é uma das mais evidentes aberrações dos nossos dias.

É, portanto correto e apropriado que os cristãos promovam a paz. A Igreja Adventista do Sétimo Dia insiste em que cada nação converta “suas espadas em arados” e suas “lanças em foices” (Isa. 2:4). A Crença Fundamental n.º 7 da Igreja, que se baseia na Bíblia, declara que os homens e mulheres foram “criados para a glória de Deus” e foram “chamados para amá-lo     e uns aos outros, e para cuidar de seu ambiente”, não para destruir ou se ferirem uns aos outros. O próprio Cristo disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.” (Mat. 5: 9)

Conquanto a paz não possa ser encontrada em pronunciamentos oficiais da Igreja, a Igreja cristã verdadeira deve trabalhar pela paz entre o primeiro e o segundo adventos de Cristo. Contudo, a esperança na segunda vinda não deve viver em um vácuo social. A esperança adventista deve manifestar-se e traduzir-se em profunda preocupação pelo bem-estar de cada membro da família humana. É verdade que a atuação cristã de hoje e de amanhã por si mesma não precederá o futuro reino da paz. Somente Deus traz o reino por meio do regresso de Seu Filho.

Em um mundo cheio de ódio e contenda, um mundo de guerra ideológica e de conflitos militares, os adventistas do sétimo dia desejam ser reconhecidos como pacificadores e trabalhar pela justiça e paz mundiais sob Cristo como a cabeça da nova humanidade.


Esta declaração foi liberada por Neal C. Wilson, presidente da Associação Geral, depois de consulta com 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em 27 de junho de 1985, na sessão da Associação Geral em Nova Orleans, Louisiana.